Utilidade marginal decrescente, como funciona essa métrica?

29 de julho de 2022, por Jaíne Jehniffer

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A utilidade marginal decrescente é uma métrica que aponta o nível de satisfação obtido no consumo de um bem ou serviço.

Em síntese, este método foi criado no século XIX pelo filósofo Jeremy Bentham. Mas com o passar do tempo, o filósofo levou a sua teoria para o campo econômico.

O que é utilidade marginal decrescente?

Em resumo, a Utilidade Marginal Decrescente é uma métrica que serve para determinar o grau de satisfação obtido no consumo de um bem ou serviço.

Esse método foi criado pelo filósofo Jeremy Bentham, no século XIX. Como Bentham era seguidor de Adam Smith, ele acabou levando a sua teoria para o campo econômico.

Dessa forma, ele adaptou a sua linha de raciocínio para um ambiente onde o cliente pudesse fazer escolhas maximizando seu prazer.

Um detalhe importante é que a utilidade do primeiro item consumido é sempre a maior possível. Depois disso, ela vai sendo reduzida de acordo com que mais unidades vão sendo consumidas até chegar ao limite.

Com isso, no limite, a utilidade pode ser negativa. Do ponto de vista econômico, isso representa desperdícios de recursos. Isso porque, os consumidores não estão ficando mais satisfeitos.

Enfim, a utilidade marginal decrescente pode ser:

1- Total

Em síntese, quanto mais o cliente consome, maior é a utilidade.

2- Negativa

Ocorre quando o consumo de uma quantidade adicional é prejudicial. Um bom exemplo disso, são os medicamentos.

3- Nula

É quando o cliente não tem mais vontade de consumir uma quantidade a mais do produto.

4- Marginal

Por fim, a utilidade marginal é quando o cliente fica satisfeito em consumir uma quantidade a mais do produto.

Exemplo de utilidade marginal decrescente

Antes de dar um exemplo da utilidade marginal decrescente, é essencial que você entenda que os consumidores tomam decisões de forma racional.

Desse modo, quanto maior for a disponibilidade de um bem ou serviço, menor será o valor atribuído a ele. Sendo que o ser humano maximiza a sua utilidade de acordo com o contexto.

Portanto, primeiro a pessoa atende às suas necessidades biológicas como fome, sono e frio. No entanto, depois disso ela consome aquilo que acredita ter um maior valor.

Um exemplo disso é o paradoxo da água e do diamante de Adam Smith. Como você sabe, a água existe em maior abundância no planeta do que o diamante, que é escasso.

Com isso, a água tem um valor menor, ao passo em que o diamante tem um valor alto, apesar do diamante não ser essencial à vida. No entanto, se uma pessoa for levada para o deserto, a ordem de valor dos dois se inverte.

Como no deserto a água é tão escassa como o diamante, e ainda é essencial à vida, então ela passa a valer muito mais.

Como a utilidade marginal decrescente é usada nas empresas?

A utilidade marginal decrescente é uma métrica muito usada pelas empresas. Isso porque, ela serve para verificar o nível de satisfação do cliente com o produto ou serviço.

Dessa forma, ela é usada para analisar a propensão do consumidor em comprar. Enfim, quando ocorre uma mudança nos preços dos produtos ou serviços da empresa, pode ocorrer dois efeitos:

1- Efeito substituição

Quando um fabricante diminui o preço, ele eleva a quantidade demandada, já que o consumidor substitui a sua cesta de compras, mesmo que sua utilidade continue a mesma.

2- Efeito renda

Quando um fabricante diminui os preços, aumenta a quantidade demandada, isso porque, o consumidor percebe o incremento na sua renda real, o que aumenta sua utilidade.

A utilidade marginal decrescente se aplica na relação entre renda e bem-estar?

A utilidade marginal decrescente é usada em vários campos do conhecimento. Dessa maneira, medir a relação entre renda e bem-estar passou a ser comum na economia moderna.

Para você ter uma ideia, mais de 150 países fazem esse tipo de levantamento.

Os resultados são bem diferentes do que grande parte das pessoas pensam: mesmo que mais renda proporcione mais opções de consumo e lazer, ela não aumenta o bem-estar.

Existe uma relação estreita entre pobreza e infelicidade. Contudo, de acordo com várias pesquisas, a partir de certo nível de riqueza, ela não traz mais bem-estar.

Portanto, a renda tem uma utilidade marginal decrescente até o ponto em que ela se torna nula.

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Fontes: Suno e Mais retorno.