9 de abril de 2025 - por Nathalia Lourenço
O capitalismo industrial foi uma fase importante da economia. Ele surgiu entre os séculos XVIII e XIX, com a Revolução Industrial. Nesse período, as fábricas começaram a crescer e as máquinas passaram a ser usadas na produção.
O trabalho manual foi sendo substituído por máquinas. As pessoas começaram a trabalhar em fábricas e a receber salário fixo. A produção ficou mais rápida e barata.
Quer entender melhor como tudo isso aconteceu e quais foram as mudanças? Continue lendo o texto para saber mais.
O que é capitalismo industrial?
O capitalismo industrial é um tipo de economia onde a indústria se torna o setor mais importante. Esse modelo começou no final do século XVIII, com a Revolução Industrial, e aos poucos foi mudando a forma como os produtos eram feitos.
Antes disso, os produtos eram feitos à mão, em oficinas pequenas. Com o tempo, surgiram as fábricas e o uso de máquinas, o que permitiu produzir muito mais em menos tempo. Assim, as pessoas passaram a trabalhar por salário, e a produção se tornou em grande escala.
Além disso, o capitalismo industrial fez crescer as cidades e aumentou a diferença entre os donos das fábricas (os capitalistas) e os trabalhadores.
Quais são as características do capitalismo industrial?
- Uso de máquinas e fábricas: a produção deixou de ser manual e passou a ser feita com o uso de máquinas em fábricas. Isso permitiu aumentar tanto a velocidade quanto a quantidade de produtos fabricados;
- Trabalho assalariado: os trabalhadores passaram a vender sua força de trabalho em troca de um salário fixo. Eles já não eram donos das ferramentas ou das fábricas, apenas trabalhavam nelas;
- Produção em grande escala: com o avanço das máquinas, tornou-se possível produzir em grande quantidade e de forma padronizada, permitindo as empresas vender mais e aumentar seus lucros;
- Busca pelo lucro: o objetivo central dos capitalistas era o lucro, ou seja, eles investiam na produção esperando ganhar mais com a venda dos produtos;
- Divisão social do trabalho: houve uma maior divisão de tarefas dentro das fábricas para melhorar a eficiência, assim, cada trabalhador passou a realizar apenas uma parte do processo produtivo;
- Crescimento das cidades: muitas pessoas deixaram o campo e foram morar nas cidades em busca de trabalho nas fábricas, o que fez com que os centros urbanos crescessem rapidamente;
- Formação de novas classes sociais: esse sistema levou à formação de duas classes principais a burguesia, que era dona dos meios de produção, e o proletariado, formado pelos trabalhadores assalariados.
Qual a origem e história do capitalismo industrial?
O capitalismo industrial surgiu no final do século XVIII, na Inglaterra. Ele começou com a Primeira Revolução Industrial, que trouxe grandes mudanças na economia e na sociedade. Antes disso, existia o capitalismo comercial. Nesse modelo, o comércio e o trabalho manual eram as principais formas de gerar riqueza.
Com o tempo, surgiram máquinas a vapor e novas tecnologias. As fábricas começaram a ser criadas. Assim, a produção ficou mais rápida, mais barata e em grande quantidade. Esse novo modelo passou a se basear na indústria, no trabalho assalariado e na busca por lucro.
A Inglaterra foi o primeiro país a passar por essa transformação. Isso aconteceu porque já tinha riqueza acumulada, colônias com matéria-prima, avanços na ciência e muitas pessoas disponíveis para trabalhar.
Depois disso, o modelo industrial se espalhou por outros países da Europa e pelos Estados Unidos. Mais tarde, chegou a outras partes do mundo. A cada nova fase da Revolução Industrial, surgiram novas tecnologias. Primeiro veio a eletricidade. Depois, o petróleo, os computadores e, mais recentemente, a inteligência artificial.
Efeitos do capitalismo industrial
O capitalismo industrial trouxe muitas mudanças para a sociedade. Aos poucos, ele transformou a economia, o trabalho e o modo de vida das pessoas.
- Crescimento das cidades: houve um grande movimento do campo para as cidades, pois muitas pessoas deixaram a vida rural em busca de emprego nas fábricas;
- Surgimento da classe operária: os trabalhadores assalariados que vendiam sua força de trabalho em troca de salário deram origem a essa classe social. Eles viviam em condições difíceis e trabalhavam muitas horas por dia;
- Fortalecimento da burguesia: a burguesia industrial, dona das fábricas, ficou mais rica e poderosa, já que passou a ter grande influência na política e na economia;
- Novas formas de trabalho: o trabalho ficou mais repetitivo e cansativo, pois, em vez de fazer um produto inteiro, o trabalhador fazia só uma parte, o que aumentava a produção, mas também causava desgaste físico e mental;
- Aumento da desigualdade social: a desigualdade entre ricos e pobres aumentou, uma vez que poucos acumulavam grandes lucros, enquanto muitos viviam com pouco;
- Desenvolvimento da economia: impulsionou o comércio, os transportes e a inovação tecnológica e fez crescer a produção de bens e o consumo.
