Padrão de vida: descubra o que é e como se adequar a ele

11 de fevereiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer


O padrão de vida é estabelecido com base nas escolhas de consumo de bens e produtos das pessoas. Ou seja, as pessoas que possuem um poder aquisitivo alto, geralmente escolhem produtos caros, o que resulta em um padrão de vida elevado. 

No entanto, muitas pessoas preferem viver em um padrão que não condiz com a sua renda. O resultado disso é que boa parte dos brasileiros estão endividados e com a saúde financeira em frangalhos. 

O controle financeiro e a consciência do padrão de vida que a sua renda permite, são essenciais para que, no futuro, você possa de fato subir o seu nível de vida.

O que é padrão de vida?

O padrão de vida, ou nível de vida, pode ser definido como o nível de acesso a bens e serviços de uma pessoa ou grupo social, de acordo com o seu poder aquisitivo.

Em outras palavras, o padrão de vida de uma pessoa é definido com base na quantidade e qualidade de produtos e serviços que ela opta por ter acesso. 

O padrão de vida de uma pessoa está muito ligada com os custos recorrentes como as despesas fixas, as despesas variáveis, as despesas anuais e atividades de lazer e bem-estar. Sendo que a qualidade de vida e o conforto, muitas vezes, são refletidos pelo padrão de vida.

Um padrão de vida mínimo é aquele que permite viver com conforto, lazer e dignidade. Por outro lado, uma pessoa com muito dinheiro, pode definir um nível de vida bem mais alto, com custos elevados e acesso a bens e serviços mais caros. 

No entanto, o padrão de vida muitas vezes não está diretamente ligado à renda da pessoa. Isso porque uma pessoa pode levar um padrão de vida mais alto do que a sua renda permite, ou seja, ela pode gastar mais do que ganha e se endividar para ter um padrão de vida alto.

Por outro lado, pode acontecer de uma pessoa com uma renda alta, optar por manter um padrão de vida mais baixo, consumindo apenas os itens necessários para ter uma vida confortável.

Quais são os níveis de padrão de vida?

O principal motivador do padrão de vida de uma pessoa é o seu poder aquisitivo. Afinal de contas, é o dinheiro que possibilita o acesso aos bens e produtos que irão definir o padrão de vida de uma pessoa. Dessa maneira, podemos dividir os padrão de vida em:

1- Baixo

É aquele padrão mínimo para que a pessoa consiga suprir suas necessidades básicas. Sendo assim, a pessoa possui moradia de baixo custo, saneamento, eletrodomésticos, alimentação e acesso à educação e saúde pública. 

Os luxos e confortos são exceções, já que fogem do padrão e podem atrapalhar na manutenção das necessidades essenciais. Além disso, as opções de lazer são poucas, geralmente gratuitas para não comprometer o orçamento.

2- Médio

Este, geralmente, é o padrão das classes médias. Aqui, o acesso a bens e serviços é maior do que no padrão baixo, pois o poder aquisitivo costuma ser mais alto.

Entre os acessos estão carro e casa própria, internet, cursos, universidades, planos de saúde, roupas e eletrodomésticos de qualidade e acesso a opções de lazer pagas, como cinema e teatro.  Esse nível de vida, por vezes, tem uma reserva financeira e investimentos.

3- Alto

Por fim, o padrão de vida alto é aquele mais luxuoso e caro. As pessoas que estão nesse padrão, têm acesso a locais e experiências mais seletas e caras, sem gerar dívidas ou ter que remanejar o orçamento.

Alguns bens e serviços acessados por essa classe são: roupas de grife, casas luxuosas, restaurantes caros e viagens internacionais. Lembrando que pode acontecer de uma pessoa manter um padrão alto, sem ter uma renda para isso, apenas para manter um status.

Como escolher o padrão de vida de acordo com a renda?

A escolha do padrão de vida não depende apenas do poder aquisitivo de uma pessoa, mas também de sua personalidade. Algumas pessoas podem preferir um padrão de vida simples e mais minimalista. Por outro lado, existem pessoas que gostam de adquirir bens luxuosos e manter um padrão de vida elevado. 

Para escolher o padrão de vida mais adequado para a sua realidade, é importante que você leve em conta as suas finanças pessoais. O primeiro passo, é calcular os seus gastos para entender o que você consome, a frequência e o quanto você gasta nisso por mês.

