Margaret Thatcher: quem foi e quais foram as contribuições dela?

Margaret Thatcher foi uma política britânica conservadora, que exerceu por mais tempo o cargo no Reino Unido. Conheça suas convicções.

15 de julho de 2024 - por Sidemar Castro


Margaret Thatcher foi uma política britânica que serviu como primeira-ministra do Reino Unido de 1979 a 1990. Ela é considerada uma das figuras políticas mais influentes do século XX no Reino Unido e no mundo.

Seu governo foi marcado por uma política econômica conservadora e neoliberal, Saiba quem foi Margaret Thatcher e quais foram suas ideias e contribuições ao debate político e econômico.

Quem foi Margaret Thatcher?

Margaret Hilda Thatcher, Baronesa Thatcher de Kesteven, foi uma política britânica que exerceu o cargo de primeira-ministra do Reino Unido de 1979 a 1990 e líder da Oposição entre 1975 e 1979. Ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra no Reino Unido e ficou conhecida como a “Dama de Ferro” devido ao seu estilo de liderança firme e intransigente.

Durante seu governo, ela implementou políticas econômicas que ficaram conhecidas como Thatcherismo, incluindo desregulamentação, privatizações e redução do poder sindical.

Infância e juventude

Margaret Hilda Roberts nasceu em 13 de outubro de 1925 em Grantham, uma pequena cidade industrial da Inglaterra. Ela era filha de Alfred Roberts, dono de um pequeno mercado e tabacaria, e Beatrice Ethel Stephenson, dona de casa.

Thatcher estudou em uma escola local e depois ingressou na Universidade de Oxford, onde se formou em Química. Durante a universidade, ela se envolveu com a política, participando de uma associação de conservadores e se inspirando em autores ultraliberais como Friedrich Hayek.

Vida adulta

Após se formar, Thatcher trabalhou brevemente como química, mas logo ingressou na carreira política. Ela foi eleita deputada pelo Partido Conservador em 1959 e rapidamente ascendeu dentro do partido.

Em 1979, Thatcher se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Reino Unido. Durante seu governo, ela implementou políticas econômicas de cunho ultraliberal, como privatizações em massa e cortes em programas sociais. Suas ações foram muito controversas e impopulares entre os trabalhadores, mas lhe renderam o apelido de “Dama de Ferro”.

Morte

Thatcher deixou o cargo de primeira-ministra em 1990, após perder o apoio dentro do Partido Conservador. Ela continuou atuando na política britânica até 2002, quando se aposentou por motivos de saúde.

Margareth Thatcher faleceu em 8 de abril de 2013, aos 87 anos, devido a um derrame.

Carreira de Margaret Thatcher

Formação

A formação acadêmica de Margaret Thatcher teve uma influência significativa em sua carreira política. Ela se formou em Química pela Universidade de Oxford entre 1943 e 1947.

Posteriormente, ela também se formou em Direito e se especializou em Direito tributário. Essa sólida formação acadêmica, tanto em Ciências Naturais quanto em Ciências Jurídicas, deu a Thatcher uma base técnica e intelectual que a ajudou a se destacar na política.

Durante sua graduação em Oxford, Thatcher se envolveu ativamente na política conservadora, chegando a ser presidente da Oxford Union em 1946. Esse engajamento político na universidade a preparou para uma carreira na política.

Thatcher se inspirava em autores ultraliberais como Friedrich Hayek durante sua época em Oxford. Isso ajudou a moldar suas futuras posições políticas de defesa do livre mercado e da austeridade econômica.

Início da carreira política

Margaret Hilda Roberts se casou com Denis Thatcher, um homem de negócios que conheceu em 1951, durante um jantar. Juntos, tiveram os gêmeos Mark e Carol, nascidos em 1953. Denis Thatcher permaneceu ao lado de Margaret durante toda a sua carreira política, oferecendo apoio e conselhos nos bastidores.

A carreira política de Thatcher começou em 1954, quando tentou ser candidata conservadora em uma eleição especial, mas foi derrotada. Ela então passou a procurar por um distrito seguro para os conservadores e foi selecionada como candidata pela região de Finchley em 1958, sendo eleita deputada na eleição de 1959.

Em seu discurso inaugural na Câmara dos Comuns, Thatcher declarou apoio a uma proposta que exigiria que as autoridades locais realizassem reuniões públicas dos conselhos, que foi aprovada e se tornou lei.

Primeira-ministra do Reino Unido

Thatcher foi eleita líder do Partido Conservador em 1975 e se tornou a primeira-ministra do Reino Unido em 1979, cargo que ocupou até 1990. Como primeira-ministra, Thatcher implementou políticas econômicas ultraliberais, incluindo privatizações em massa e cortes nos gastos públicos, especialmente com programas sociais.

Ela também enfrentou greves de trabalhadores, como a dos mineiros em 1984-1985, adotando uma postura intransigente. Assim, Thatcher ficou conhecida pelo seu estilo de liderança firme, sendo apelidada de “Dama de Ferro”.