Como foi o capitalismo industrial no Brasil?
O capitalismo industrial no Brasil começou mais tarde do que na Europa. Enquanto países como Inglaterra e França se industrializavam no século XVIII, o Brasil ainda era uma colônia portuguesa e dependia da economia agroexportadora, baseada na produção de açúcar, café e ouro.
Primeiros passos da industrialização
A industrialização brasileira começou de fato no final do século XIX e início do século XX. Nessa época, o café era o principal produto de exportação. Com os lucros do café, alguns empresários começaram a investir na criação de fábricas, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Além disso, a abolição da escravidão (1888) e a chegada de imigrantes europeus trouxeram mais mão de obra para as indústrias.
Crescimento da indústria no século XX
O grande avanço da indústria aconteceu durante o governo de Getúlio Vargas. Ele criou leis trabalhistas, incentivou a produção nacional e fundou empresas estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), para produzir aço.
Depois disso, nas décadas de 1950 e 1960, o Brasil viveu um forte crescimento industrial. O presidente Juscelino Kubitschek investiu em infraestrutura e atraiu montadoras de carros, como a Volkswagen e a Ford.
Mais tarde, durante a ditadura militar, a industrialização continuou crescendo, mas com aumento da desigualdade social e da concentração de renda.
Consequências da industrialização
O capitalismo industrial ajudou o Brasil a crescer economicamente, mas também trouxe desafios. Por um lado, criou empregos, modernizou o país e impulsionou a economia. Por outro lado, aumentou as desigualdades, a exploração da mão de obra e a poluição.
Atualmente, o Brasil tem uma economia industrializada, mas ainda enfrenta problemas como dependência de tecnologia estrangeira e falta de investimentos em inovação.
Quais são os outros tipos de capitalismo?
1. Capitalismo Comercial
Esse foi o primeiro estágio do capitalismo, surgindo entre os séculos XV e XVIII. Nessa época, a economia era baseada no comércio de mercadorias, principalmente entre colônias e metrópoles europeias. Os países buscavam acumular riquezas através da exploração de metais preciosos e do monopólio comercial. Esse sistema ficou conhecido como mercantilismo.
2. Capitalismo Industrial
Surgiu no final do século XVIII, com a Revolução Industrial. Nesse modelo, a indústria se tornou o centro da economia. O trabalho assalariado, a produção em larga escala e o uso de máquinas aumentaram a produtividade e mudaram a organização da sociedade. Com isso, surgiram novas classes sociais, como a burguesia industrial e a classe operária.
Saiba mais: Classe média: o que é, qual é a renda e quais características?
3. Capitalismo Financeiro
No final do século XIX e início do século XX, o capital passou a ser controlado por bancos e grandes corporações. As empresas deixaram de depender apenas da produção industrial e começaram a atuar no mercado financeiro, investindo em ações, empréstimos e fusões. Com isso, o dinheiro passou a circular não só pela produção de bens, mas também pelo setor financeiro.
4. Capitalismo Monopolista
Nesse modelo, grandes empresas dominam setores da economia e reduzem a concorrência. Isso acontece quando poucas companhias controlam a produção e os preços, eliminando empresas menores.
Por exemplo, indústrias como a do petróleo e da tecnologia, onde algumas poucas empresas gigantes ditam as regras do mercado.
5. Capitalismo de Estado
Aqui, o Estado tem um papel mais ativo na economia. Diferente do capitalismo liberal, onde o mercado age sozinho, no capitalismo de Estado o governo interfere para regular preços, investir em infraestrutura e até criar empresas estatais. Um exemplo desse modelo é a China, que mistura planejamento estatal com economia de mercado.
6. Capitalismo Informacional
Esse é o modelo atual, que cresceu com a globalização e a tecnologia. Hoje, o capital está cada vez mais ligado à informação, ao conhecimento e à inovação. Empresas como Google, Amazon e Apple são exemplos desse modelo, pois geram valor através de dados, tecnologia e serviços digitais.
Gostou da matéria? Leia também: Deepseek: conheça a empresa de IA chinesa
Fontes: todamateria, educacao e educamaisbrasil