Open Banking: o que é e como funciona?

Open Banking é um sistema que permite o compartilhamento de dados financeiros entre instituições autorizadas. Saiba como funciona.

27 de agosto de 2020 - por Nathalia Lourenço


O open banking, promovido pelo Banco Central do Brasil, permite que instituições financeiras compartilhem dados e serviços ao integrar seus sistemas. O usuário controla tudo, autorizando a transmissão de suas informações para outras instituições.

Esse modelo visa democratizar o acesso a produtos financeiros, diminuindo a desigualdade de informações e permitindo que os clientes escolham as melhores opções disponíveis.

Quer saber mais sobre o assunto? Continue lendo e eu te explico!

O que é open banking

Open banking, também conhecido como Sistema Financeiro Aberto, permite que instituições financeiras compartilhem dados de forma padronizada. Em uma plataforma integrada e segura (API), as instituições acessam dados de clientes para oferecer produtos e serviços personalizados e vantajosos.

O open banking facilita a concessão de crédito, ajustando as taxas de acordo com o perfil de risco do tomador. Também ajuda na comparação de serviços financeiros, como custos de seguros, rentabilidade de investimentos e outros produtos bancários.

É crucial lembrar que o compartilhamento de dados só acontece com a autorização expressa do cliente. Ele decide quais dados compartilhar, com quem e por quanto tempo.

O cliente pode acompanhar os consentimentos válidos, verificar com quais instituições compartilhou dados e quais informações foram enviadas.

Como isso funciona?

O open banking funciona da seguinte maneira:

1. Padronização de Dados

Os dados dos clientes são padronizados e compartilhados para que os produtos e serviços bancários atendam às necessidades do público de forma personalizada.

2. Plataforma Integrada

Em uma única plataforma integrada e segura (API), as diferentes instituições financeiras têm acesso a dados de clientes para oferecer produtos e serviços personalizados e mais vantajosos para cada caso.

3. Consentimento do Cliente

O compartilhamento de dados só ocorre com a autorização expressa do cliente, que decide que dados são compartilhados, com quem e por quanto tempo. O cliente terá acesso a quais consentimentos estão válidos, para quais instituições compartilhou os dados e quais informações, de fato, foram enviados pela instituição financeira.

4. Benefícios

O open banking pode facilitar a concessão de crédito, estabelecer taxas mais certeiras ao perfil de risco do tomador do empréstimo. Servirá também para comparação de serviços entre as financeiras, custo de seguros, rentabilidade de investimentos e dos demais produtos bancários.

Quais são as vantagens do open banking?

As vantagens do open banking são diversas:

Liberdade e Autonomia para os Clientes

O open banking reduz a burocracia interna das instituições, facilitando a mudança de banco ou corretora de seguros, por exemplo.

1. Personalização de Produtos e Serviços

As instituições financeiras autorizadas a ter acesso aos seus dados cadastrais poderão analisar o seu perfil, conferir as suas taxas de produtos e serviços contratados em outras instituições, assim como o seu histórico de pagamentos e consumo.

2. Análises de Crédito Mais Precisas

Com base no nível de acesso aos seus dados, autorizado por você, será possível conhecer o seu perfil ainda com mais detalhes. Isso resulta em análises de crédito muito mais precisas, aumentando a capacidade dos bancos de oferecerem propostas adequadas ao seu perfil e momento de vida.

3. Poder de Negociação

Na hora de procurar por um empréstimo, o seu poder de negociação ganha força extra porque você vai conseguir comprovar mais facilmente a sua capacidade de pagamento.

4. Gestão Integrada

Se você tem relacionamento com diversas instituições financeiras, poderá concentrar a gestão das contas de todos os bancos na plataforma da sua preferência.

5. Competitividade no Mercado Financeiro

O open banking pode trazer mais competitividade ao mercado financeiro.

Atualmente, os bancos se veem como donos desses dados e muitos tratam os clientes de maneira não muito atraente. Com a autonomia dos clientes e esses dados disponíveis, os bancos terão que mudar sua postura e tratar melhor os clientes. Ou seja, os bancos terão que evoluir para se adaptar ao futuro dos bancos.

E quais são os riscos e desvantagens do Open Banking?

1. Segurança e Privacidade

Apesar de o open banking ser feito para ser seguro, as instituições financeiras ainda compartilham dados que podem ser vulneráveis. Se uma instituição sofrer uma brecha de segurança, hackers podem acessar informações sensíveis.

Além disso, mesmo com regras rigorosas, alguns dados pessoais podem acabar sendo usados de forma inadequada para fins comerciais sem a devida autorização.

2. Complexidade e Confusão

Ter acesso a muitos dados e opções pode confundir alguns usuários, tornando a escolha mais difícil. Por outro lado, a integração entre sistemas de diferentes instituições pode enfrentar problemas técnicos, o que pode causar falhas e inconsistências nos serviços.

