Ronald Wayne: história do esquecido cofundador da Apple

Descubra quem foi Ronald Wayne, o esquecido cofundador da Apple, e por que ele vendeu sua parte da empresa por apenas 800 dólares.

28 de abril de 2025 - por Nathalia Lourenço


Quando falamos sobre a fundação da Apple, os nomes de Steve Jobs e Steve Wozniak logo vêm à mente. No entanto, poucos lembram de Ronald Wayne, o terceiro cofundador da empresa. Responsável por redigir o primeiro contrato da Apple e criar seu logotipo original, Wayne teve um papel essencial nos primeiros passos da companhia.

Quer entender por que Ronald Wayne vendeu sua parte na Apple por apenas 800 dólares e como sua história se desenrolou depois disso? Continue lendo e descubra os detalhes desse capítulo pouco conhecido da história da tecnologia.

Biografia de Ronald Wayne

Nascimento e educação de Ronald Wayne

Ronald Wayne nasceu em 17 de maio de 1934, em Cleveland, Ohio, nos Estados Unidos. Desde cedo, demonstrou interesse por engenharia e eletrônica, o que o levou a estudar design técnico e engenharia elétrica. Embora não tenha se tornado um engenheiro formal com diploma universitário tradicional, Wayne construiu sua carreira com base em habilidades técnicas sólidas e experiência prática.

Antes de se envolver com a Apple, ele já havia fundado uma pequena empresa de design de equipamentos e trabalhava na Atari, onde conheceu Steve Jobs. Com um perfil mais maduro e experiente, Wayne foi convidado a entrar na sociedade justamente para equilibrar a impulsividade dos outros dois jovens empreendedores com sua visão mais cautelosa.

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Vida pessoal de Ronald Wayne

A vida pessoal de Ronald Wayne sempre foi marcada pela discrição. Diferente de seus ex-sócios da Apple, ele nunca buscou os holofotes nem quis construir uma carreira pública no mundo da tecnologia. Após sair da Apple, Wayne continuou trabalhando em áreas técnicas e administrativas, mantendo uma vida simples e longe da agitação do Vale do Silício.

Ele se mudou para o estado de Nevada, onde passou anos vendendo selos e moedas raras — um hobby que também virou fonte de renda. Wayne nunca se casou nem teve filhos, e viveu grande parte da vida de forma independente, priorizando a estabilidade e a tranquilidade.

Apesar das oportunidades que poderia ter explorado com sua história na Apple, Ronald Wayne sempre demonstrou uma postura realista: nunca se arrependeu profundamente de sua decisão de sair da empresa, afirmando que fez o que julgava mais seguro naquele momento. Seu estilo de vida simples contrasta com a fortuna bilionária de Jobs e Wozniak, mas reflete uma escolha consciente por viver com liberdade e baixo risco.

Trajetória e carreira de Ronald Wayne

Ronald Wayne teve uma carreira marcada pela habilidade técnica, pela prudência e por decisões que moldaram discretamente a história da tecnologia. Engenheiro e designer, Wayne iniciou sua vida profissional em meio à efervescência do setor eletrônico nos Estados Unidos, em uma época de rápidas mudanças e inovações.

Antes de seu envolvimento com a Apple, Wayne já possuía experiência em projetos de design técnico e havia fundado um pequeno negócio próprio, embora sem grande sucesso. Sua experiência o levou até a Atari, uma das empresas pioneiras no setor de videogames, onde seu caminho se cruzaria com o de Steve Jobs. A partir desse encontro, ele se tornaria peça-chave nos primeiros dias da Apple, ainda que sua passagem pela empresa fosse breve.

Ronald Wayne e a Atari

Na década de 1970, Ronald Wayne trabalhava na Atari, uma empresa inovadora no mercado de videogames. Lá, atuava no setor de administração e engenharia, participando de projetos de desenvolvimento de jogos e máquinas eletrônicas. Foi na Atari que Wayne conheceu Steve Jobs, então um jovem brilhante, porém impulsivo, com grandes ideias e pouca paciência para processos mais estruturados.

Jobs enxergou em Wayne não apenas um técnico talentoso, mas também alguém com a experiência de vida que ele e Steve Wozniak não tinham. Essa relação de confiança seria fundamental para o próximo grande passo: a fundação da Apple.

Ronald Wayne e a Apple

Em 1976, Steve Jobs convidou Ronald Wayne para ser o “adulto na sala” na criação da Apple Computer Company. Wayne aceitou o convite e ficou responsável por tarefas críticas nos primeiros dias da empresa: ele redigiu o primeiro contrato de sociedade entre os três fundadores e desenhou o primeiro logotipo da Apple, que retratava Isaac Newton sob uma macieira.

Detentor de 10% das ações da nova empresa, Wayne deveria também atuar como mediador em possíveis disputas entre Jobs e Wozniak, equilibrando o ímpeto dos dois jovens com sua visão mais cautelosa e administrativa.

Saída de Ronald Wayne da Apple

Poucas semanas após a fundação, Ronald Wayne tomou uma decisão que mudaria sua vida para sempre: ele vendeu sua participação de 10% na Apple por apenas 800 dólares. Wayne temia ser financeiramente responsável caso a empresa acumulasse dívidas — um risco real para pequenas companhias naquela época, e um risco que ele, mais velho e já com bens pessoais, não podia correr.

Enquanto Jobs e Wozniak estavam dispostos a apostar tudo no sucesso da Apple, Wayne preferiu preservar sua segurança financeira. Posteriormente, ele recebeu ainda mais 1.500 dólares para abrir mão de qualquer reivindicação futura sobre a empresa.

O que para muitos parece um erro histórico, para Wayne foi uma escolha racional: ele agiu com base na informação e nas condições que tinha naquele momento.

Hoje, sua participação teria valido bilhões de dólares, mas Ronald Wayne nunca demonstrou arrependimento profundo, encarando sua história com a Apple como apenas uma parte de uma vida pautada pela prudência e pela simplicidade.

Ronald Wayne atualmente

Atualmente, Ronald Wayne, aos 90 anos, vive uma vida tranquila e discreta em Pahrump, Nevada, nos Estados Unidos . Apesar de ser um dos cofundadores da Apple, sua trajetória tomou um rumo diferente após vender sua participação na empresa por US$ 800 em 1976.​

Wayne continuou sua carreira trabalhando em áreas técnicas e administrativas, incluindo passagens pela Atari e pelo Lawrence Livermore National Laboratory. Ele também se dedicou a hobbies como a venda de selos e moedas raras. Em 2011, publicou o livro Adventures of an Apple Founder, onde compartilha suas memórias e reflexões sobre sua breve participação na Apple.​

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Fontes: canaltech, oglobo, metroworldnews e earn2trade

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