30 de março de 2021 - por Jaíne Jehniffer

Você já parou para pensar onde o dinheiro realmente circula e como ele se multiplica? O mercado financeiro é esse grande ambiente onde tudo acontece, e é formado por bancos, corretoras, bolsas de valores e órgãos reguladores, conectando quem tem recursos com quem precisa deles.
Neste texto, a gente te explica o que é mercado financeiro, como ele funciona, sua função e muito mais.
O que é mercado financeiro?
O mercado financeiro é um ambiente formado por instituições como bancos, corretoras, bolsas de valores e órgãos reguladores.
Ele tem um papel fundamental na economia: é onde acontecem as negociações de ativos, como ações, títulos públicos, moedas e fundos de investimento, conectando pessoas e empresas interessadas em investir com aquelas que precisam de recursos.
Essas transações envolvem diferentes participantes, como investidores, vendedores, instituições intermediárias e entidades que garantem que tudo ocorra de forma segura e transparente, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O mais interessante é que, mesmo que pareça distante da rotina, o mercado financeiro está presente em muitos momentos do dia a dia, a exemplo nos juros do cartão, na valorização da moeda, no rendimento de uma aplicação e muito mais.
Qual a função do mercado financeiro?
A função do mercado financeiro é simples, mas essencial: aproximar quem quer investir de quem precisa de recursos para crescer. Esse encontro entre investidores e tomadores de crédito faz o dinheiro circular, impulsiona novos projetos e dá ritmo à economia.
Quando essa estrutura funciona bem, todo o país sente os efeitos, já que traz mais oportunidades, geração de empregos e desenvolvimento em diferentes setores. Logo, é toda essa rede que ajuda a manter a economia ativa e em movimento.
Como funciona o mercado financeiro?
O mercado financeiro atua como uma engrenagem importante no funcionamento da economia. Como a gente já viu, de um lado, estão os investidores, Do outro, empresas e instituições que precisam captar dinheiro.
Entre esses dois grupos estão as instituições intermediárias, como bancos, corretoras e distribuidoras, que fazem a ponte entre quem investe e quem precisa de recursos. Como prestam um serviço essencial nesse processo, essas instituições costumam cobrar taxas ou comissões pelas operações realizadas.
Dentro desse grande sistema, há uma variedade de ativos financeiros que circulam diariamente. Os mais comuns incluem:
- Ações: podem ser ordinárias (com direito a voto) ou preferenciais (com prioridade no recebimento de dividendos);
- Debêntures: títulos de dívida emitidos por empresas que querem captar recursos diretamente do mercado;
- Mercado futuro: onde se negociam contratos de ativos com entrega futura, como os mini contratos de índice e dólar;
- Renda fixa: inclui títulos públicos e privados que pagam um rendimento previsível, como CDBs, Tesouro Direto e LCIs;
- Opções sobre ações: instrumentos que garantem o direito (mas não a obrigação) de comprar ou vender ações em uma data futura, por um preço previamente estabelecido;
- Commercial papers: títulos privados de curto prazo, usados principalmente por empresas para captar dinheiro de forma mais rápida e com menor burocracia.
Portanto, o mercado financeiro é um espaço onde interesses se encontram, uma vez que investidores buscam rentabilidade, enquanto empresas e instituições procuram recursos para crescer.
Quais são as subdivisões e segmentos do mercado financeiro?
1- Mercado de Crédito
Esse é o espaço onde acontecem as operações de empréstimos e financiamentos, tanto para pessoas quanto para empresas.
Aqui, os bancos e outras instituições financeiras oferecem crédito com prazos e taxas variados. Tudo é regulado pelo Banco Central, e quem define as diretrizes das taxas de juros é o Comitê de Política Monetária (Copom).
Esse mercado é essencial para o consumo e para o crescimento dos negócios no país.
