15 de setembro de 2021 - por Pedro Martoly
O mercado subiu 0,4% a projeção para o ano que vem em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). O motivo seria a inflação, a crise hídrica e política. Ou seja, analistas do mercado financeiro não veem aumento na economia brasileira em 2021 e também em 2022.
Portanto, o presidente Jair Bolsonaro recebeu essa informação como um impacto negativo, já que ele tinha como expectativa chegar nas eleições com a restauração do PIB.
A revisão do PIB foi realizada após o corte do Itaú Unibanco que esperava um aumento para o ano que vem. Sendo assim, sair de 1,5% para 0,5%.
Outras previsões
- MB Associados: A projeção realizada pela consultoria MB Associados foi muito intensa em relação ao corte do PIB. Por isso, saiu de 1,4% para 0,4%.
- XP Investimentos:Já a XP Investimentos diminuiu para 1,3%. Antes, a percentagem era de 1,7% .
- Banco BV: de 1,8% foi para 1,5%
- BTG: O BTG baixou a projeção, no início desta semana (13), referente a 2022. Portanto, era esperado 2,2%, mas foi para 1,5%. O motivo são os juros com valor elevado. Por isso, seria em torno de 8,5% para diminuir a inflação. Além disso, será necessário fazer uma nova redução se houver uma alta na taxa Selic acima de 8,5%.
- Santander: O Santander é outro banco que está no sistema de retificação do PIB. A previsão deve sair amanhã (16). No entanto, a expectativa é de que seja um valor abaixo de 2%.
Efeito Selic
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, contou que não irá medir esforços para conduzir a Selic onde for necessário para controlar a inflação. Porém, não irá realizar alterações a cada aumento que se revelar.
Era esperado pelo MB para a Selic uma alta de 8,3% para a Selic. No entanto, o valor anterior era de 6%. Uma quantia bem grande depois que a agricultura não respondeu bem após o primeiro trimestre.
Ademais, houve um agravamento no quadro com uma seca e três geadas. Todos esses problemas em um único mês. Contudo, há o acréscimo também da crise hídrica e a inflação superior a 70%.
IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode fechar em 1% esse mês devido a inclusão da nova bandeira de energia elétrica. Sendo assim, nos últimos 12 meses o acúmulo é de 10%.
Segundo o economista da consultoria MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, esse cenário é prejudicial para os propósitos de reeleição do presidente. Além disso, o Banco Central (BC) deve elevar os juros.
Outros motivadores
De acordo com o economista da XP, Rodolfo Margato, um dos principais motivos que moveu a baixa da projeção do PIB para 1,3% foi a dificuldade da política em manter o controle da inflação. Ainda segundo o especialista, a previsão dos juros subiu de 7,25% para 8,5%.
Ademais, outro fator de risco seria a crise hídrica, ainda segundo Margato. O motivo seria a falta de consideração pelo racionamento de água no Brasil. Portanto, a cada 10% para diminuir a força o consumo de eletricidade no decorrer do ano haveria a diminuição de até 1,2 ponto percentual do PIB.
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Imagens: CM Capital, Quizizz, R7, Rádio Ipiranga