Não compre carro, não compre casa, não viaje. Só invista!

24 de julho de 2023, por Raul Sena (Investidor Sardinha)

Tempo de leitura médio: 3 min, 18 seg


Não compre carro, não compre um imóvel e não viaje: pare de gastar dinheiro à toa! Eu sei que essa afirmação pode parecer pesada, mas é essa mesmo a intenção. Pelo menos para alguns coachs que surgiram por aí. Eles andam ensinando que o certo é apenas investir, vivendo com o mínimo possível, pensando numa renda melhor lá na frente. Mas será que é isso mesmo? Vale a pena investir a maior parte do seu salário?

É verdade que muita gente não enriquece porque gasta quase todo o dinheiro com coisas que não precisa ou para agradar pessoas que nem conhece. Assim, eles se endividam para ter um carrão, moram numa casa bem acima da sua capacidade financeira e vivem viajando às custas dos juros do cartão de crédito.

Existem, por outro lado, pessoas que aderem a um certo minimalismo financeiro, abrindo mão de praticamente tudo que o dinheiro compra e pensando apenas em investir. E isso é um grande erro! Na verdade, é burrice mesmo.

Não viva para investir

Uma coisa que sempre ensino para os alunos da AUVP é que a gente precisa investir para viver. Jamais o contrário! Muita gente acha que o segredo dos investimentos é abrir mão de absolutamente todos os prazeres, agora, para juntar um monte de dinheiro e ser feliz no futuro. Mas não é por aí.

A verdade é que você só percebe a importância da sua juventude depois que o tempo passa. E a grande frustração é se dar conta de que o tempo não volta mais. Por isso, você precisa aprender a viver uma boa vida, desfrutando das coisas que te dão prazer. E, claro, investindo um pedaço do seu salário.

Vale a pena comprar carro e casa?

Na contramão do que andam falando por aí, você pode SIM comprar um carro e uma casa, sem abrir mão dos seus investimentos. Aliás, em alguns casos, financiar um imóvel faz mais sentido que morar de aluguel (e a Calculadora Alugar x Financiar do Investidor Sardinha prova isso).

A questão, portanto, não é o QUE mas o COMO. Você não precisa do carro do ano nem do apartamento de frente pro mar. O ideal é ter um carro que caiba no seu orçamento, lembrando que os custos totais de um veículo vão muito além do combustível e das revisões básicas. Da mesma forma, você pode até financiar um imóvel desde que as prestações se encaixem no seu bolso.

Metade droga, metade salada

No fim das contas, é tudo uma questão de equilíbrio. Você não precisa abrir mão do cafezinho ou do happy hour com os amigos, mas também não pode extrapolar o limite do cartão de crédito e passar a viver para pagar juros. Como falo em uma de minhas aulas, o ideal é que sua vida seja “metade droga e metade salada”.

Você pode ter um carro razoável, morar bem e fazer sua viagem de férias. Afinal, as experiências de vida que você vai acumular são incomensuráveis. O grande lance é entender que investindo menos, mas todos os meses, o fim vai ser o mesmo: você vai acumular um bom patrimônio, ainda que – com alguns bens, cafezinho e negroni – demore um pouco mais.

E então, gostou do conteúdo? Não deixe de assistir ao vídeo acima (do canal Investidor Sardinha) em que detalho porque você não deve viver apenas para investir.

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