2- Mercado de Capitais
No mercado de capitais, empresas buscam captar recursos diretamente com os investidores, por meio da emissão de ações ou títulos de dívida, como debêntures. Em troca, os investidores aplicam seu dinheiro com a expectativa de retorno.
Esse segmento é fiscalizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que garante a transparência e a segurança das operações. É um mercado que ajuda as empresas a crescerem e ao mesmo tempo permite que os investidores participem dos resultados.
3- Mercado Monetário
Esse mercado é voltado para negociações de curtíssimo prazo, geralmente entre instituições financeiras.
O objetivo aqui é controlar a liquidez do sistema financeiro, garantindo que sempre haja recursos suficientes circulando. As operações costumam durar de um dia a poucos meses e envolvem volumes altos.
O Banco Central também atua nesse segmento, regulando e monitorando os fluxos de dinheiro.
4- Mercado de Câmbio
Como o próprio nome indica, esse mercado é responsável pelas transações de compra e venda de moedas estrangeiras, como dólar, euro, libra, entre outras. Ele é fundamental para o comércio internacional, viagens e investimentos fora do país.
O Banco Central também é o órgão regulador nesse caso, garantindo que as operações sejam feitas dentro das normas e com transparência.
- Leia mais aqui: Mercado de câmbio: o que é e como funcionam as operações
Tipos de investimentos do mercado financeiro
1- Renda Fixa
Ideal para quem busca mais previsibilidade e segurança, os investimentos em renda fixa oferecem uma estimativa de retorno já no momento da aplicação.
Em geral, o investidor sabe quando e quanto vai receber no vencimento do título.
Alguns exemplos de renda fixa:
- Poupança: é simples e acessível, mas costuma render menos que outras opções;
- CDB (Certificado de Depósito Bancário): oferecido por bancos, pode ter rentabilidade diária ou no vencimento;
- LCI e LCA (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio): são isentas de imposto de renda para pessoas físicas;
- Tesouro Direto: plataforma do governo para compra de títulos públicos com diferentes prazos e objetivos;
- Debêntures: títulos emitidos por empresas para captar recursos diretamente do mercado;
- LC (Letra de Câmbio): semelhante ao CDB, mas emitida por financeiras.
2- Renda Variável
Já esse tipo de investimento envolve mais riscos, já que os retornos dependem das oscilações do mercado. Por outro lado, oferece um potencial maior de ganhos no longo prazo. Como o próprio nome sugere, a rentabilidade varia conforme o desempenho dos ativos.
Alguns exemplos de renda variável:
- Ações: representam uma fração do capital de uma empresa e podem valorizar ou desvalorizar ao longo do tempo;
- Opções e derivativos: instrumentos mais avançados, que permitem estratégias de proteção ou especulação;
- Fundos de ações e multimercados: reúnem diversos ativos e são geridos por profissionais do mercado, oferecendo mais diversificação.
Quais são os participantes do mercado financeiro?
1- Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A CVM é o órgão responsável por regular e fiscalizar o mercado de valores mobiliários no Brasil, ou seja, tudo o que envolve ações, debêntures, fundos de investimento e outros produtos financeiros negociados em bolsa ou fora dela.
Além disso, a comissão pode aplicar penalidades caso alguma regra seja desrespeitada, o que acaba garantindo a transparência e a proteção dos investidores.
2- Banco Central (BC, Bacen ou BCB)
O Banco Central é a principal autoridade monetária do país e atua como uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. Sua função é garantir a estabilidade da economia, controlar a inflação, definir a taxa básica de juros (Selic), regular o sistema bancário e supervisionar o câmbio.
3- Instituições financeiras
Essas instituições são os pilares da intermediação financeira. Elas incluem:
- Bancos comerciais;
- Corretoras e distribuidoras de valores;
- Bancos de investimento;
- Bancos de desenvolvimento;
- Sociedades de crédito e financiamento;
- Cooperativas de crédito.
