Crise econômica: entenda o que é, as causas e as consequências

A economia é dividida em ciclos econômicos. Sendo assim, quando a economia de um país está passando pelo ciclo de diminuição do crescimento econômico, diz-se que ele está em crise econômica.

16 de novembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer


Crise econômica é um período de retração econômica. Isso significa que a economia de determinado local está passando por constantes baixas. 

Os períodos de crises econômicas são medidas através do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja, o PIB é o resultado da soma de todos os bens e produtos finais produzidos por um país, estado ou cidade. 

Apesar das consequências alarmantes de uma crise financeira, o cenário de diminuição do crescimento é totalmente normal no ciclo econômico que rege a sociedade capitalista.

Saiba mais sobre crise econômica, lendo a seguir:

O que é uma crise econômica

Uma crise econômica é uma situação de grande dificuldade econômica que afeta um país ou região de forma geral, causando um declínio significativo na atividade econômica, aumento do desemprego, queda nos salários e no nível geral de vida, além de possíveis impactos negativos em outros aspectos da sociedade.

Essas crises podem ser causadas por uma variedade de fatores, como desequilíbrios macroeconômicos, instabilidade financeira, choques externos, má gestão econômica, entre outros. Elas podem ser caracterizadas por uma recessão econômica, que é uma queda prolongada do Produto Interno Bruto (PIB) por dois ou mais trimestres consecutivos.

As crises econômicas podem ter efeitos graves e duradouros sobre a sociedade, especialmente sobre os grupos vulneráveis, como os trabalhadores de baixa renda, os idosos e os jovens. Por isso, é importante que os governos e outras instituições tomem medidas preventivas e de mitigação para minimizar os efeitos negativos dessas crises e promover a recuperação econômica.

Existem ciclos econômicos podem ser divididos em quatro fases principais:

  • Expansão: Os níveis de produção estão crescendo, assim como a demanda, a renda das famílias e a taxa de lucro das empresas.
  • Boom: A atividade econômica atinge seu ponto máximo. Nesse momento, podem acontecer problemas de superprodução e alta inflação.
  • Recessão: A atividade econômica começa a diminuir, a demanda cai e a taxa de desemprego aumenta.
  • Depressão: Aprofundamento da crise econômica, redução das taxas de juros, altas taxas de desemprego e ocorrência de falências.

Quais são as características de uma crise econômica?

Uma crise econômica apresenta várias características distintas que afetam a economia de um país ou região. Vamos destacar algumas das principais:

1) Redução da Produção e do Crescimento Econômico

Durante uma crise, a produção de bens e serviços diminui significativamente.

O Produto Interno Bruto (PIB), que mede o valor total da produção de um país, também cai. Isso resulta em menor crescimento econômico.

2) Aumento do Desemprego

A crise geralmente leva a demissões em massa.

As empresas reduzem a produção e, consequentemente, precisam dispensar funcionários. O desemprego aumenta, afetando negativamente as famílias e a sociedade como um todo.

3) Queda nos Investimentos e Consumo

Durante uma crise, as empresas ficam mais cautelosas e reduzem os investimentos em novos projetos.

Os consumidores também cortam gastos, pois têm menos confiança no futuro econômico. Isso cria um ciclo de redução na demanda e na atividade econômica.

4) Instabilidade Financeira

Bancos e instituições financeiras enfrentam dificuldades durante uma crise. A confiança no sistema financeiro diminui, levando a uma fuga de capitais e à queda nos preços dos ativos financeiros.

5) Inflação ou Deflação

Dependendo da natureza da crise, pode ocorrer inflação (aumento generalizado dos preços) ou deflação (queda generalizada dos preços). Ambos têm impactos significativos na economia.

6) Endividamento Público

Durante crises, os governos geralmente aumentam os gastos para estimular a economia. No entanto, isso pode levar a um aumento do endividamento público, que precisa ser gerenciado com cuidado.

7) Impacto Social

As crises afetam a qualidade de vida das pessoas.

Aumento do desemprego, redução de salários e dificuldades financeiras têm consequências sociais, como aumento da pobreza e tensões sociais.

