Recessão econômica: o que é, causas e consequências

Recessão econômica é um período de contração da economia, caracterizado por uma queda acentuada na produção de bens e serviços. Saiba mais.

2 de setembro de 2020 - por Dayane Borges


Quando falamos em recessão econômica, o primeiro pensamento que nos vem à mente é: crise financeira. De certa forma, uma recessão realmente simboliza situações de crises econômicas, que são causadas por diversos fatores, como o nível de produção, a renda média familiar e a taxa de desemprego.

Em síntese, o termo recessão se refere à redução na atividade econômica, caracterizada por índices econômicos diversos, como o Produto Interno Bruto (PIB). Neste caso, o PIB é o principal indicador para apontar se um país está, ou não, no período de redução econômica.

Quer saber mais sobre recessão econômica? Continue a leitura e se informe.

O que é recessão econômica?

Recessão econômica é um termo utilizado para indicar que o ciclo econômico de um país entrou em uma fase de encolhimento. Essa contração é caracterizada por uma redução na atividade econômica, representada por indicadores como o nível de produção, taxa de desemprego e renda familiar média.

Quando o Produto Interno Bruto (PIB) de um país fica negativo por dois trimestres consecutivos, significa que o país entrou em uma recessão técnica.

A recessão é causada por diversos fatores, como quedas nos níveis de investimento, redução da demanda agregada, aumento da inflação e problemas estruturais na economia. Além disso, a recessão pode ser resultado de crises econômicas internas ou externas, como a pandemia de COVID-19 ou a guerra entre Rússia e Ucrânia.

As consequências da recessão podem ser graves, afetando a renda das famílias, o nível de emprego e a atividade empresarial de forma geral. Além disso, a recessão pode levar a uma depressão econômica, que é um agravamento da crise.

Para identificar uma recessão, é possível utilizar indicadores como o PIB, que é a soma de toda a produção no país. Quando o PIB fica negativo por dois trimestres consecutivos, é considerado que o país entrou em uma recessão técnica.

No entanto, a definição técnica de recessão é mais abrangente e pode incluir outros indicadores, como o rendimento, o emprego, a produção industrial e as vendas a grosso e a retalho.

Quais são os tipos de recessão econômica?

1) Recessão técnica

A recessão técnica ocorre quando a economia de um país regride por dois trimestres consecutivos. Esse fenômeno é baseado apenas na variação do Produto Interno Bruto (PIB) durante um período de três meses.

Em outras palavras, quando o PIB diminui continuamente por dois trimestres seguidos, caracteriza-se uma recessão técnica. No entanto, é importante destacar que esse termo não considera outros fatores, como nível de emprego, produção industrial e outros indicadores econômicos.

Diferentemente da recessão real, ou de fato, que envolve uma mudança de tendência mais duradoura e estrutural na economia, a recessão técnica serve como um sinal de alerta, indicando que algo não está indo bem.

2) Recessão rasa

A recessão rasa é aquela que tem uma duração menor, mesmo assim ela é grave para a economia. A recessão durante a pandemia é exemplo disso, pois apesar de ter durado alguns meses, ela deixou milhões de desempregados e empresas fecharam em todo o mundo.

3) Recessão de crescimento

A recessão de crescimento é quando a economia desacelera abaixo da tendência de crescimento de longo prazo, mas não se contrai, ao passo em que o desemprego aumenta.

4) Recessão de fato

Esse tipo leva em conta diversas variáveis, tais como: nível de emprego, produção industrial, salários e afins. Por levar em conta esses fatores, esse tipo de recessão é mais interessante para medir o real momento da situação econômica de um país do que a recessão técnica.

Um detalhe importante é que um país pode entrar em uma recessão técnica sem necessariamente entrar em uma recessão de fato. Afinal, a recessão técnica serve mais como um alerta, mas não é suficiente para mostrar se a contração atingiu todos os setores da economia.