Elas atuam oferecendo produtos e serviços, como contas bancárias, empréstimos, investimentos e seguros, conectando quem quer aplicar dinheiro com quem precisa de recursos.
4- Investidores
Os investidores são aqueles que colocam seu dinheiro no mercado com o objetivo de obter retorno. Podem ser pessoas físicas, empresas ou até governos.
Eles aplicam seus recursos em diferentes segmentos, como ações, títulos públicos, fundos ou imóveis.
Mercado financeiro brasileiro
O mercado financeiro no Brasil é dividido em quatro grandes áreas: o mercado monetário, de câmbio, de capitais e de crédito.
Cada um deles tem uma função específica dentro da economia, e todos são regulados por órgãos que garantem a organização e a segurança das operações, como o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Dentro dessa estrutura, a B3, que é a bolsa de valores brasileira, tem um papel muito importante. É nela que acontecem as negociações de ações, títulos, derivativos e outros ativos importantes para o funcionamento do mercado.
Isso significa que a B3 conecta investidores e empresas, sendo um dos principais canais para movimentar recursos e fomentar o crescimento econômico no país.
Benefícios do mercado financeiro
O mercado financeiro oferece vários benefícios. Um deles é o impulso que dá à economia, já que facilita o acesso ao crédito para quem precisa tirar um projeto do papel, expandir um negócio ou até organizar a vida financeira.
Isso, claro, movimenta o comércio, gera empregos e ajuda o país a crescer.
Para quem investe, inclusive, também há muitas vantagens. O mercado oferece várias possibilidades, desde opções mais seguras até investimentos com maior potencial de retorno.
Riscos do mercado financeiro
Investir no mercado financeiro pode trazer bons retornos, mas também envolve riscos que precisam ser considerados com atenção.
- Risco de liquidez: que acontece quando um ativo não pode ser facilmente transformado em dinheiro sem perda significativa de valor.
- Risco de crédito: surge quando a instituição ou empresa que emitiu um título não consegue pagar o valor prometido no prazo.
- Risco de taxa de juros: quando a taxa básica de juros da economia sobe ou cai, o valor de alguns ativos pode oscilar, o que impacta diretamente a rentabilidade da aplicação.
- Risco de mercado: ligado às variações de preço dos ativos causadas por mudanças no cenário econômico, político ou até por acontecimentos inesperados, como crises internacionais.
- Risco cambial: aparece quando se investe em ativos atrelados a moedas estrangeiras, como dólar ou euro.
- Risco operacional: que envolve falhas humanas, técnicas ou problemas nos sistemas das instituições financeiras. Isso inclui erros em plataformas de investimento, falhas de segurança digital ou até fraudes internas.
- Risco legal: está relacionado a mudanças nas leis, regulamentações ou decisões judiciais que podem afetar contratos, regras do mercado ou a rentabilidade dos investimentos.
Como investir no mercado financeiro?
1- Comece com um bom planejamento financeiro
Pode parecer simples, mas esse é o primeiro passo para quem quer começar a investir no mercado financeiro. Ter um plano claro ajuda a enxergar os objetivos com mais nitidez.
Por isso, vale definir metas de curto, médio e longo prazo, dividindo-as em etapas que façam sentido para o que deseja e dentro da sua realidade.
2- Mantenha o controle do orçamento
Saber exatamente quanto entra e quanto sai do bolso é essencial. Ter o orçamento atualizado permite identificar gastos desnecessários e fazer ajustes sempre que for preciso.
Esse controle ajuda a evitar dívidas e abrir espaço no orçamento para os investimentos.
3- Comece a poupar regularmente
Poupar precisa virar hábito. Sempre que o salário cair na conta, separe uma parte para guardar. O importante é criar consistência e encarar a poupança como prioridade, não como algo opcional. Certo?
