Banco do Brasil em queda livre, vale a pena investir?

As ações do Banco do Brasil tem chamado a atenção de muitas pessoas. Mas, será que realmente vale a pena investir? Entenda aqui!

17 de agosto de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


O Banco do Brasil (BBAS3) é uma das instituições financeiras mais tradicionais do país e direta ou indiretamente, impacta a vida de milhões de brasileiros. Muitos investidores possuem participação nele sem saber, principalmente por meio de fundos de previdência, comuns entre os trabalhadores do setor público.

Nos últimos meses, o banco chamou atenção por estar sendo negociado a um dos menores valuations de sua história recente, chegando a R$ 19,71 por ação. Para se ter ideia, em maio de 2025, a cotação era de R$ 29,40, o que representa uma queda de 32% desde então.

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Banco do Brasil vai quebrar?

Analisando os últimos cinco anos, é raro ver o Banco do Brasil em valores tão baixos. Em 2015, por exemplo, o papel chegou a R$ 17,00, mas desde então manteve patamares mais elevados.

O banco é uma estatal, o que significa que mudanças na presidência da República podem influenciar em sua gestão, já que cargos de liderança podem ser indicados politicamente. Apesar disso, historicamente, a instituição manteve indicadores sólidos e uma operação eficiente, com equipes técnicas capacitadas.

O primeiro trimestre de 2025 trouxe resultados abaixo das expectativas:

  • Lucro líquido ajustado: queda de 20,7% em relação ao mesmo período de 2024
  • ROE: recuo para 16,7%.
  • Impactos regulatórios: a nova resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN 4966) alterou regras contábeis, reduzindo em cerca de R$ 1 bilhão a receita líquida de juros.
  • Inadimplência no agronegócio: subiu para 3,04%, pressionando provisões e piorando a qualidade dos ativos.

Essa inadimplência é relevante, pois no sistema bancário, cada real em caixa pode se multiplicar em vários reais emprestados. Assim, mesmo um pequeno percentual de calote pode ter impacto significativo e pode criar uma espiral da morte.

Além dos desafios internos, o Banco do Brasil enfrenta pressões externas com o agronegócio fragilizado e a selic elevada. Isso gera um descompasso entre ativos e passivos, aumentando a complexidade da gestão financeira. Por isso, o banco revisou suas projeções (guidance) para lucro, margem e custos, gerando mais incerteza no mercado.

O que dizem as casas de análise?

O mercado está dividido sobre a atratividade do papel. A Ágora e o Bradesco BBI passaram a recomendação de compra para neutra, citando os riscos no agronegócio e incertezas contábeis. Já a Genial Investimentos, reduziu o preço-alvo de R$ 40,00 para R$ 31,14.

A XP Investimentos manteve recomendação de compra, destacando o valuation atrativo, dividendos robustos e múltiplos baixos. E o BTG Pactual também manteve a recomendação de compra, apesar de prever ROE menos sustentável.

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Comparativo entre os principais bancos e oportunidades de investimento

Ao analisar os principais bancos listados na Bolsa, percebemos diferenças relevantes nos indicadores de eficiência, rentabilidade e crescimento.

Nos índices de eficiência, a melhor margem líquida é do Itaú, seguido pelo Santander, que apresenta a melhor margem bruta. Já no quesito rentabilidade e distribuição de dividendos, o destaque fica para o Banco do Brasil, que atualmente paga dividendos de 11,97%, distribuindo apenas 28% do lucro. Ou seja, isso significa que a instituição mantém uma boa margem para reinvestimentos.

Para efeito de comparação, o Itaú distribui 53%, o Bradesco (BBDC4) distribui 40% e o Santander, 11,37%.

Além disso, o ROE (Retorno sobre o Patrimônio) mostra outra diferença importante: o Itaú se destaca com 21,28%, enquanto o Banco do Brasil mantém um desempenho sólido, com vantagem no crescimento de receita nos últimos períodos.

Banco mais descontado do momento

Em resumo, os múltiplos de mercado indicam que o Banco do Brasil está atualmente com preço mais atrativo em relação a seus concorrentes, mesmo sendo uma estatal. Ele surge como uma boa oportunidade, com preço atrativo e bons dividendos. Por isso, para investidores que desejam uma estratégia de longo prazo baseada em fundamentos, a exposição ao setor bancário pode ser um movimento inteligente no cenário atual.

Quer entender melhor sobre os números do Banco do Brasil atualmente? Então, assista ao vídeo completo!

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