19 de agosto de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)

Historicamente, o Banco do Brasil dominava quase 100% da carteira de crédito do agronegócio. No entanto, antigamente, os clientes do agronegócio eram praticamente obrigados a quitar suas dívidas. Porque eles precisavam plantar novamente, e para isso, também deviam continuar financiando novos ciclos de plantio e colheita. Ou seja, outras palavras, a inadimplência era muito baixa.
No entanto, esse cenário mudou. Novos players entraram no mercado e a participação do Banco do Brasil caiu para cerca de 50%. Isso significa que o produtor rural agora pode diversificar suas fontes de crédito e até mesmo atrasar ou renegociar pagamentos, sem perder acesso a financiamento em outras instituições.
O resultado disso é um aumento da inadimplência dentro da carteira do banco. Além disso, há outros fatores de risco:
- Crescimento do uso de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) como alternativa de crédito.
- Garantias mais frágeis, muitas vezes lastreadas apenas na própria produção agrícola.
- Pressões externas no setor de exportação, como tarifas sobre café e carne, que impactam a rentabilidade do agronegócio.
Esses pontos podem se refletir em relatórios futuros, especialmente no que diz respeito ao PDD (Provisão para Devedores Duvidosos), que tende a crescer se a inadimplência aumentar.
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Cuidado com o Banco do Brasil
Por isso, meu conselho é para que os investidores aguardem o próximo relatório, para decidir se vão investir mais no banco ou não.
Não se trata de vender ou desistir de BBAS, mas de evitar se antecipar. O próximo resultado trimestral pode trazer uma fotografia mais clara do cenário de riscos atuais. Caso o relatório apresente números mais fracos, é possível que a ação seja reprecificada pelo mercado, o que vai abrir espaço para novas oportunidades de compra a preços ainda mais atrativos.
A tese de longo prazo para BBAS não muda. No entanto, o momento pede apenas cautela antes de novos aportes. A estratégia segue sendo a mesma: disciplina e foco no longo prazo. No entanto, no momento, o mais prudente é aguardar.
Quer entender melhor sobre a situação do Banco do Brasil? Então, assista ao vídeo completo!
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