4- Tenha uma reserva de emergência
Antes de pensar em grandes investimentos, o ideal é montar uma reserva de emergência. Isso porque ela serve como proteção em momentos de imprevisto, como uma demissão, uma despesa médica ou qualquer situação que exija um dinheiro extra.
O ideal é que essa reserva cubra de três a seis meses do total do seu custo de vida.
5- Estude o mercado e os tipos de investimento
Buscar informação é parte do processo. Entender como a economia funciona, quais são os tipos de investimentos disponíveis e qual se encaixa melhor com seus objetivos e perfil ajuda a tomar decisões mais conscientes e seguras.
6- Defina prazos para seus objetivos
Saber se o objetivo é de curto, médio ou longo prazo faz toda a diferença na hora de escolher os investimentos. Essa definição ajuda a entender quais oportunidades são mais adequadas para alcançar metas específicas, minimizando riscos e maximizando os ganhos.
7- Comece pela renda fixa
Para quem está começando ou tem um perfil mais conservador, a renda fixa pode ser um ótimo ponto de partida. Ela oferece mais previsibilidade e segurança, além de ajudar a entender melhor como funciona o comportamento do dinheiro ao longo do tempo.
8- Não se limite a uma única opção
Acredite, diversificar é uma estratégia inteligente. Montar uma carteira com diferentes tipos de ativos pode aumentar o potencial de retorno e, ao mesmo tempo, reduzir os riscos.
Com estudo e cuidado, dá para equilibrar a busca por lucro com a proteção do patrimônio.
9- Siga seu perfil
Por fim, seja firme no seu propósito. Só invista naquilo que faz sentido para o seu momento, seu perfil de risco e seus objetivos. Evite seguir modismos ou promessas de retorno fácil. Com planejamento, paciência e disciplina, os resultados aparecem no tempo certo.
Importância do mercado financeiro
O mercado financeiro desempenha um papel essencial no desenvolvimento econômico e social de um país. É por meio dele que empresas conseguem captar recursos para expandir seus negócios, lançar novos produtos ou equilibrar as contas.
Ao mesmo tempo, pessoas físicas têm acesso a opções de financiamento, crédito e diferentes modalidades de investimento, o que contribui para a circulação de dinheiro e oportunidades.
Além disso, vale lembrar que o mercado financeiro ajuda a direcionar os recursos para onde são mais necessários, o que acaba funcionando como uma ponte entre quem quer investir e quem precisa de capital para crescer.
Livros sobre o mercado financeiro
1. Pai Rico, Pai Pobre
Com linguagem acessível, o autor mostra como a educação financeira pode transformar a forma de lidar com o dinheiro. O livro compara duas visões opostas para ensinar conceitos básicos sobre ativos, passivos e independência financeira.
2. Faça Fortuna com Ações
Voltado para quem quer investir na bolsa, o livro apresenta uma abordagem prática e conservadora sobre ações. Bazin defende a importância de escolher empresas que pagam bons dividendos e têm fundamentos sólidos.
3. Fora da Curva
A obra reúne entrevistas com alguns dos maiores investidores do Brasil, trazendo suas histórias, estratégias e aprendizados. Por isso, essa se torna uma leitura inspiradora para quem quer conhecer diferentes formas de pensar e agir no mercado financeiro.
4. O Investidor Inteligente
Considerado uma das maiores referências no mundo dos investimentos, o livro ensina a analisar ações com foco em valor e segurança. É leitura obrigatória para quem quer investir com consistência e pensar no longo prazo.
5. Os Segredos da Mente Milionária
Por fim, este é mais voltado ao comportamento, o livro explora como as crenças sobre dinheiro influenciam os resultados financeiros. A proposta é mudar a mentalidade para desenvolver hábitos que favorecem o crescimento e a liberdade financeira.
Agora, para aprender como diversificar as ações entre empresas e setores, veja o vídeo de Raul Sena:
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Fontes: Santander, Suno, BTG Pactual, Invest News, Empiricus, Capital research, Xpi e Politize