3. Dependência de Tecnologia

Primeiro, as APIs que conectam os sistemas podem falhar, o que afeta a disponibilidade e a funcionalidade dos serviços. Além disso, confiar muito em tecnologia avançada pode expor os usuários a novas vulnerabilidades e ameaças cibernéticas.

4. Riscos Regulatórios e Legais

As instituições financeiras podem ter dificuldades para seguir todas as regulamentações sobre proteção de dados e privacidade, o que pode exigir grandes investimentos.

Além disso, pode ser complicado definir quem é responsável por problemas ou erros no compartilhamento de dados, o que pode levar a disputas legais.

5. Potenciais Impactos no Mercado

De um lado, grandes instituições financeiras podem acabar dominando o mercado, prejudicando a competição e limitando as opções para os consumidores.

Por outro lado, instituições menores podem ter dificuldades para competir em igualdade, o que reduz a variedade de ofertas disponíveis.

6. Impactos na Experiência do Cliente

Finalmente, a experiência do cliente pode ficar confusa se as instituições não integrarem bem seus sistemas ou se houver inconsistências na apresentação e uso dos dados.

Embora o open banking ofereça muitos benefícios, como maior transparência e competição, todos os envolvidos—reguladores, instituições financeiras e usuários—precisam estar cientes desses riscos e trabalhar para minimizá-los.

Quais informações são compartilhadas?

No open banking, as seguintes informações podem ser compartilhadas com o consentimento do cliente:

  • Dados cadastrais: incluem nome, CPF, RG.
  • Dados transacionais da conta: saldo, limite, extrato.
  • Transações do cartão: fatura, limite.
  • Operações de crédito: Informações sobre créditos já contratados por você, valores, juros.

Além disso, a partir de uma determinada data, os clientes podem solicitar que as instituições financeiras com as quais possuem vínculo compartilhem seus dados cadastrais e informações sobre transações em suas contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados.

O compartilhamento dessas informações só ocorre com a autorização expressa do cliente. O cliente decide que dados são compartilhados, com quem e por quanto tempo. O cliente terá acesso a quais consentimentos estão válidos, para quais instituições compartilhou os dados e quais informações foram enviadas pela instituição financeira.

O open banking é seguro?

Sim, o open banking é projetado para ser seguro. No entanto, como qualquer sistema que lida com dados sensíveis, existem riscos associados que devem ser gerenciados adequadamente.

O open banking assegura a padronização do compartilhamento de dados e serviços por meio de APIs, padrões e protocolos de programação que possibilitam a troca de informações entre plataformas.

Todo o processo é realizado em um ambiente seguro e a permissão para compartilhar dados pode ser cancelada pelo cliente a qualquer momento.

No entanto, é importante estar ciente dos riscos potenciais. Por exemplo, um relatório da F5, uma empresa de cibersegurança corporativa, destacou que um ponto crítico é o consumo de APIs (interfaces de programação de aplicações), um tipo de ligação para que programas diferentes “conversem” entre si. Foi observado um aumento de incidentes nas APIs de open banking na Europa (Reino Unido) e na Ásia (Austrália e Singapura).

Para proteger o open banking brasileiro, a sugestão do relatório é usar plataformas de WAF (Firewall para aplicações web, em inglês) que empregam inteligência.

Portanto, embora o open banking seja projetado para ser seguro, é crucial que as instituições financeiras implementem medidas robustas de segurança cibernética e que os clientes estejam cientes dos riscos potenciais.

Diferenças entre open banking e open finance

Open banking e o open finance são conceitos relacionados, mas têm algumas diferenças importantes.

Open Banking:

  • O open banking, ou sistema financeiro aberto, é um sistema que permite o compartilhamento de dados financeiros de forma padronizada.
  • Com o open banking, os clientes de produtos e serviços financeiros podem permitir o compartilhamento de seus dados entre instituições autorizadas pelo Banco Central.
  • Na prática, esse ecossistema permite que os consumidores “criem” seu próprio banco, selecionando as melhores vantagens de cada instituição.

Open Finance:

  • O open finance pode ser compreendido como uma evolução natural do open banking.
  • Com o open finance, mais instituições farão parte desse sistema, e não só bancos e fintechs.
  • A ideia é que sejam incluídas empresas como corretoras de investimentos, companhias de câmbio e fundos de previdência.
  • O intuito é que ele promova ainda mais diversidade nas operações ao incorporar todos os setores financeiros do país.

Portanto, enquanto o open banking foca principalmente em bancos e fintechs, o open finance amplia isso para o sistema financeiro como um todo, incluindo outros tipos de empresas financeiras.

Fontes: Infomoney, Tecnoblog, Exame, G1 Economia, EInvestidor

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