Saiba o que é risco de crédito e por que ele deve ser calculado

16 de fevereiro de 2022, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 5 min, 3 seg


Todos os investimentos possuem riscos. Sendo que um desses riscos é o risco de crédito. Dessa maneira, conhecer esses riscos é essencial para que você saiba escolher os ativos ideias para você. 

O que é risco de crédito?

O risco de crédito é o risco de calote. Sendo assim, ele está envolvido em todas as operações que envolvem empréstimo de dinheiro. Essa situação pode ocorrer de pontos de vistas diferentes:

1- Do banco para clientes: Se você pedir um empréstimo ao banco, ele vai fazer uma análise de crédito pessoal.

Isso significa que ele vai avaliar qual o seu risco de crédito. Ou seja, qual é a sua capacidade de pagamento e as chances de você dar um calote nele. 

2- De investidores para o banco. Essa é a situação contrária. Em outras palavras, o investidor empresta o seu dinheiro para o banco ou outro tipo de empresa.

Por exemplo, ao investir em um CDB, por exemplo, você está emprestando o seu dinheiro para o banco.

Dessa forma, existe o risco do banco te dar um calote. Sendo assim, o ideal é que você faça uma análise do risco de crédito do banco.

Como analisar o risco de crédito?

A análise de risco de crédito é uma etapa importante tanto para as empresas, quanto para os investidores. Sendo que cada um deles tem suas próprias ferramentas de análise.

1- Empresas

Ao analisar o risco de crédito de uma pessoa, as empresas podem recorrer a bancos de dados como Serasa e SPC. Por meio desses bancos de dados, elas consultam informações como:

  • Pontuação do CPF quanto a pagamentos;
  • Inadimplência;
  • Níveis de endividamento.

As políticas internas das empresas são essenciais na análise do risco de crédito. Isso porque, algumas empresas são mais flexíveis, enquanto outras são mais rígidas.

Depois que a empresa faz a análise, os clientes costumam ser classificados em:

  1. Risco de primeira classe. É quando existe alto risco de calote. Neste caso, a empresa pode não liberar o valor que a pessoa pediu ou fazer a liberação em condições pouco atrativas.
  2. Risco de segunda classe. É quando existe menos risco de calote. Sendo assim, a empresa costuma oferecer valores e condições melhores.

Se você quer aumentar as chances de ter crédito aprovado, algumas dicas são:

  • Relacionamento. Estreite o seu relacionamento com a instituição que você irá pedir crédito. Um exemplo disso, é usar as linhas de crédito que já estão disponíveis.
  • Score. O Serasa Score 2.0 é uma pontuação que vai de 0 a 1.000. Essa nota individual tem como base o comportamento do consumidor. Dessa maneira, ela indica para o mercado quais são as chances dessa pessoa dar um calote. Se você quer obter um crédito, é essencial manter um bom score.

2- Investidores

Os investidores usam instrumentos como o rating e o Índice de Basileia. Eu já vou te explicar o que eles são e para quê servem. No entanto, antes eu preciso te falar sobre o Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Em síntese, o FGC devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição em caso de calote. Entretanto, mesmo com a proteção do FGC, é essencial que você analise o risco de crédito da empresa.

Isso porque, o FGC tem limite e não são todos os títulos que contam com ele. Enfim, agora vou te explicar sobre o rating e o Índice de Basileia.

1- Rating. Em resumo, o rating é uma metodologia desenvolvida por agências de classificação de risco. Algumas das agências mais famosas são: 

  • Standard&Poors;
  • Moody’s;
  • Fitch Ratings.

As agências levam em conta vários dados sobre as empresas como, por exemplo, tipo de negócio e cenário econômico. Com a análise de dados, as empresas são classificadas em:

  • Nível A (AAA, AA+, A1, A2, Aa). Baixo risco de inadimplência.
  • Nível B (BBB, BB+, B1, B2, Bb). Risco médio de calote.
  • Nível C e variações: risco elevado de inadimplência.
  • Nível D: em situação de calote.

Enfim, quando você for investir em títulos de empresas, não deixe de analisar qual o rating da companhia. Desse modo, você consegue evitar empresas que podem te dar um calote.

2- Índice de Basileia. O Índice Basileia é muito usado na análise de risco de crédito de bancos. Isso porque, ele classifica o indicador de solvência dos bancos.

Em outras palavras, ele aponta qual a capacidade dos bancos de cumprir suas obrigações de pagamento.

Portanto, se você for investir em títulos bancários como CDBs, LCIs e LCAs, não deixe de conferir o Índice de Basileia do emissor.

Outros tipos de riscos dos investimentos

Como eu te disse no começo deste texto, os investimentos contam com vários riscos. Sendo que o risco de crédito é apenas um deles. Alguns outros são:

1- Risco de mercado. O risco de mercado está relacionado com as oscilações de preços. Ou seja, são as perdas que você pode ter por causa da alta ou baixa dos preços dos ativos.

Por exemplo, as ações passam por oscilações constantes. Essas oscilações podem te fazer tanto ganhar dinheiro, quanto perder dinheiro.

2- Risco de liquidez. A liquidez é a facilidade com que você consegue resgatar uma aplicação.

Nesse sentido, o risco de liquidez é o risco de você não conseguir resgatar uma aplicação quando deseja, ou quando o resgate antecipado causa perdas.

Uma dica para diminuir esse risco, é escolher ativos com prazos condizentes com a realização dos seus objetivos. Além disso, não deixe de levar em conta o seu Perfil de investidor, o que é? Tipos existentes e exemplo de investimentos