A greve dos mineiros durou cerca de um ano. Essa foi uma das principais batalhas políticas de Thatcher, que adotou uma postura intransigente contra os sindicatos e conseguiu derrotar a greve, enfraquecendo significativamente o movimento sindical britânico.

Críticas e guerra

Margareth Thatcher também foi bastante criticada por manter relações amigáveis com ditaduras, como a de Augusto Pinochet no Chile, e com o regime racista do Apartheid na África do Sul. Isso a associou a regimes autoritários e segregacionistas, o que gerou controvérsias.

A Guerra das Malvinas (1982) teve um impacto muito grande na popularidade e carreira política de Margaret Thatcher. A vitória britânica nas Malvinas (ou Falklands, segundo os ingleses) foi fundamental para fortalecer a posição política de Thatcher.

Na época, sua popularidade estava em baixa, mas a guerra serviu para revitalizar o patriotismo britânico e ajudá-la a ser reeleita em 1983 com a maior maioria desde 1935.

Além disso, a guerra também permitiu que Thatcher enfrentasse com mais força os conflitos e oposições decorrentes de suas políticas econômicas ultraliberais e socialmente conservadoras. O apoio popular gerado pela vitória nas Malvinas lhe deu mais margem de manobra para confrontar sindicatos e movimentos sociais.

A Guerra das Malvinas também reforçou a “relação especial” entre o Reino Unido e os Estados Unidos, aproximando os dois países em uma postura atlantista. Isso teve impactos na política externa britânica e nas relações com a União Europeia.

Assim, a primeira-ministra manteve uma relação muito próxima com o presidente dos EUA, Ronald Reagan, compartilhando visões conservadoras e anticomunistas. Ela desempenhou um papel fundamental na subsequente queda do Muro de Berlim (1989) e no fim da Guerra Fria (com a queda da União Soviètica, em 1991).

Na economia, como dirigente do país, Thatcher implementou as políticas econômicas extremamente conservadoras, com cortes nos gastos públicos, especialmente programas sociais. No entanto, esse posicionamento gerou grande oposição, especialmente da classe trabalhadora.

Livros escritos e publicados

Margaret Thatcher publicou os seguintes livros:

  • The Downing Street Years (1993) – Sua primeira autobiografia, cobrindo seus anos como primeira-ministra de 1979 a 1990.
  • The Path to Power (1995) – Segunda autobiografia de Thatcher, abordando sua vida antes de se tornar primeira-ministra.
  • Statecraft: Strategies for a Changing World (2002) – Neste livro, Thatcher expôs suas visões políticas e filosóficas após deixar o cargo de primeira-ministra.

Além desses livros autobiográficos e de análise política, Thatcher também teve publicada uma coletânea de citações intitulada “The Margaret Thatcher Book of Quotations”, compiladas por Grant Tucker e Iain Dale (2013).

Principais frases e lições de Margaret Thatcher

As 15 frases e lições listadas abaixo refletem o estilo de liderança firme, as convicções políticas ultraliberais e a visão de mundo individualista de Margaret Thatcher. Marcaram profundamente sua atuação como primeira-ministra do Reino Unido.

“Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é.”

“As pessoas acham que no topo não há muito espaço. Elas tendem a pensar no topo como um pico do Everest. Minha mensagem é que há uma imensidão de espaço no topo.”

“Um líder é alguém que sabe o que quer alcançar e consegue comunicá-lo.”

“Vale a pena conhecer o inimigo… entre outras coisas pela possibilidade de que algum dia ele se converta num amigo.”

“Para aqueles que estão à espera daquela famosa frase tão popular na mídia, a virada de opinião, tenho apenas uma coisa a dizer: esta senhora não é de viradas.”

“Gostaria que você soubesse que existe dentro de si uma força capaz de mudar sua vida. Basta que lute e aguarde um novo amanhecer.”

“Se você quer que digam algo, peça a um homem. Se você quer que façam algo, peça a uma mulher.”

“Tentar curar a doença britânica com socialismo era como tentar curar leucemia com sanguessugas.”

“Ninguém se lembraria do Bom Samaritano se ele só tivesse boas intenções. Ele possuía também dinheiro.”

“Os socialistas gritam ‘Poder ao Povo’ e erguem o punho cerrado enquanto o dizem. Todos nós sabemos que o que realmente querem dizer é ‘Poder sobre as pessoas, Poder ao Estado’.”

“O problema com o comunismo é que um dia o dinheiro dos outros acaba.”

“Não existe essa coisa de sociedade. Existem indivíduos, homens e mulheres, e existem as famílias.”

“Qualquer mulher que entenda os problemas de cuidar de uma casa está muito perto de entender os de cuidar de um país.”

“Deixe-me dizer em que acredito: no direito do homem de trabalhar como quiser, de gastar o que ganha, de ser dono de suas propriedades e de ter o Estado para lhe servir e não como seu dono. Essa é a essência de um país livre, e dessas liberdades dependem todas as outras.”

“A Dama de Ferro do mundo ocidental? Uma combatente da Guerra Fria? Concordo, se é assim que interpretam minha defesa dos valores e liberdades fundamentais.

Fontes: National Geographic, Brasil Escola, Toda Matéria, El País, Revista Galileu

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