Subemprego: o que é, como funciona e quais são os tipos?

Subemprego é a situação em que um trabalhador está empregado em condições de baixa capacidade laboral e direitos. Saiba mais.

15 de agosto de 2024 - por Sidemar Castro


O subemprego é uma forma de trabalho em que o profissional possui um emprego formal, mas com condições precárias que não condizem com suas qualificações e necessidades. Isso pode incluir além da baixa remuneração, falta de benefícios como plano de saúde e vale-refeição, jornadas de trabalho excessivas e falta de perspectiva de crescimento na carreira.

Em outras palavras, o subemprego ocorre quando alguém está empregado, mas não consegue ganhar o suficiente para se sustentar ou não tem acesso a benefícios trabalhistas básicos, como licença médica ou férias pagas.

Quer saber mais sobre subemprego? Leia a seguir.

O que é subemprego?

Subemprego é a sub-utilização de um trabalhador, devido a este se sujeitar a um trabalho que não usa suas habilidades, que é de jornada parcial, ou que deixa o trabalhador ocioso. Exemplos incluem possuir um emprego de jornada parcial apesar de desejar trabalho de jornada completa. E, também, a superqualificação, onde um empregado possui educação, experiência ou habilidades além dos requerimentos do emprego que detém.

O subemprego é uma das formas de trabalho e uma maneira de medir a utilização de mão de obra em uma economia que avalia como a força de trabalho é utilizada em termos de experiência, portanto, com disponibilidade para trabalhar e em relação às habilidades dos trabalhadores. Ele pode ser causado por uma série de fatores diferentes, desde ciclos de negócios até crises econômicas.

Dentre as pessoas classificadas como subempregadas estão as altamente qualificadas, mas que, por qualquer motivo, trabalham em empregos de baixa remuneração ou qualificação. O trabalho informal também costuma ser classificado como subemprego, uma vez que é instável e não oferece garantias como as de autônomos formalizados, por exemplo.

Desvantagens

Mesmo que o subemprego possa oferecer algumas poucas vantagens à primeira vista, as desvantagens são bem maiores quando comparadas. A primeira delas é o fato de muitas vagas nessa modalidade não oferecerem carteira assinada. O que deixa o profissional sem direitos como férias remuneradas, auxílios em casos de imprevistos ou de doenças.

Com isso, também não há contribuição previdenciária. O que prejudica o acesso à aposentadoria e faz com que a pessoa se sujeite a se manter subempregada em uma idade avançada para conseguir se manter. E, muitas vezes, manter a família.

Outros pontos de desvantagem de um subemprego são o fato da renda normalmente não ser fixa, o que atrapalha o trabalhador de pedir financiamentos — de automóveis ou imóveis, por exemplo — ou empréstimos bancários. E a constante preocupação com o andamento da economia, já que não há seguridade nenhuma pelas leis trabalhistas, o que deixa as pessoas nessa situação em estado de alerta constante.

Causas

O subemprego pode ser causado por diversos fatores. O período durante e logo após uma recessão, por exemplo — que é caracterizado pela redução de pessoal nas empresas e desligamento de profissionais qualificados — é caracterizado por esse fenômeno. Outra causa do subemprego pode ser as mudanças que ocorrem.

No caso de intercâmbio, muitas pessoas optam por empregos que não são formados e pagam salário mínimo. Ou seja, pelo menos na hora de viver em outro país ou de começar, como os mais jovens, a atuar no mercado de trabalho. Também existe a barreira da língua.

Quais são os tipos de subemprego?

Existem três tipos principais de subemprego:

O primeiro é o subemprego visível. Este tipo ocorre quando o trabalhador está empregado em um regime de jornada parcial. Ou seja, trabalha menos horas do que seria necessário para um emprego de tempo integral na sua área de atuação. Para complementar a renda, muitas vezes, essas pessoas precisam assumir dois ou mais empregos de meio período.

O segundo é o subemprego invisível. Neste caso, o trabalhador não consegue um emprego na sua área de formação ou de escolha. E, portanto, aceita um trabalho que não utiliza suas habilidades. Isso geralmente resulta em uma remuneração significativamente abaixo do que seria esperado para suas qualificações.

E em terceiro, está o subemprego por desistência. Esse tipo se refere a indivíduos que, ao não encontrar trabalho na sua área, abandonam a busca por um emprego. E, assim, se afastam do mercado de trabalho por um período prolongado. Essa situação é bastante observada durante crises econômicas ou tecnológicas, tornando-se estatisticamente mais difícil de medir.

Por que existem subempregos?

O subemprego existe por uma combinação de fatores econômicos, sociais e educacionais que afetam a oferta e a demanda por trabalho. Aqui estão algumas das principais razões:

  • Excesso de Mão de Obra: Em muitas áreas, há uma quantidade maior de trabalhadores do que vagas disponíveis, especialmente para empregos de baixa qualificação. Isso leva a uma competição acirrada por posições que muitas vezes oferecem remunerações baixas e condições de trabalho precárias.
  • Falta de Qualificação: A baixa escolaridade e a falta de formação profissional adequada são causas significativas do subemprego. Muitas pessoas não possuem as habilidades necessárias para preencher vagas que exigem maior qualificação, resultando em aceitação de empregos que não correspondem às suas capacidades.
  • Crises Econômicas: Durante períodos de recessão ou crises econômicas, as empresas tendem a reduzir custos. O que pode resultar em demissões e na criação de empregos menos qualificados. Isso força muitos trabalhadores a aceitarem subempregos como única alternativa.
  • Mudanças Estruturais: Transformações tecnológicas e mudanças nas demandas do mercado podem deixar alguns trabalhadores desatualizados ou inadequados para os novos tipos de emprego que surgem. Isso os leva a aceitar posições que não utilizam suas habilidades.
  • Informalidade: Muitos subempregos ocorrem no setor informal, onde os trabalhadores não têm garantias de direitos trabalhistas e recebem salários baixos. A falta de regulamentação nesse setor contribui para a perpetuação do subemprego.

Esses fatores interagem de maneiras complexas, resultando em um cenário onde muitos trabalhadores estão empregados, mas não em condições que correspondem às suas qualificações ou necessidades financeiras.

Fontes: Mais Retorno, Conceito, Edublin

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