5 de junho de 2025 - por Millena Santos
Quando o orçamento está apertado, é comum não ter muita margem para escolher entre bens ou serviços. Logo, acaba sendo necessário optar pelo que cabe no bolso. Faz sentido, não é? À medida que a renda aumenta, naturalmente a busca por opções de melhor qualidade também cresce, porque o poder de compra melhora. Esse comportamento, em economia, é conhecido como bem inferior.
Neste texto, a gente vai esclarecer o que é bem inferior, apresentar exemplos, comparar com o bem normal e muito mais.
Vamos lá? Boa leitura!
O que é bem inferior?
Sabe quando a renda melhora e algumas escolhas do dia a dia acabam mudando? O orçamento está menos pesado, você consegue, por exemplo, deixar de lado os sapatos falsificados e agora consegue comprar um de marca. Acredite, isso não acontece por acaso, viu?
A economia tem um nome para esse tipo de comportamento: bem inferior.
Esse termo é usado para descrever bens ou serviços cuja demanda diminui à medida que a renda do consumidor aumenta. Em outras palavras, conforme as pessoas passam a ter mais dinheiro, elas deixam de consumir certos produtos, vistos como aqueles que apresentam qualidade inferior, preferindo opções consideradas melhores.
Afinal, agora, o consumidor, em alguma medida, tem poder de escolha.
Exemplos de bem inferior
O empréstimo consignado é um exemplo claro de bem inferior em que o valor das parcelas é descontado diretamente da folha de pagamento. Esse tipo de crédito costuma ser mais procurado por pessoas com menor renda, justamente por ter juros mais baixos e mais facilidade de aprovação.
Todos esses pontos que a gente citou são características importantes associadas a uma menor capacidade de escolha entre outras possibilidades de crédito.
Outro exemplo interessante aparece no próprio comportamento de consumo. Imagine alguém que costumava comprar uma marca de chocolate mais barata. Com o aumento da renda, essa pessoa passa a preferir uma marca considerada de qualidade superior, mesmo que seja mais cara. Essa troca indica que a marca mais barata era, nesse contexto, um bem inferior.
Viu que o padrão de compra muda à medida que o poder de compra aumenta?
Serviços que são bem inferior
Alguns serviços ainda são associados a um status mais baixo, muitas vezes por estarem ligados a preços mais acessíveis ou a uma percepção de menor conforto, e por isso refletem a ideia de bem inferior.
Esse é o caso, por exemplo, do transporte público: andar de ônibus costuma ser visto como uma opção inferior quando comparado ao uso de carro próprio ou mesmo de táxi ou carro por aplicativo.
Seguindo a mesma lógica, viagens longas feitas de ônibus também carregam essa percepção em relação ao conforto e à praticidade, principalmente quando colocadas lado a lado com viagens de avião.
Ainda vale complementar, num último exemplo, que o mesmo acontece quando o assunto é cuidado pessoal: cortes de cabelo realizados em salões populares ou de bairro, muitas vezes não têm o mesmo prestígio que os serviços oferecidos por salões caros ou cabeleireiros renomados.
Relação entre o bem inferior o comportamento e condição socieconômica do consumidor
Talvez você ainda não tenha notado, mas existe uma relação bem direta entre os chamados bens inferiores e a condição socioeconômica de quem consome. Isso porque, quando o poder de compra aumenta, surgem novas opções . Claro que, com mais liberdade de escolha, é natural que a preferência mude, certo?
Um bem é considerado inferior justamente porque, em geral, só é consumido quando a renda é mais baixa. Ou seja, a pessoa consome esse tipo de bem não por preferência, mas por necessidade, por ter menos alternativas viáveis.
Agora, pense no seguinte: se alguém passa a ter condições de viajar de avião, por que continuaria escolhendo o ônibus, se não houver uma razão específica, como medo de voar ou gosto pessoal?
Nesse caso, o avião se torna uma opção mais acessível, e o ônibus, antes uma escolha por falta de opção, perde espaço. Concorda?
Diferenças entre bem inferior e bem normal
Como a gente já viu, um bem inferior é aquele que tende a ser consumido mais quando o poder de compra está baixo. Quando as opções ficam mais limitadas, as pessoas acabam precisando escolher produtos de qualidade inferior.
Por outro lado, um bem normal é aquele cuja demanda aumenta à medida que o poder de compra cresce. Com mais recursos disponíveis, é natural que as pessoas tenham mais liberdade para escolher produtos melhores e mais variados.
Alguns exemplos de bens normais são roupas de marca, eletrônicos como smartphones e computadores, e também as viagens de lazer.
Outros tipos de bens:
1- Bens complementares
Bens complementares são produtos que fazem mais sentido quando consumidos juntos, pois um depende do outro para funcionar bem, digamos assim. Por isso, quando a procura por um deles sobe, é comum que a demanda pelo outro também aumente.
2- Bens normais
Os chamados bens normais, como a gente já viu, são aqueles cuja procura tende a crescer quando a renda do consumidor aumenta. Exemplos disso incluem roupas de grife, passeios e outros itens considerados mais acessíveis com um orçamento menos apertado.
3- Bens substitutos
Já os bens substitutos são aqueles em que, diante do aumento no preço do produto X, o consumidor opta por Y, por ser uma alternativa mais em conta. Exemplos comuns são carne e frango, batata e arroz.
4- Bens saciados
Nesse caso, o produto serve para suprir necessidades essenciais do dia a dia. Para ilustrar, pense em uma escova de dentes reserva. Ter uma segunda não muda muita coisa, já que a função principal já está sendo cumprida com a primeira.
5- Bens de consumo x bens de capital
Os bens de consumo são voltados para o uso imediato das pessoas, como roupas e alimentos. Por outro lado, os bens de capital servem como instrumentos na produção de outros bens. Exemplos disso são as máquinas e ferramentas utilizadas em processos industriais.
6- Bens duráveis x não duráveis
Os bens duráveis são aqueles que têm uma vida útil prolongada, como um carro, que pode ser usado por vários anos. Já os não duráveis são consumidos rapidamente ou têm prazo de validade, como é o caso dos alimentos.
7- Bens de Giffen
Por fim, esse tipo de bem foge à lógica da lei da demanda: mesmo quando o preço sobe, o consumo não diminui. Muito pelo contrário, pode até aumentar. Isso costuma acontecer em contextos de pobreza extrema, especialmente com itens essenciais do dia a dia, como o arroz e o pão.
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Fonte: Suno, Mais Retorno.