Diferenças entre bens normais e bens inferiores

Diferenças entre bens normais e bens inferiores: no primeiro, a demanda aumenta quando a renda do consumidor aumenta; no segundo, a demanda diminui quando a renda do consumidor aumenta. Entenda mais!

19 de dezembro de 2025 - por Sidemar Castro


A principal diferença é a relação com a renda do consumidor. Bens normais têm sua demanda aumentada quando a renda do consumidor aumenta, enquanto bens inferiores têm sua demanda diminuída quando a renda aumenta.

Por exemplo, um consumidor com renda maior pode comprar menos passagens de ônibus (bem inferior) e mais gasolina para um carro (bem normal). Entenda essas diferenças neste artigo.

Leia mais: Bens de renda: o que são e não são considerados?

O que são bens normais?

Um bem normal é aquele em que existe uma relação direta entre a renda do consumidor e a quantidade demandada do bem: se a renda sobe, a demanda tende a subir também.

Esse comportamento ocorre porque, à medida que as pessoas têm mais recursos, elas buscam melhorar seu padrão de consumo. Elas compram roupas de melhor qualidade, eletrodomésticos mais avançados ou serviços que antes não usavam.

Em contrapartida, ao contrário dos bens inferiores, que perdem demanda com aumento de renda, os bens normais acompanham o crescimento da renda.

Exemplos de bens normais

Exemplos típicos são alimentos orgânicos: quando as pessoas têm mais dinheiro, podem optar por versões “melhores”, e, portanto, mais caras.

Outros exemplos de bens normais são eletrônicos como laptops ou tablets, roupas de marca ou serviços de lazer mais elaborados, como mais um canal de streaming.

Sendo assim, quando alguém passa a ganhar mais, pode trocar refeições simples em casa ou no trabalho por jantar fora em um restaurante. Aliás, esse serviço de “jantar fora” pode se tornar um bem normal. É interessante notar que o que é “normal” pode variar conforme a região ou cultura.

Leia também: Bens de consumo: o que são, quais são os tipos e exemplos

O que são bens inferiores?

Na economia, diz-se que um bem é inferior quando a sua demanda cai à medida que a renda dos consumidores cresce. Isso acontece porque, com mais recursos, as pessoas geralmente trocam esses itens por alternativas “melhores” ou mais caras.

Um detalhe importante: “inferior” aqui não significa necessariamente “de má qualidade”, certo? Mas sim, que esse produto é substituído por algo preferido, ou de melhor qualidade, quando a renda sobe.

Exemplos de bens inferiores

Exemplos comuns de bens inferiores são: marcas próprias ou “no name” de produtos de supermercado; comida instantânea ou enlatados que substituem refeições mais elaboradas quando a renda é menor; transporte público ou ônibus intermunicipal em vez de carro próprio ou viagens mais confortáveis.

A lógica é que, com mais recursos, há a possibilidade de escolher algo diferente ou fazer um “upgrade” de seu estilo de consumo.

No Brasil

No contexto brasileiro, bens inferiores costumam estar ligados ao consumo de produtos e serviços mais acessíveis, que perdem espaço quando o poder de compra das famílias aumenta.

Outro bom exemplo é o transporte público urbano: à medida que a renda cresce, muitos consumidores optam por carros, motos ou transporte por aplicativo.

Nos supermercados, alimentos instantâneos e marcas próprias, como macarrão instantâneo, salsicha, margarina ou leite em pó, são trocados por carnes, queijos e produtos frescos.

Até o lazer muda: em vez de assistir televisão aberta, quem ganha mais pode migrar para serviços de streaming pagos.

Quais são as diferenças entre bens normais e bens inferiores?

Podemos encarar isso como uma mudança no padrão de consumo motivada pela busca por maior qualidade ou status.

  • Os bens normais são, na maior parte das vezes, os que a gente almeja e que representam uma melhora no nosso nível de vida. Conforme a renda permite, o consumo desses bens aumenta, confirmando a lógica de que “quanto mais rico, mais consumo de qualidade”. Eles são a maioria na economia, pois acompanham o desejo de ascensão.
  • Os bens inferiores não têm esse apelo de qualidade ou luxo. Eles são frequentemente escolhidos por serem opções mais baratas para satisfazer uma necessidade. O nome “inferior” não significa que o produto é ruim, mas sim que o consumidor o vê como uma alternativa de menor qualidade que será abandonada (ou terá sua demanda diminuída) assim que houver dinheiro para um substituto melhor.

Leia também: Bem de Giffen: o que é, como identificar e exemplos

Fontes: Study, Estratégia Concursos, Geeks For Geeks, Suno, Mais Retorno.

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