Além disso, você precisa entender quais são as suas prioridades. Por exemplo, se você gosta de viagens e itens luxuosos, você precisa ter uma renda alta para consumir esses itens, caso contrário, vai acabar endividado. Se a sua renda é baixa e cobre apenas os itens básicos, você precisa ter um consumo limitado.

Ter consciência do padrão de vida que a sua renda lhe permite, é essencial para que você consiga manter sua saúde financeira. Além disso, essa consciência pode te ajudar a traçar estratégias para aumentar a sua renda ou fazer renda extra para ir subindo o seu nível de consumo.

Como saber se está ou não no padrão de vida ideal?

A maioria dos brasileiros que está endividado, vive em um padrão de vida acima da sua renda. Você é um deles? Confira os sete sinais de que você está em um nível de vida acima da sua renda:

1- Não consegue investir

Se você sempre termina o mês zerado e não consegue poupar para investir, então provavelmente a sua saúde financeira está prejudicada. O mais aconselhável é manter uma reserva de emergência e realizar investimentos mensalmente. 

Desse modo, caso aconteça algum imprevisto, você tem a reserva de emergência para te ajudar. Já os investimentos permitem que você realize objetivos financeiros.

2- Crédito

Se você sempre recorre ao cartão de crédito ou ao cheque especial, significa que você provavelmente não possui uma vida financeira bem planejada. Afinal de contas, ao recorrer a estes dois meios, você está basicamente pegando um empréstimo, o que no caso do cheque especial, possui juros bem altos.

O ideal é analisar a sua situação financeira atual e se planejar para quitar as dívidas e recuperar a sua saúde financeira.

3- Pagamento mínimo

Se você estiver pagando a fatura mínima do cartão de crédito e entrou nos juros rotativos, então provavelmente você está mantendo um padrão de vida que não deveria. Afinal de contas, você não está conseguindo nem pagar a fatura toda!

4- Manter as aparências

Gastar acima do que deve apenas para manter as aparências é uma atitude que pode acabar com a sua saúde financeira. Lembre-se que você só tem uma vida e viver essa vida apenas para agradar às outras pessoas, não é uma boa escolha.

5- Mais dívidas do que bens

Se a soma das suas dívidas é maior do que o valor total dos seus bens, então você está em um nível de vida acima do seu. O ideal é que você tenha ativos que gerem renda como, por exemplo, investimentos diversificados.

6- Imprevistos

Geralmente, as pessoas que estão vivendo um padrão de vida acima da renda, não possuem uma reserva de emergência e não conseguem lidar com imprevistos financeiros, pois vivem sempre no limite da sua renda.

Ter uma reserva de emergência é muito importante para que você consiga lidar com os imprevistos sem ter que se endividar.

7- Poder de compra

Para finalizar, fique atento caso você compre bens sem conseguir lidar com os seus gastos. Por exemplo, a compra de um carro é o sonho de muitas pessoas, mas poucas pensam nos gastos com manutenção que este bem requer. 

Diferença entre padrão de vida e qualidade de vida

É importante não confundir padrão de vida e qualidade de vida. Isso porque o nível de vida se refere sobretudo aos gastos com bens e serviços. Já a qualidade de vida inclui todas as necessidades humanas, como saúde, moradia, educação, segurança e bem estar. 

Sendo assim, o padrão de vida está relacionado com a qualidade e a quantidade de bens e serviços adquiridos, ao passo em que a qualidade de vida envolve todas as necessidades humanas.

Portanto, a grande diferença entre padrão de vida e qualidade de vida é que o padrão de vida depende do poder aquisitivo, já a qualidade de vida depende das necessidades humanas serem supridas.

Nesse sentido, é possível ter um baixo padrão de vida mas com qualidade e vice-versa. Ou seja, é possível tanto ter uma vida satisfatória gastando pouco, quanto uma vida insatisfatória gastando muito. 

Muitas pessoas gastam mais do que o padrão de vida permite e não conseguem equilibrar seus desejos e necessidades. Isso porque a saúde financeira é mais relevante do que o alto padrão de consumo.

É melhor ter um orçamento equilibrado e uma relação saudável com o dinheiro do que trabalhar apenas para manter um alto padrão de vida, sem conseguir reservar dinheiro para nada, nem para uma reserva de emergência ou para realizar objetivos financeiros.

Assista ao vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e entenda mais sobre saúde financeira e gastos acima do que a sua renda permite:

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