17 de dezembro de 2024 - por Nathalia Lourenço
A compra em margem é uma estratégia de investimento que permite comprar ativos com o auxílio de dinheiro emprestado pela corretora. Em outras palavras, você utiliza uma parte do seu próprio capital como garantia e toma um empréstimo para financiar o restante da compra. Essa prática oferece a possibilidade de ampliar os ganhos, mas também envolve riscos consideráveis.
Se você quer entender melhor como a compra em margem funciona, os benefícios e os desafios dessa estratégia, continue lendo este texto e descubra tudo o que você precisa saber antes de decidir utilizá-la em seus investimentos.
O que é compra em margem?
A compra em margem é uma operação financeira em que o investidor utiliza recursos emprestados de uma corretora ou instituição financeira para adquirir ativos, como ações, no mercado. O objetivo é aumentar o potencial de ganho com o uso de um capital maior do que aquele que o investidor possui inicialmente.
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Como funciona a compra em margem?
- Empréstimo: O investidor solicita um empréstimo à corretora para adquirir mais ativos do que poderia com seus próprios recursos.
- Garantia (Margem): Para garantir o empréstimo, o investidor precisa depositar uma quantia de recursos próprios, conhecida como margem de garantia. Este valor serve como um “depósito de segurança” para a corretora.
- Compra de ativos: Com o capital emprestado e a margem de garantia, o investidor compra mais ações ou outros ativos, buscando lucrar com a valorização desses ativos.
- Juros: A corretora cobra juros sobre o valor emprestado, e o investidor deve pagar esse montante junto com o valor principal em um prazo determinado.
Como fazer uma compra em margem?
Para fazer uma compra em margem, o processo envolve várias etapas, e é preciso entender os requisitos e os riscos envolvidos.
1. Escolha de uma corretora
Primeiramente, você precisará de uma conta em uma corretora que ofereça a possibilidade de operar com margem. Portanto, é importante certificar-se de que a corretora oferece essa opção e que você compreende as taxas e requisitos envolvidos. Além disso, verifique se a corretora tem boa reputação e oferece suporte adequado.
- Leia também: De onde vem o lucro das corretoras taxa zero?
2. Abrir uma conta e verificar os requisitos
Após escolher a corretora, será necessário abrir a conta e passar por uma avaliação do seu perfil de risco. Isso significa que a corretora vai analisar seus dados financeiros e pode exigir documentos específicos. Além disso, você precisará depositar uma margem de garantia, que é um valor inicial que serve como segurança para o empréstimo.
Vale destacar que cada corretora tem seus próprios critérios, como a taxa de margem e os limites de crédito.
3. Depositar a margem de garantia
Após a abertura da conta, o próximo passo é depositar a margem de garantia, ou seja, o valor de recursos próprios que você vai colocar na conta para garantir o empréstimo.
Por exemplo, se você deseja comprar R$ 20.000 em ações e a corretora exige uma margem de 30%, você precisará depositar R$ 6.000 como garantia. Assim, a corretora emprestará os R$ 14.000 restantes para que você possa realizar a compra.
4. Solicitar o empréstimo de margem
Depois de ter a margem de garantia depositada, você pode solicitar o empréstimo. Ou seja, você indica as ações ou ativos que deseja comprar, e a corretora fornece o crédito necessário para completar a transação.
- Importante: Ao solicitar o empréstimo, a corretora cobrará juros sobre o valor emprestado, e isso impactará seus custos.
5. Comprar os ativos
Com o empréstimo aprovado, você pode então proceder com a compra dos ativos desejados, como ações ou fundos imobiliários. Ou seja, ao realizar a compra, você estará utilizando tanto seus recursos próprios quanto o dinheiro emprestado pela corretora.
6. Acompanhamento da posição
Após a compra, é fundamental que você acompanhe o desempenho dos ativos comprados. Se o valor dos ativos cair significativamente, o valor da sua margem de garantia também poderá diminuir. Nesse caso, a corretora pode solicitar um depósito adicional para cobrir a perda, ou seja, um “call margin”.
