19 de julho de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Vivemos correndo atrás de alguma coisa, essa é a armadilha dos gurus. Um carro novo, o próximo iPhone, um emprego dos sonhos, o corpo perfeito. Mas e depois? Quando a gente finalmente consegue aquilo que tanto desejou, vem o quê? Um certo vazio. Um tédio. E a busca recomeça.
Foi sobre isso que Schopenhauer falou lá atrás, quando cunhou a ideia da “ânsia de ter e o tédio de possuir”. Uma frase aparentemente simples, mas que explica muito sobre o funcionamento da mente humana, especialmente nos tempos atuais, quando o desejo virou commodity e a insatisfação virou motor da economia.
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O ciclo eterno do desejo
Desde criança, a gente experimenta isso. Lembra de quando você queria muito aquele brinquedo novo? Depois de 20 minutos brincando, ele já parecia menos mágico. E essa lógica acompanha a gente até a vida adulta: queremos, corremos, conseguimos e logo queremos outra coisa.
Enquanto estamos desejando, a vida parece ter sentido. A busca nos movimenta: “Quando eu tiver aquele emprego, tudo vai melhorar”, “quando eu alcançar a liberdade financeira, serei finalmente feliz”. Mas aí você consegue e a euforia dura pouco.
Aí você inventa um novo objetivo e depois outro e mais um. Porque, no fundo, o que move a gente é o desejo em si, não necessariamente a realização dele.
O ciclo perigoso
Nietzsche chamou esse tipo de vida focada apenas no prazer e na fuga da dor de “vida do último homem”, aquele que vive pela comodidade, sem grandes ambições, mas também sem profundidade. Um ser humano domesticado pelo conforto.
E olha ao nosso redor: cada semana tem um celular novo, um guru diferente com promessas de sucesso, um método infalível para enriquecer, emagrecer ou despertar sua “mente milionária”. E quando você compra ou conquista algo, sempre aparece uma versão nova. É como se alguém tivesse descoberto a máquina perfeita para manter a gente desejando para sempre.
E o problema não está só nos objetos.
A coisa piora quando colocamos o desejo em pessoas ou estilos de vida inatingíveis. A lógica é a mesma: “Se eu seguir esse guru, ele vai me ensinar como alcançar tudo aquilo”. E aí esse guru, que já tem o carro e o relógio de milhões, continua prometendo que você também pode chegar lá, mesmo que ele próprio nunca pare de correr.
Se ele já tem tudo, por que continua vendendo curso? Por que ainda precisa da sua atenção? A resposta é simples: porque ele também está preso na mesma armadilha. O desejo nunca acaba. A armadilha dos gurus afeta até mesmo eles próprios.
Faz sentido investir em liberdade financeira?
É irônico pensar que esse papo surgiu onde se fala sobre finanças. Afinal, vender a ideia de liberdade financeira é, muitas vezes, colocar uma nova cenoura na frente do coelho. Mas vamos ser sinceros: mesmo quem já conquistou essa tal liberdade continua querendo mais. Um pouco mais de dinheiro, um pouco mais de atenção, um pouco mais de qualquer coisa.
Se eu dissesse para mim mesmo, aos 19 anos, que um dia teria milhões de seguidores, prestígio e liberdade, provavelmente eu responderia: “Caramba, é tudo o que eu queria!”. Mas depois de 30 minutos, já estaria querendo mais.
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Como se sentir realizado?
Teoricamente, o caminho para a paz seria parar de desejar. Mas isso não é realista, nem mesmo os gurus do desapego conseguiram. Afinal, se eles realmente tivessem parado de desejar, não teriam escrito livros sobre isso. O que dá para fazer, talvez, é canalizar o desejo para algo mais construtivo. Em vez de querer ter algo, que tal querer ser algo?
Talvez seja correr uma maratona, escrever um livro, construir uma comunidade. Desejos continuam existindo, mas você pode mudar o foco. Pode desejar presença, consistência, saúde, propósito. Tudo isso continua sendo “desejo”, mas de uma forma que transforma, em vez de aprisionar.
Quer entender melhor sobre essa armadilha dos gurus? Então, assista ao vídeo completo!
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