8 de outubro de 2020 - por Sidemar Castro
De acordo com o dicionário, supérfluo é “o que é dispensável, que apresenta caráter desnecessário, redundante, o que tem falta de necessidade.” O supérfluo é aquilo que não é realmente necessário para a sua vida, o oposto dos gastos essenciais.
Mesmo assim, pode não ser tão fácil identificar quais são os gastos supérfluos e quais os essenciais. Afinal, é bem comum confundir o que gostamos de ter, com algo que precisamos ter. Nesse momento, é importante avaliarmos os gastos e sermos completamente sinceros conosco.
Ao se livrar dos gastos desnecessários, objetivos podem ser alcançados e até mesmo a liberdade financeira pode ser atingida. Portanto, é muito importante analisar as despesas pessoais e definir quais cortes serão feitos.
O que é supérfluo?
Supérfluo é tudo aquilo que excedente, ou seja, desnecessário. Conclusão: os gastos supérfluos são aqueles realizados com produtos ou serviços que não são essenciais para a sua sobrevivência. Alguns exemplos são:
- Assinaturas de serviços que não são usados
- Refeições fora de casa e happy hours
- Festas
- Bebidas alcoólicas
- Cosméticos
Como não são essenciais, os gastos supérfluos são os primeiros atacados quando se pretende reduzir gastos e aumentar os ativos financeiros. O oposto do supérfluo é o necessário. Assim, gastos com despesas fixas, como água, energia e internet, por exemplo, são tidos como fundamentais.
Um exemplo de gasto supérfluo é aquele cappuccino que tomamos no meio da tarde, simplesmente por que deu vontade. É claro que tomar um cappuccino é muito bom, e pode deixar você mais animado num dia difícil, mas você não vai morrer se não tomar.
O que acontece é que gostamos de coisas que não são essenciais. É possível, ainda, confundir os dois, considerando que um gasto supérfluo é essencial.
Além disso, muitos desses gastos são pequenos e realizados no dia a dia sem nos darmos conta. O fato é que, de gasto em gasto, no fim do mês os supérfluos podem representar um valor alto no orçamento.
Um tipo de gasto supérfluo que você deve evitar, são as compras feitas por impulso. Para ajudar a saber se algo é essencial ou supérfluo e prevenir o gasto por impulso, responda às seguintes perguntas:
- É possível viver sem esse produto?
- Esse produto fará falta?
- É possível substituir esse produto por outro de menor valor?
Como identificar o supérfluo?
Muitas vezes, o gasto supérfluo vem junto com o impulso de gastar. Portanto, controlar os impulsos é uma forma de conter gastos supérfluos.
Por outro lado, pode ser que não seja assim tão fácil perceber se uma coisa é supérflua ou necessária. Afinal, pode ser que você queira muito uma blusa nova para um encontro, então esse poderia ser considerado um gasto necessário, um investimento, certo?
Na dúvida, algumas perguntas podem resolver o problema. A primeira pergunta a se fazer é se o produto comprado realmente fará falta. Continuando com o nosso exemplo da blusa, essa blusa realmente fará falta no encontro? Ou ela pode ser substituída por uma que você já tenha?
Se ainda continuar na dúvida, vá para outra pergunta: dá para substituir esse produto por outro de menor valor? Por fim, se questione e seja totalmente sincero: você consegue viver sem esse produto?
Se você for completamente honesto consigo mesmo, irá perceber que existem poucos gastos realmente necessários na vida e boa parte é supérfluo. É claro que você não precisa cortar todos os gastos desnecessários da sua vida. Afinal, muitos deles são motivos de prazer.
No entanto, é importante avaliar quais os gastos supérfluos você pode cortar para uma economia pessoal, principalmente se você tiver objetivos com o dinheiro poupado, como investir ou realizar um sonho. Então, para definir de uma vez por todas quais são os gastos desnecessários da sua vida, faça uma lista.
Anote diariamente nessa lista quais são os seus gastos. Pode parecer meio chato no começo, mas tenha em mente o objetivo que você quer alcançar com a redução de gastos. No final do mês, categorize seus gastos e identifique quais são os desnecessários e quais você vai cortar.
Exemplos de supérfluos
De maneira geral, os gastos desnecessários são uma forma de impedir o enriquecimento. Isso porque, ao invés de investir, você está gastando dinheiro com coisas que não terão nenhum retorno financeiro.
Se você pretende alcançar a liberdade financeira, a economia é realmente necessária e pode ser feita cortando os supérfluos.