7. Pagamento do empréstimo
Após um período determinado, será necessário devolver o valor emprestado à corretora, o que inclui o valor principal e os juros. Para isso, você pode vender parte dos ativos ou depositar mais dinheiro para quitar a dívida. Lembre-se de que, ao vender os ativos, o valor que você obtiver precisará cobrir tanto o valor do empréstimo quanto os custos de juros.
8. Lucro ou prejuízo
O resultado de uma compra em margem pode ser positivo ou negativo, dependendo do desempenho dos ativos adquiridos. Se os ativos se valorizarem, você poderá vender por um preço superior, obter lucro e pagar o empréstimo. Porém, se o valor dos ativos cair, você terá que vender os ativos por um preço menor que o de compra e ainda pagará os juros do empréstimo, o que resultará em prejuízo.
Quais são as desvantagens e riscos da compra em margem?
A compra em margem pode ser uma maneira de aumentar seus ganhos, mas também traz riscos e desvantagens importantes. Aqui estão os principais:
1. Perdas Amplificadas
A principal desvantagem é o aumento das perdas. Quando você compra em margem, você usa dinheiro emprestado. Se o valor dos ativos cair, as perdas serão maiores. Isso acontece porque você ainda precisa pagar o valor emprestado, mesmo que a ação tenha desvalorizado. Portanto, você pode perder mais do que o que investiu inicialmente.
2. Exigência de Margem Adicional
Se os ativos que você comprou desvalorizarem muito, a corretora pode pedir que você deposite mais dinheiro. Esse processo é chamado de call margin. Caso você não consiga pagar, a corretora pode vender seus ativos para cobrir a dívida, o que pode gerar prejuízo, já que você estará vendendo a preços baixos.
3. Cobrança de Juros
Quando você toma um empréstimo, a corretora cobra juros. Esses juros podem ser altos, dependendo da instituição. Por isso, além do valor emprestado, você terá que pagar juros. Isso pode reduzir seus lucros ou até causar prejuízo.
4. Venda Forçada
Se o valor dos ativos cair muito, a corretora pode vender os ativos automaticamente para pagar o que você deve. Isso é chamado de venda forçada. Mesmo que você não queira vender, a corretora pode fazer isso para garantir que receba o dinheiro emprestado. Consequentemente, você pode perder a oportunidade de esperar que os preços se recuperem.
5. Volatilidade do Mercado
Os mercados podem ser muito voláteis. Isso significa que os preços das ações podem mudar rapidamente. Se isso acontecer, o valor de seus ativos pode cair em pouco tempo, aumentando o risco de perdas. Portanto, se o mercado for muito instável, você pode ser forçado a vender seus ativos antes de o preço voltar a subir.
6. Necessidade de Acompanhamento Contínuo
Investir em margem exige monitoramento constante. Como os preços dos ativos podem cair de repente, você precisa ficar de olho na sua conta. Caso contrário, você pode ser pego de surpresa com a necessidade de depositar mais dinheiro ou vender seus ativos. Por isso, essa estratégia exige mais tempo e atenção.
7. Impacto na Sua Saúde Financeira
A compra em margem é, basicamente, uma dívida. Se você não conseguir pagar essa dívida, pode comprometer sua saúde financeira. Em casos extremos, a corretora pode até acionar a justiça para cobrar o que você deve.
8. Limitação nas Estratégias
Comprar em margem pode limitar suas opções. Como você precisa pagar o empréstimo, não pode agir livremente com seus ativos. Além disso, você pode precisar vender rapidamente para cobrir a dívida, o que pode ser uma decisão ruim, caso o mercado esteja em queda.
9. Impacto no Crédito
Se você não conseguir pagar o valor emprestado, isso pode afetar sua pontuação de crédito. Assim, no futuro, você pode ter dificuldades para conseguir novos empréstimos ou financiamentos.
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Fontes: maisretorno, bussoladoinvestidor, support e investopedia