Olha a besteira que o Trump acabou de fazer

O Trump fez mais uma besteira e vou te explicar como isso nos afeta! Felizmente, o Brasil é um dos países menos afetados. Entenda!

15 de abril de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


No dia 2 de abril de 2025, Trump anunciou um novo pacote de tarifas de importação que causará repercussões importantes no comércio internacional. Batizado de “Dia da Libertação”, o plano pretende impor tarifas recíprocas a todos os países, isso inclui uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros. No entanto, não somos os mais afetados, em alguns locais a tarifa aplicada chega a atingir 49%.

Ao impor essas taxas, Trump ignora um dos fundamentos que impulsionaram o crescimento dos Estados Unidos ao longo do século XX que é a liberdade econômica.

Saiba mais: Barreiras tarifárias: o que são e como funcionam?

Tarifas não são sinônimo de liberdade

Uma das críticas centrais ao novo pacote é a incoerência com os ideais liberais. Tarifa é, por definição, uma intervenção estatal. Quando um país aplica tarifas pesadas, ele está distorcendo o mercado. A lógica por trás da decisão de Trump seria a busca por “reciprocidade”. Ou seja, se outros países impõem barreiras comerciais aos EUA, então os EUA também deveriam fazer o mesmo.

Mas essa conta não fecha tão facilmente. O que Trump não considera é o tipo de produto que os EUA importam e o que exportam em troca.

Erro de Trump?

Os EUA importam do Brasil principalmente commodities, como carne, soja, minério de ferro, café e celulose. No geral, são produtos com pouco valor agregado, que são usados como base para a produção de bens mais complexos. Ao taxar essas matérias-primas, Trump está encarecendo o custo de produção da própria indústria.

Pensando no café, por exemplo. O Brasil exporta o grão cru e os EUA processam esse grão, transformam em cápsulas e revendem, inclusive para nós. Quem lucra mais nessa cadeia? Claramente, quem agrega valor ao produto final.

Por isso, ao dificultar a importação de insumos, os EUA enfraquecem sua própria competitividade industrial, especialmente em um momento em que países como a China seguem ganhando espaço justamente por oferecer produtos finais mais baratos.

Além disso, o impacto inflacionário é inevitável. Quando o custo dos insumos sobe, o preço final do produto também sobe e o consumidor americano é quem paga a conta. É como se ele estivesse contratando inflação para o próprio país.

Os impactos para o Brasil

Apesar do alarde inicial, os impactos diretos para o Brasil são relativamente limitados. Produtos como aeronaves, aço e petróleo, que juntos representam 12% das exportações brasileiras para os EUA, não estão entre os principais alvos da tarifa.

A maior perda vem do setor de mineração, com uma estimativa de US$2 bilhões a menos em exportações. Por isso, produtos como café, celulose e manufaturados também devem sofrer, o que pode gerar um efeito colateral curioso: com menos demanda externa, esses produtos tendem a ficar mais baratos no mercado interno, aliviando um pouco a pressão inflacionária no Brasil.

Ou seja, ironicamente, Trump pode ter ajudado o governo Lula, já que a menor demanda externa pode significar alimentos e produtos mais baratos para os brasileiros.

Veja também: Quais são os maiores exportadores do mundo?

Um tiro no pé da indústria americana

Enquanto o Brasil perde pouco, os EUA enfrentam um risco real de desaceleração econômica e alta da inflação. A indústria americana passará a competir com produtos mais caros, fruto do aumento no custo de matéria-prima. A mão de obra, que já é mais cara nos EUA, também sofre com medidas como deportações em massa, que reduzem a oferta de trabalhadores e elevam os custos operacionais.

A ideia de impor tarifas para produtos estrangeiros parece simples: se encarecer o produto importado, o consumidor comprará mais do nacional, fortalecendo a indústria local. No papel, funciona. Mas, na prática, não é bem assim e o Brasil é um ótimo exemplo disso.

Por aqui, adotamos essa política há décadas. Produtos com alto valor agregado, como eletrônicos, são sobrecarregados com impostos. Um iPhone, por exemplo, pode chegar a ter mais de 80% de tributos somados ao seu preço original. A justificativa? Incentivar a produção local e proteger a indústria brasileira. Funciona? Não.

Quantas marcas brasileiras de celulares você conhece? E de carros? A verdade é que, ao invés de impulsionar a indústria nacional, essa política acabou dificultando o acesso a maquinário, tecnologia e inovação.

Trump quer enfraquecer o dólar?

Muitas pessoas acreditam que a real intenção de Trump é enfraquecer o dólar, para tornar os produtos americanos mais competitivos no exterior. Com o dólar valorizado, um produto exportado dos EUA chega a países como o Brasil custando até 5 ou 6 vezes mais. Isso desestimula as exportações americanas e fortalece concorrentes como a China, que mantém sua moeda artificialmente desvalorizada há anos.

Ou seja, em termos práticos: se o dólar cai, produtos americanos ficam mais acessíveis para o mundo e isso poderia estimular a economia dos EUA.

No entanto, se a estratégia de Trump der errado, os EUA podem enfrentar uma crise econômica. Por outro lado, isso pode abrir uma janela de oportunidades para investidores globais, inclusive brasileiros. Imagine poder comprar ativos americanos desvalorizados? É uma chance única de investir em dólar a um preço mais atrativo.

Como se beneficiar nessa situação?

Mas se der certo, o investidor posicionado em dólar também se beneficia. Afinal, estará exposto a uma economia fortalecida. E se a China se sair ainda melhor nesse cenário, investir em ETFs asiáticos também pode ser um ótimo caminho.

Por isso, a grande lição é que não importa o que aconteça com a economia americana ou chinesa, quem está bem posicionado globalmente vai estar sempre lucrando!

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