5) Cálculo do PIB

A sigla PIB significa Produto Interno Bruto. Em síntese, o PIB é o somatório dos produtos e serviços finais de uma economia.

O responsável por fazer esse cálculo no Brasil é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e os cálculos são feitos tendo como base em outros índices produzidos pelo próprio IBGE como, por exemplo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Um detalhe importante é que o cálculo do PIB pode ser a partir da demanda dos consumidores e da oferta de bens e serviços.

No caso da demanda, é levado em conta o consumo das famílias, investimentos e gastos do governo e ainda os investimentos das empresas, bem como a diferença entre as exportações e importações do período. Por outro lado, o cálculo com base na oferta leva em conta a produção dos setores de serviço, indústria e agropecuária.

Quais são as características da recessão econômica?

A recessão econômica é um período de declínio na atividade econômica de um país. Vamos explorar suas características em detalhes:

1) Diminuição da Produção e do Poder de Compra

  • Durante uma recessão, a produção de bens e serviços diminui significativamente.
  • O poder de compra das famílias também é afetado, levando a uma redução nos gastos.

2) Aumento do Desemprego

  • Empresas enfrentam dificuldades financeiras e reduzem sua força de trabalho.
  • O desemprego aumenta, afetando negativamente a renda das famílias.

3) Redução da Renda Familiar

  • Com menos empregos disponíveis, as famílias experimentam uma queda na renda.
  • Isso afeta o padrão de vida e o consumo.

4) Queda dos Níveis de Investimentos

  • Durante uma recessão, as empresas hesitam em investir em expansão ou novos projetos.
  • A incerteza econômica leva a uma redução nos investimentos.

5) Aumento do Número de Falências e Concordatas

– Empresas que não conseguem se adaptar à queda na demanda podem falir.

– Setores como varejo, turismo e manufatura são particularmente vulneráveis.

6) Diminuição do Consumo

  • As famílias cortam gastos não essenciais, priorizando necessidades básicas.
  • Itens de luxo e serviços não essenciais sofrem com a queda na demanda.

7) Impacto Social e Econômico

  • A recessão afeta a qualidade de vida das pessoas, aumentando a pobreza e a fome.
  • A recuperação econômica pode ser lenta e dolorosa.

Lembrando que a recessão econômica é um fenômeno complexo, influenciado por diversos fatores, como crises sanitárias, conflitos geopolíticos e mudanças no cenário global.

Quais são as causas da recessão?

As causas de uma recessão econômica podem variar e são complexas. Vamos apresentar uma lista com explicações para cada uma delas:

1) Políticas Econômicas Mal Executadas

Decisões inadequadas por parte dos governos, como políticas monetárias ou fiscais ineficientes, podem afetar negativamente a economia. Por exemplo, taxas de juros mal ajustadas ou gastos excessivos podem desencadear uma recessão.

2) Redução Abrupta na Produção

Eventos como desastres naturais, crises industriais ou choques tecnológicos podem levar a uma queda significativa na produção. Esses fatos impactam diretamente o crescimento econômico.

3) Quedas Bruscas no Consumo e Investimento

Quando os consumidores e as empresas reduzem seus gastos, a demanda por bens e serviços diminui. Isso afeta a produção e pode levar à recessão.

4) Catástrofes Ambientais

Desastres naturais, como terremotos, furacões ou secas, podem prejudicar setores específicos da economia. A destruição de infraestrutura e a interrupção da produção causam impacto econômico.

5) Instabilidades Políticas em Escala Mundial

Conflitos, guerras ou mudanças abruptas nas relações comerciais entre países afetam o comércio internacional. Se um país depende fortemente das exportações para outro país, qualquer instabilidade nesse país parceiro pode causar uma recessão.

6) Bolhas Econômicas

Bolhas especulativas em setores como imobiliário ou tecnologia podem estourar, levando a uma queda nos preços e no investimento. Isso pode desencadear uma recessão.

