29 de janeiro de 2021 - por Nathalia Lourenço

O INPC é um índice medido mensalmente para analisar as oscilações dos preços e os impactos que eles causam na população de menor renda no Brasil.
Para representar essa camada populacional, que corresponde a cerca de 50% da população, o IBGE calcula o INPC levando em consideração 9 categorias de produtos e serviços.
Os pesquisadores analisam os produtos nos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço e usam esses dados como base para analisar o impacto do aumento de preços para famílias com renda entre 1 a 5 salários mínimos.
O que é INPC?
O INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, é um indicador das variações de preços pertencentes a uma cesta básica e de diversos produtos e serviços essenciais para a população.
Em outras palavras, o INPC é um indicador de inflação e o responsável por fazer o seu cálculo mensalmente, desde 1979, é o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O INPC é um indicador muito importante, pois além de apontar as oscilações de preços, ele também avalia os impactos da inflação na população de menor renda no Brasil. Além disso, o INPC é usado como base nas negociações trabalhistas de reajustes salariais.
Para que serve o INPC?
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mede a variação do custo de vida das famílias com renda de até 5 salários mínimos. Ele é calculado pelo IBGE e serve principalmente para:
- Reajuste de salários e benefícios – É usado como referência para correção de salários, aposentadorias, pensões e benefícios sociais.
- Avaliação da inflação para famílias de menor renda – Diferente do IPCA, que reflete o impacto da inflação em toda a população, o INPC foca em quem ganha menos.
- Política econômica e planejamento – Empresas e governos usam o índice para ajustar contratos, prever gastos e definir políticas salariais.
O IBGE calcula o índice mensalmente e considera os preços de alimentos, habitação, transporte e outros itens essenciais ao consumo popular.
Como é calculado o INPC?
Os pesquisadores do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) coletam os dados que resultam no Índice Nacional de Preços ao Consumidor entre os dias 1º e 30 ou 31 de cada mês de referência.
Eles realizam a coleta de dados em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, concessionárias de serviços públicos e domicílios. Dessa forma, buscam determinar os preços praticados no mercado varejista, refletindo o aumento do custo de vida da população.
Produtos e serviços: Os pesquisadores analisam os preços de 9 categorias de produtos e serviços, subdivididas em 465 itens. As categorias são: alimentação e bebida, comunicação, educação, artigos de residência, habitação, despesas pessoais, saúde e cuidados pessoais, transporte e vestuário.
Parcela da população: O estudo considera famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada.
Abrangência: O INPC abrange dez regiões metropolitanas do Brasil, sendo elas: Belém, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Vitória, Curitiba e São Paulo. Ele leva em consideração ainda Goiania, Rio Branco, Campo Grande, Brasília, Aracaju e São Luís.
Como o INPC afeta sua vida?
O INPC é um reflexo da inflação. A inflação, por sua vez, é o aumento generalizado dos preços de bens e serviços. Em síntese, com a inflação, podemos perceber o impacto no poder de compra da população, que é diminuído.
No entanto, as diferentes classes sociais sentem o impacto da inflação de maneiras distintas. Sendo assim, as pessoas mais pobres percebem mais intensamente as mudanças de preços de itens básicos como alimentação, transporte e moradia.
Como cada item analisado pelo INPC possui um peso e importância diferente dentro do custo de vida das famílias mais pobres, o índice serve para analisar como as oscilações de preços afetam as finanças dessas pessoas.
Leia também: Por que a inflação pode ser uma aliada na bolsa de valores?
INPC e os investimentos
Alguns tipos de investimentos podem usar o INPC como indexador. Dessa forma, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor baseia o rendimento do investidor.
Nesse sentido, o IPNC é um indexador bastante utilizado nas metas dos fundos de pensão. Logo, quanto maior o INPC mais difícil é para os fundos baterem suas metas atuariais.
O INPC deve ser acompanhado pelo investidor, pois ele indica a inflação na economia. Como a inflação influencia no poder de compra, ela afeta todos, inclusive os investidores.
Vale considerar ainda, que os investimentos que tenham como indexador indicadores de inflação como o INPC ou o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, conseguem um ganho real com suas aplicações. Ou seja, a rentabilidade será sempre acima da inflação e o poder de compra do investidor é mantido.
Leia mais: Poder de compra: o que é, como se determina, quais fatores afetam?
O que é INPC acumulado?
O INPC acumulado é a soma das variações mensais do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em um determinado período, como 12 meses, um trimestre ou um ano específico. Ele mostra a inflação acumulada para as famílias com renda de até 5 salários mínimos ao longo do tempo.
Qual é a diferença entre o INPC e o IPCA?
A principal diferença entre o INPC e o IPCA está no público-alvo e no impacto que cada índice mede:
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)
- Mede a inflação para famílias com renda de até 5 salários mínimos.
- Enfatiza o impacto dos preços em itens essenciais, como alimentação e habitação, que pesam mais no orçamento das famílias de baixa renda.
- Usado para reajuste de salários, aposentadorias e benefícios previdenciários.
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)
- Mede a inflação para famílias com renda de até 40 salários mínimos.
- Considerado o índice oficial da inflação no Brasil, servindo como referência para a política econômica e a meta de inflação do Banco Central.
- Impacta decisões sobre taxa de juros (Selic), investimentos e planejamento econômico.
Outros índices
Além do INPC, outros índices de inflação analisam diferentes áreas ou atendem a setores específicos.
IGP-M: Realizado pela Fundação Getúlio Vargas, o Índice Geral de Preços indica as oscilações de preços do atacado e da construção.
IGP-DI: O Índice Geral de Preços é usado nos reajustes de tarifas públicas, planos e seguros de saúde e contratos de aluguel.
IPC-S: Medido pela FGV, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal leva em consideração as oscilações de preços em sete capitais.
IPC-Fipe: O Índice de Preços ao Consumidor é considerado como o mais tradicional índice de preços. Uma característica desse indicador é que ele compara os dados de um grupo móvel de 4 semanas, com os dados das quatro semanas anteriores.
INCC: Por fim, o Índice Nacional da Construção Civil mede as variações dos materiais usados nas construções. Portanto, ele é usado para o reajuste de contratos de compra de imóveis em fase de construção.
Enfim, agora que você sabe tudo sobre o INPC, que tal aprender mais sobre O que é Inflação? Definição, índices, cálculo do IPCA e principais impactos.
Fontes: Uol, Magnetis, Uol, Capital research, Melhor taxa, Uol, CBC e Tegra