Esses gastos variam de pessoa para pessoa, mas, de maneira geral, podemos listar alguns gastos que mais se repetem, tais como:
1. Academia sem fazer
Se exercitar faz bem para a saúde, mas não faz nada bem para o bolso se você se matricular e NÃO frequentar a academia. Até mesmo quem frequenta apenas duas ou três vezes por semana pode economizar comprando passes diários, ao invés de pagar uma mensalidade, por exemplo.
2. TV por assinatura
A maioria das pessoas passa a semana toda trabalhando e não tem tempo de assistir a todos os canais por assinatura contratados. Portanto, se não é utilizado e não é realmente necessário, esse é um gasto supérfluo.
Algumas opções são sites que alugam filmes ou plataformas de streaming que oferecem serviços mais acessíveis, ou até mesmo gratuitas. Ainda existe a possibilidade de dividir a conta com um amigo.
3. Comer fora de casa
Cozinhar em casa é sempre mais barato do que comer fora, ainda mais se comparado aos preços de restaurantes de alto padrão.
Uma opção é levar marmitas feitas em casa para o serviço.
4- Supermercado
As gôndolas dos supermercados estão cheias de produtos supérfluos, dispostos de maneira a estimular compras feitas por impulso. Além disso, existem também as famosas ofertas, que fazem você comprar coisas que não pretendia.
Uma boa forma de evitar gastos desnecessários é fazer uma lista de supermercado apenas com os itens fundamentais. É importante se policiar e se ater aos itens da lista.
5. Carro
Carro representa um enorme gasto e, se ele não for realmente necessário, talvez seja um item supérfluo e você não sabia.
Caso ele seja realmente necessário para seu trabalho, por exemplo, tente reduzir os gastos: você mesmo lavar o carro ao invés de levá-lo ao lava-jato.
Exceções
O que é ou não essencial pode variar de uma pessoa para outra. Sendo assim, o ideal é que você analise a situação em que está e identifique o que é ou não essencial.
Vamos dar um exemplo: comer fora de casa é um gasto desnecessário para muitas pessoas. Mas, para outras, pode ser essencial, caso o horário de almoço não seja suficiente para ir até em casa comer e retornar para o trabalho. É uma questão de custo-benefício.
Mesmo assim, é preciso tomar cuidado com excessos e definir a quantia a ser gasta por mês com restaurante.
Outro exemplo recorrente de gasto supérfluo são as roupas. Todos nós precisamos de roupas. No entanto, para muitas pessoas, comprar roupas se torna um hábito supérfluo quando você compra além do que é realmente necessário para o trabalho e a vida social.
5 dicas de como cortar o supérfluo com consciência
Confira algumas dicas para cortar gastos supérfluos e economizar:
1. Controle dos gastos
Anote em uma planilha ou aplicativo quais são todos os seus gastos mensais. A ideia é que você anote a cada gasto realizado.
No final do mês, você deve analisar quais foram os seus gastos. A dica é separá-los por categorias. Desse modo, você consegue verificar o quanto você está gastando com itens desnecessários.
2. Planejamento financeiro
Sabendo o quanto gasta com itens supérfluos, você pode se planejar para cortar gastos. A intenção não é acabar com todos os gastos supérfluos, mas disciplinar sua compra. Se você realmente deseja ou precisa economizar, é necessário cortar diversos gastos.
3. Gaste menos do que ganha
Gastar menos do que ganha é essencial para que você tenha dinheiro para realizar objetivos. O conceito é bem simples: não gaste mais do que o seu salário.
Apesar de ser um conceito simples, até mesmo óbvio, muitas pessoas acabam gastando mais do que ganham. Com isso, elas se endividam e não conseguem realizar seus objetivos financeiros.
4. Corte o máximo possível dos supérfluos
A intenção não é cortar todos os gastos supérfluos. Mas corte o máximo que você conseguir. Assim você poderá realizar os seus objetivos financeiros mais rápido.
Além disso, depois de realizar seu objetivo, você pode criar uma nova meta e continuar economizando. Afinal, dessa maneira, você consegue utilizar de maneira bem mais racional o seu dinheiro, ao invés de gastar com coisas que você nem precisa.
5. Controle seu impulsos
A compra por impulso é um verdadeiro vilão do orçamento. Muitas pessoas perdem o controle, gastam muito dinheiro por impulso e depois ficam arrependidas e endividadas. Procure formas de controlar a sua vontade de gastar por impulso.
Por exemplo, se você for ao shopping apenas comprar algo que você de fato precisa, leve apenas o dinheiro necessário para essa compra e deixe o cartão de crédito em casa.
Se gostou dessa matéria, assista esse vídeo, com mais dicas: Como organizar as contas de casa? (Orçamento doméstico)
- Fontes: Suno, Neon e dinheirama.