6 de outubro de 2025 - por Sidemar Castro
A depreciação contábil reflete a perda de valor real de um ativo ao longo do tempo, baseada em sua vida útil e uso, e serve para apresentar o valor correto do bem nas demonstrações financeiras. Já a depreciação fiscal segue as taxas e regras da legislação tributária, como as da Receita Federal (RFB), para deduzir o valor da despesa de depreciação do lucro tributável, afetando o cálculo do IRPJ e CSLL.
Neste artigo, saiba como entender essa diferença.
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O que é depreciação contábil?
Quando você compra um carro, com o tempo, ele vai perdendo valor, não é mesmo? Na contabilidade, isso também acontece com os bens que a empresa usa no dia a dia.
A depreciação contábil é justamente esse reconhecimento gradual da perda de valor dos ativos, como computadores, móveis ou máquinas.
A ideia é que, ao longo dos anos, esses itens vão se desgastando ou ficando ultrapassados, e isso precisa aparecer nos números da empresa.
Então, em vez de lançar tudo como gasto no momento da compra, a contabilidade vai “diluindo” esse valor ao longo do tempo, de forma organizada e transparente. Isso ajuda a mostrar uma imagem mais fiel da saúde financeira da empresa e ainda contribui para decisões mais acertadas.
Como funciona a depreciação contábil?
Uma empresa comprou uma máquina nova. Ela vai ser usada por vários anos, certo? Então, em vez de considerar esse gasto todo no mês da compra, a contabilidade faz um cálculo para “espalhar” esse custo ao longo do tempo em que a máquina estiver funcionando. É aí que entra a depreciação contábil.
Ela funciona como uma forma de reconhecer, mês a mês ou ano a ano, que aquele bem está se desgastando, ficando menos eficiente ou até ultrapassado. Esse valor é lançado como despesa e afeta diretamente o lucro da empresa.
O cálculo pode ser feito de várias formas, dependendo do tipo de bem e da política contábil adotada. O mais comum é o método da linha reta, que divide o valor do bem igualmente ao longo da sua vida útil.
Mas há outros, como o método da produção, que leva em conta o quanto o equipamento é usado. No fim das contas, é uma maneira justa e transparente de mostrar que os ativos da empresa não duram para sempre.
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Exemplo de depreciação contábil
Vamos supor que sua empresa comprou uma máquina por R$ 100 mil. Ela vai ser usada por cinco anos e, ao final desse tempo, ainda terá um valor residual de R$ 10 mil.
Em vez de considerar esse gasto todo de uma vez, a contabilidade distribui essa perda de valor ao longo dos anos.
Com o método linear, que é bem direto, você pega os R$ 90 mil que representam o valor que será “consumido” e divide por cinco. Pronto: R$ 18 mil por ano entram como despesa de depreciação. Isso mostra que, ano após ano, a máquina está perdendo valor, e esse desgaste aparece nos relatórios contábeis de forma clara e organizada.
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O que é depreciação?
Com o tempo, todo bem usado por uma empresa, uma máquina, um veículo ou um computador, vai perdendo valor. Esse desgaste natural é registrado pela contabilidade por meio da depreciação, que distribui o custo do bem pelos anos em que ele é utilizado.
Na prática, a empresa anota uma parte desse valor como despesa anual, refletindo o quanto o bem se desvaloriza.
A depreciação contábil segue normas que buscam mostrar o desgaste real, enquanto a fiscal obedece às regras do governo, que define taxas e limites para calcular impostos.
Assim, uma mostra a realidade econômica, e a outra serve para fins tributários, mas ambas reconhecem que nenhum bem mantém o mesmo valor para sempre.
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Como funciona a depreciação fiscal?
Funciona assim: sua empresa comprou uma máquina nova e, com o tempo, ela vai se desgastando. A depreciação fiscal é o jeito que o governo permite que você reconheça essa perda de valor na hora de calcular os impostos.
Mas aqui, diferente da contabilidade, você não escolhe como fazer. Existem regras bem claras, com taxas definidas para cada tipo de bem.
Por exemplo, se a Receita diz que a vida útil de um equipamento é de cinco anos, você vai depreciar 20% por ano, sem inventar moda. Essa depreciação entra como uma dedução no cálculo do lucro da empresa, o que pode diminuir o valor a pagar de impostos.
É uma forma de o sistema tributário reconhecer que os bens da empresa não duram para sempre e que isso deve ser levado em conta na hora de tributar.
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Exemplo de depreciação fiscal
Pense em uma empresa que compra um laptop por R$ 5.000,00. Para o fisco, esse bem se deprecia 20% ao ano, o que significa que ela pode abater R$ 1.000,00 por ano no cálculo de seus impostos.
Mas o contador, avaliando a vida útil do equipamento, define que ele deve durar cinco anos e ainda valer cerca de R$ 500,00 no fim desse período. Assim, contábilmente, a depreciação é de R$ 900,00 por ano.
Esses valores diferentes mostram como a depreciação fiscal segue regras fixas da lei, enquanto a contábil busca refletir o desgaste real do bem. No fim, a empresa precisa ajustar essa diferença para manter suas contas e tributos em ordem.
Qual a diferença entre depreciação contábil e depreciação fiscal?
Toda empresa sabe que seus bens perdem valor com o tempo: um carro, uma máquina, um computador. Mas existem duas maneiras de registrar essa perda: uma pensando na realidade dos negócios e outra nas regras do governo.
A depreciação contábil é feita com base no que realmente acontece: quanto o bem se desgasta, por quanto tempo ele será usado e se ainda terá algum valor no fim. Já a depreciação fiscal segue uma tabela oficial da Receita Federal, que define uma taxa fixa para cada tipo de bem, servindo para calcular quanto a empresa pode abater dos impostos.
Na prática, a contábil mostra o que de fato o bem vale; a fiscal, o que a lei permite considerar. Por isso, muitas vezes os valores não batem e precisam ser ajustados, para que a empresa mantenha tanto seus números contábeis quanto suas obrigações fiscais em dia.
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Fontes: Afixcode, RRK, Grupo Investor, Tax Thomson Reuters, Tax Robot.