8) Setores Específicos Afetados

Algumas crises são setoriais, afetando áreas específicas, como o mercado imobiliário ou o setor bancário. Outras são mais amplas e atingem toda a economia.

9) Duração e Intensidade

As crises podem ser curtas e agudas (recessões) ou prolongadas e profundas (depressões). A duração e a intensidade variam conforme a causa e a resposta das autoridades econômicas.

Lembrando que as características específicas de uma crise podem variar de acordo com o contexto histórico, a causa subjacente e as políticas adotadas para enfrentá-la. É importante que os governos e as instituições econômicas estejam preparados para lidar com essas situações e minimizar seus impactos na sociedade.

Quais são as causas de uma crise econômica?

Uma crise econômica não tem uma única causa, e diversos fatores podem desencadear esses quadros. Aqui estão as principais causas, acompanhadas de comentários explicativos:

1) Bolhas Especulativas ou Financeiras

Essas bolhas ocorrem quando os preços de ativos (como ações ou imóveis) se inflam artificialmente devido a expectativas exageradas.

Quando a bolha estoura, pode levar a uma queda significativa nos mercados financeiros e afetar a economia como um todo.

2) Aumento ou Redução na Produção e Oferta de Matérias-Primas

Flutuações na produção agrícola, mineração ou extração de recursos naturais (commodities) podem impactar a economia.

Por exemplo, uma seca prolongada pode reduzir a produção de alimentos, afetando os preços e o consumo.

3) Eventos Climáticos, Guerras e Crises Sanitárias

Desastres naturais, conflitos armados e pandemias têm efeitos devastadores na economia. Interrupções na produção, danos à infraestrutura e perda de vidas afetam o crescimento econômico.

4) Má Gestão Empresarial e Governamental

Decisões inadequadas de empresas e governos podem levar a crises.

Por exemplo, políticas fiscais insustentáveis, corrupção ou falta de regulamentação adequada podem minar a estabilidade econômica.

5) Superendividamento em Massa ou de Grandes Atores do Mercado

Quando indivíduos, empresas ou governos acumulam dívidas excessivas, isso pode levar a uma crise.

O colapso de grandes instituições financeiras também pode desencadear uma crise sistêmica.

6) Inflação e Taxas de Juros Inadequadas

A inflação descontrolada diminui o poder de compra das pessoas e afeta negativamente os investimentos. Taxas de juros muito altas ou muito baixas também podem desequilibrar a economia.

É importante lembrar que essas causas muitas vezes se entrelaçam e podem ocorrer simultaneamente, amplificando os efeitos da crise econômica.

E quais são as consequências de uma crise econômica?

As consequências de uma crise econômica podem ser profundas e afetar diversos aspectos da sociedade. Aqui estão algumas delas:

1) Desemprego em Massa

Durante uma crise, empresas podem fechar ou reduzir suas operações, resultando em demissões em larga escala. Isso afeta diretamente a renda das famílias e a capacidade de consumo.

2) Redução do PIB e Crescimento Econômico Negativo

A economia como um todo encolhe, levando a uma queda no Produto Interno Bruto (PIB). Isso significa menos produção, menos investimentos e menos riqueza gerada.

3) Aumento da Pobreza e Desigualdade

Pessoas que já estão em situação vulnerável são as mais afetadas. A pobreza aumenta, e a desigualdade social se acentua à medida que alguns setores sofrem mais do que outros.

4) Colapso de Empresas e Instituições Financeiras

Durante crises, empresas podem falir, bancos podem enfrentar dificuldades e até mesmo governos podem ter problemas para pagar suas dívidas. Isso abala a confiança no sistema econômico.

5) Crise de Confiança e Pessimismo

Os consumidores e investidores ficam receosos, o que leva a uma redução nos gastos e nos investimentos. A falta de confiança pode prolongar a crise.

6) Impacto na Saúde Mental e Bem-Estar

O estresse financeiro, a incerteza e a instabilidade podem afetar a saúde mental das pessoas. Aumento de casos de ansiedade, depressão e outros problemas emocionais são comuns.

7) Instabilidade Política e Social

Crises econômicas muitas vezes levam a protestos, conflitos e mudanças políticas. A insatisfação popular pode crescer, afetando a estabilidade do país.