7) Crises Internas e Externas

Problemas econômicos internos, como déficits fiscais ou endividamento excessivo, podem minar a confiança dos investidores. Além disso, crises em outros países ou regiões afetam o comércio global e podem propagar-se para outras economias.

Ressaltando que essas causas não atuam isoladamente e muitas vezes estão interligadas. A recessão é um fenômeno multifacetado que requer análise cuidadosa e medidas adequadas para mitigação.

E as consequências?

As consequências de uma recessão econômica podem ser significativas e afetam diversos aspectos da sociedade e da economia. Apresentamos uma lista com explicações para cada uma delas:

1) Desemprego Elevado

Durante uma recessão, as empresas enfrentam dificuldades financeiras e reduzem sua força de trabalho. O aumento do desemprego afeta diretamente a renda das famílias e a qualidade de vida.

2) Queda na Renda Média das Famílias

Com menos empregos disponíveis, as famílias experimentam uma diminuição na renda. Essa queda afeta o poder de compra e o padrão de vida.

3) Aumento dos Juros

Para estimular a economia, os bancos centrais geralmente reduzem as taxas de juros. No entanto, durante uma recessão, as taxas de juros podem aumentar para conter a inflação e atrair investidores.

4) Diminuição dos Lucros Empresariais

Com a queda na demanda por bens e serviços, muitas empresas veem seus lucros diminuírem. Com isso, fica afetado o desempenho de investimentos em ações e outros ativos de renda variável.

5) Falências e Concordatas

Empresas que não conseguem se adaptar à queda na demanda podem falir. Setores como varejo, turismo e manufatura são particularmente vulneráveis.

6) Queda nos Níveis de Investimento

Durante uma recessão, as empresas hesitam em investir em expansão ou novos projetos. A incerteza econômica leva a uma redução nos investimentos.

7) Impacto Social e Econômico

A recessão afeta a qualidade de vida das pessoas, aumentando a pobreza e a fome. A recuperação econômica pode ser lenta e dolorosa.

É importante entender que essas consequências não atuam isoladamente e muitas vezes estão interligadas. Durante uma recessão, é crucial adotar estratégias financeiras adequadas para mitigar seus efeitos negativos.

Quais são os impactos da recessão econômica nos investimentos?

A recessão econômica pode afetar negativamente os investimentos em diferentes ativos, como ações e renda fixa.

Durante períodos de crise econômica, as empresas e governos podem ter dificuldades para honrar seus compromissos financeiros, aumentando o risco de inadimplência. No entanto, a recessão também pode criar oportunidades para alguns tipos de investimentos, como aqueles em setores defensivos, como saúde, alimentos e serviços essenciais, que podem ser uma alternativa para investidores que buscam minimizar os impactos da recessão em suas carteiras.

A diversificação de investimentos é uma estratégia importante para minimizar os impactos da recessão econômica. Investidores devem considerar alternativas mais seguras e menos voláteis durante períodos de recessão.

Além disso, é importante que investidores estejam atentos às políticas econômicas implementadas pelo governo, como a redução de impostos, o aumento dos gastos públicos e a queda da taxa de juros, que podem ajudar a aumentar a demanda agregada e a impulsionar o crescimento econômico.

Durante períodos de recessão, o mercado financeiro pode entrar no Bear Market, um período em que os preços dos papéis negociados apresentam uma tendência de queda. Nesses períodos, a cotação das ações tende a cair, uma vez que a maioria das empresas pode ser afetada pela redução da demanda e da produção industrial.

Além disso, a recessão econômica pode trazer uma onda de negatividade entre os investidores, fazendo com que as pessoas prefiram investimentos mais seguros e mais líquidos, pois podem ser necessários sacar os recursos para fazer frente a alguma necessidade financeira.

Fontes: Infomoney, Nubank, Suno, Toro, Empiricus, Exame

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