Dólar descontrolado, recessão econômica nos EUA, taxa Selic ameaça subir e WEG lucra pesado no 2T24

Dólar descontrolado, crise nos EUA, possível aumento da taxa Selic. Esses são alguns dos destaques dessa semana. Saiba mais aqui!

7 de agosto de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


Nós tivemos uma semana bem volátil no mercado, com direiro ao dólar descontrolado e até uma ameação de aumento da taxa Selic. Hoje você vai conferir um resumão de tudo o que rolou. Esse conteúdo aqui é perfeito pra quem quer ficar por dentro dos últimos acontecimentos, mas não tem tempo para ficar acompanhando os portais de notícia ao longo da semana.

Por isso, separei os mais relevantes para que possam acompanhar. Vamos lá!

Fora da bolsa

A semana começou com a vitória polêmica de Nicolás Maduro pela 3° na Venezuela. A reeleição ocorreu após Maduro receber 51,95%dos votos, no entanto, as informações quanto a essa porcentagem são distorcidas. Pelo menos 12 pessoas morreram em protestos contra ele e praticamente todos os países do ocidente apontaram fraudes nas eleições. Inclusive, o EUA reconheceu a vitória de seu opositor, Edmundo González.

Entretanto, aqui no Brasil a postura foi outra. O Partido dos Trabalhadores (PT) publicou uma nota afirmando que o processo de eleição foi pacífico, democrático e soberano. Além disso, o presidente Lula afirmou que irá reconhecer o resultado da vitória de Maduro, uma vez que as atas da eleição sejam apresentadas.

Também tivemos a super quarta, quando foram feitas decisões sobre as taxas de juros aqui no Brasil e nos também nos EUA. Por aqui, tudo ficou como esperado, o Copom mateve a Selic em 10,5% ao ano. Nos EUA, os juros também se mantiveram estáveis, entre 5,25% e 5,50% pela 8° vez seguida. E o grande problema é que nós precisamos que ocorra esse corte lá, para que possamos fazer o mesmo aqui. O risco fiscal continua alto e o governo prevê mais um rombo nas contas públicas, ainda este ano.

Guerra

Para piorar todo o cenário, houve também um aumento de tensão no Oriente Médio, após dois ataques. O grande problema é que mais guerra significa mais inflação, mais problemas com combustíveis e por aí vai.

Os juros futuros subiram de novo e o mercado prevê uma alta quase que inevitável da Selic em setembro. Outro efeito da guerra no Brasil foi a alta do dólar que disparou quase 2% e chegou a custar R$5,75 nessa última semana. Além disso, o Japão subiu sua taxa de juros para 0,25% a.a. depois de 8 anos com a taxa negativa, o que atrai os investidores para lá e os distancia ainda mais do Brasil.

Recessão econômica nos EUA

Nessa última semana os EUA também divulgaram números preocupantes. A atividade industrial teve o pior desempenho do ano, os pedidos de seguro desemprego despararam e o “Payroll”, um dos indicadores mais importantes do mundo foi abaixo do esperado e bem abaixo do esperado pelos analistas.

Isso indica o desaquecimento da economia e ajuda o FED a promover um corte de juros na próxima reunião, em setembro. No entanto, isso também aumenta o risco de uma recessão econômica no país.

Empresas da bolsa

As empresas seguem divulgando os resultados que tiveram no segundo trimestre de 2024. A WEGE3, fabricante de motores elétricos e produtos tecnológicos, soltou seu balanço com números impressionantes. A receita líquida da empresa foi de US$9,3 bilhões, uma alta de 13,5% quando comparado ao mesmo período do ano passado.

O custo dos produtos vendidos não foi tão positivo, pois aumentou também em 13,5%, totalizando US$6,1 bilhões. Já o EBITIDA foi de US$2,1 bilhões, com uma alta de 15,7% com relação ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido registrado foi de US$1,44 bilhão, com alta de 5,4%.

Outra empresa que divulgou seus dados do último trimestre foi a ISA Cteep (TRPL4), empresa especializada em transmissão de energia, e seus números estão dentro das expectativas, com alta de 25% com relação ao segundo trimestre do ano passado. No entanto, também houve um aumento de custos e despesas de R$201 milhões, uma alta de 13%. O EBITDA da empresa foi R$891 milhões e teve um aumento de 30% e o lucro líquido foi de R$425 milhões, um crescimento de 63%.

O problema é que o crescimento da receita foi ofuscado pela alta dos custos e despesas operacionais. Além disso, o endividamento da empresa também cresceu 20%. No entanto, isso também significa que a empresa está investindo em em novos investimentos, que vão gerar receita nos próximos trimestres.

Notas rápidas

A siderúrgica Gerdau (GGBR4) teve queda de 9% na receita e lucrou R$945 milhões no segundo trimestre desse ano, número 56% abaixo do registrado no mesmo período de 2023. Apesar disso, a empresa vai pagar dividendos e anunciou também um novo programa de recompra de ações.

A companhia Aurenn (AURE3) também teve um resultado fraco no 2TRI24, o lucro registrado foi de R$91 milhões, 50% abaixo do registrado nesse período no ano passado. Apesar dos números positivos do segmento, a empresa sofreu com a queda da receira em contratos de hidrelétricas e aumento de despesas.

A 3R Petróleo (RRRP3) reverteu um lucro de R$79 milhões para um prejuízo de R$363 milhões no segundo trimestre desse ano. Mesmo com uma receita de R$2,5 bilhões e uma queda nos custos de extração de petróleo, a empresa perdeu R$1,1 bilhão por conta da chamada marcação a mercado e também dos juros em títulos de dívida expostos ao dólar.

A Ambev (ABEV3), lucrou R$5,6 bilhões no segundo trimestre desse ano, uma queda de 5,6% na base anual. A empresa teve alta na receira, no entanto, o lucro foi afetado pelo aumento do Imposto de Renda que foi de quase R$1 bilhão, depois que o governo endureceu as regras relacionadas à dedução de créditos do ICMS.

Aumento na busca pelo Tesouro Direto

O Tesouro Direto registou um recorde de aplicações nos títulos públicos. Foram registradas 760 mil operações que totalizaram R$5,7 bilhões. Os títulos mais buscados são os que tem prazo entre 1 e 5 anos.

Quer conferir outras notas rápidas e ainda mais detalhes de tudo o que aconteceu nessa última semana? Então assista ao vídeo completo!

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