Você é pobre porque é burro?

Recentemente, me deparei com um vídeo que afirmava que “pessoas são pobres, porque são burras“. Mas eu achei essa afirmação forte demais e se você está aqui, talvez ela tenha te incomodado de alguma forma também. Por isso, hoje quero propor aqui uma conversa adulta sobre pobreza, ignorância e oportunidades. Sem rodeios, sem romantização e sem ilusões.

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O que chamamos de pobreza?

Antes de tudo, é preciso definir do que estamos falando. Pobreza não é sinônimo de classe média. Pobreza, no sentido mais duro, é a condição de quem “vende o almoço para comprar a janta”. É morar em espaços minúsculos, estudar a vida inteira em escola pública sem estrutura, viver em regiões com baixa qualidade de vida e enfrentar um ambiente que não oferece portas de saída. E, infelizmente, essa é a realidade da maior parte dos brasileiros.

Não existe ferramenta mais poderosa para deixar a pobreza do que a educação. Não significa que estudar transforma alguém em rico do dia para a noite, mas amplia as chances de acesso a empregos melhores, menos braçais e que dependem mais do intelectual do que da força física.

É comum que uma família leve até quatro gerações para chegar à classe média no Brasil. Esse dado revela muito sobre a dificuldade histórica de mobilidade social por aqui.

O impacto da ignorância

Dizer que pobreza é ignorância, não é uma ofensa. Ignorância, aqui, significa simplesmente não ter tido acesso a conhecimentos básicos, formação cultural, referências ou estrutura familiar que incentivem o aprendizado.

Quando você conversa por uma hora com uma pessoa que trabalha no caixa de um supermercado, por exemplo, percebe lacunas de formação: dificuldades com plural, geografia, matemática básica. Isso não é falta de inteligência, mas ignorância, é uma pessoa que não teve acesso a uma boa educação.

Se fôssemos nos guiar por isso, basta imaginar o contrário. Imagine os filhos dessas pessoas ricas que tomam todas as decisões erradas possíveis. Bate carro, briga na rua, vai preso várias vezes, mas isso não faz com que ele fique pobre. Mas ele é burro. No entanto, a base ele tem uma base familiar tão sólida, que o impede de se tornar pobre.

Riqueza não nasce apenas de trabalho: nasce também de capital cultural, redes de apoio e acesso.

Então, se você é pobre e não quer mais ser, a única coisa que não pode ser é ignorante.

Conhecimento técnico

Hoje, há caminhos mais rápidos, especialmente via conhecimento técnico, para deixar de ser pobre. Quem domina o mercado financeiro ou de programação, por exemplo, dificilmente permanece pobre. Não porque é inteligente, mas porque acessou um tipo de conhecimento de alto valor no mercado.

E isso reforça o ponto principal: pobreza não é falta de QI. É falta de informação, exposição e educação de qualidade. Tem muito mais a ver com a sua criação, com o lugar onde você nasce, do que com qualquer outra coisa. Então, não acredite nesse tipo de coisa, não deixe que esse tipo de comentário te coloque para baixo.

Quer entender melhor sobre esse meu raciocínio e o porquê eu não gostei dessa afirmação que ouvi? Então, assista ao vídeo em que expliquei melhor sobre!

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