8) Diminuição dos Investimentos em Educação e Saúde

Durante crises, os governos geralmente cortam gastos em áreas como educação e saúde para equilibrar o orçamento. Isso tem impactos de longo prazo na qualidade de vida da população.

9) Desvalorização da Moeda e Inflação

A moeda nacional pode perder valor, tornando os produtos importados mais caros. A inflação também pode aumentar, prejudicando o poder de compra.

10) Recessão Global e Impacto Internacional

Uma crise econômica em um país pode se espalhar para outras nações, criando uma recessão global. O comércio internacional, os mercados financeiros e as relações diplomáticas são afetados.

É importante lembrar que as consequências variam de acordo com a gravidade da crise e as medidas tomadas para enfrentá-la.

Como enfrentar uma crise econômica?

Enfrentar uma crise econômica requer estratégias sólidas e preparação adequada. Aqui estão algumas dicas práticas para navegar nesse cenário com confiança:

1) Diversifique seus investimentos

Espalhe seus investimentos em diferentes classes de ativos, como ações, títulos e imóveis. Isso reduz o risco, pois se uma parte do seu portfólio sofrer, outras partes podem compensar.

2) Fortaleça seu fundo de emergência

Imagine seu fundo de emergência como um colchão financeiro. Ter pelo menos seis meses de despesas cobertas é essencial. Isso garantirá um amortecedor financeiro em caso de desemprego ou despesas médicas inesperadas.

3) Invista em Educação Financeira

Equipar-se com conhecimento é essencial. Procure cursos online, leia livros sobre finanças pessoais e siga blogs financeiros respeitáveis.

4) Reduza as dívidas

Concentre-se em pagar empréstimos de alto juro primeiro, como cartões de crédito. Reduzir suas dívidas alivia um fardo pesado e melhora sua saúde financeira.

5) Avalie suas despesas

Reconsidere o que é supérfluo e busque produtos e serviços mais baratos. Corte gastos desnecessários e mantenha um estilo de vida sustentável.

6) Investir em Ouro e Outros Ativos Seguros

Além da diversificação, considere ativos como ouro, que tendem a manter valor durante crises econômicas.

7) Mantenha-se Informado sobre o Mercado

Acompanhe notícias econômicas, tendências e eventos que possam afetar seus investimentos e finanças pessoais. Manter-se bem informado é uma boa tática de defesa de suas finanças.

8) Avalie suas Metas Financeiras

Reavalie seus objetivos e ajuste-os conforme necessário. Priorize o que é essencial para sua segurança financeira a longo prazo.

9) Explore Novas Oportunidades de Renda

Busque alternativas de renda e oportunidades de trabalho. Esteja aberto a mudanças e aprendizado contínuo.

Lembrando que cada situação é única, e adaptar essas estratégias à sua realidade é fundamental para enfrentar uma crise econômica com sucesso.

Crises econômicas históricas

Uma crise econômica pode ser causada por diversos motivos. Ao longo da história da humanidade, muitas crises surgiram. Como exemplo, temos: 

1) Crise de 1929

A crise de 1929 foi tão intensa que recebeu o nome de Grande Depressão. Ela começou nos Estados Unidos, mas se espalhou para diversos países. Nesse caso a crise não teve uma única causa. 

Uma das causas foi a quebra da bolsa, resultante da bolha econômica. Além disso, o país estava produzindo muitos produtos agrícolas, o que causou um excesso de mercadorias, que aliado à queda de consumo da população, foi fatal. 

2) Crise de 2008

Uma crise mais recente foi a de 2008, também chamada de subprime. Ela também teve sua origem nos Estados Unidos e se espalhou por todo o mundo. Entretanto, nessa crise, a causa foi mais clara.

Acontece que vários bancos e financeiras estavam concedendo empréstimos de maneira generalizada, sem uma apuração para saber se as pessoas iriam conseguir pagar os empréstimos. O resultado foi uma bolha imobiliária, que desencadeou a crise de 2008, e demorou quase dois anos até ser superada. 

Fontes: Acqio, Buzaneli, Significados

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