23 de setembro de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Nos últimos meses, o Brasil voltou a atrair a atenção dos investidores internacionais, especialmente dos EUA e da Europa. Muitos deles veem o país como a próxima Argentina. Não no sentido de crise ou colapso econômico, mas como uma possível oportunidade de valorização expressiva, tal como ocorreu recentemente no mercado argentino após mudanças políticas.
Historicamente, o Brasil costuma seguir tendências eleitorais vistas antes em outros países, mas com certo atraso. Nos EUA, vimos a vitória de Trump e, depois, a volta dos democratas com Biden. Na Argentina, Javier Milei conquistou o governo após um longo período de políticas de esquerda. Agora, com eleições marcadas para 2026, os investidores especulam se o Brasil também passará por uma guinada para centro ou centro-direita.
Para os fundos internacionais, esse possível movimento é estratégico: caso percam a valorização do mercado brasileiro, ficarão para trás. Como afirmou o estrategista-chefe da UBS, instituição suíça que assessora grandes patrimônios: “quem não participa da alta do Brasil está fora do jogo”.
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Atitudes diferentes
Enquanto os investidores estrangeiros aplicaram US$ 226 milhões em ações brasileiras apenas em agosto. Os investidores locais seguem na direção totalmente oposta, investindo no exterior e evitando a bolsa doméstica.
Além disso, os empresários brasileiros têm recomprado ações de suas próprias empresas, sinalizando que veem o mercado nacional como subavaliado. Quando empresas fecham capital ou realizam recompras, normalmente acreditam que o preço atual não reflete o verdadeiro valor do negócio.
Benefícios x popularidade
Existe uma correlação direta entre inflação e a popularidade presidencial. Dados mostram que quando o preço dos alimentos sobe, a aprovação do governo cai. E o contrário também ocorre.
Em 2025, a queda nos preços dos alimentos elevou a aprovação do presidente entre beneficiários do Bolsa Família de 51% para 64% em setembro de 2025. Enquanto a desaprovação caiu de 46% para 32%. E atualmente, cerca de 93 milhões de brasileiros recebem algum tipo de benefício governamental e isso ajuda muito o Lula.
Entre quem não é beneficiário, 55% desaprova e 42% apoia. E o que essa parcela da população que desaprova faz? Normalmente, na grande maioria dos casos, adota uma postura hostil em relação a políticas sociais. Saí por aí falando mal do Bolsa Família, falando que tem que acabar com os benefícios e etc. E sabe o que ocorre em decorrência disso? Você afasta possíveis eleitores e favorece ainda mais a narrativa governista, que promete proteção e benefícios diretos à população.
Além disso, vale dizer que os auxílios não “somem” da economia. Muito pelo contrário, eles retornam rapidamente para o comércio e serviços locais, gerando arrecadação e estimulando ainda mais a atividade econômica.
E esse dinheiro está, na verdade, retornando para o trabalhador. Afinal, uma parte significativa do salário deles é retido em fonte e ainda pagam mais uma grande porcentagem de juros quando vão consumir. E ao contrário do que as pessoas pensam, ninguém vive só de Bolsa Família, é impossível gente. Todo mundo que recebe bolsa família, tem alguma renda extra por fora. Não dá pra se sustentar com R$300 e poucos reais.
Por isso, o que falta na direita é a compreensão do dia a dia das pessoas.
Por isso, acredito que esse entusiasmo dos estrangeiros é arriscado. Assumir que o resultado eleitoral de 2026 já está definido, é muito arriscado. Afinal, a popularidade do governo pode mudar rapidamente conforme as variáveis econômicas se alteram.
Enfim, é isso que penso a respeito desse assunto. Quer compreender melhor sobre tudo que falei aqui? Então, assista ao vídeo em que comento mais sobre!
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