3 de setembro de 2025 - por Sidemar Castro
São diversos os tipos de bancos, não são todos iguais. Alguns lidam com operações comuns, como os comerciais; outros se dedicam ao mercado de capitais, como os de investimento.
Há também os que apoiam iniciativas sociais e estruturais, chamados de desenvolvimento, e os múltiplos, que oferecem uma combinação de serviços. Para conhecer melhor as diferenças entre eles, vale conferir o artigo a seguir.
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O que são os bancos?
Antes de entender os diferentes tipos de bancos, vale saber o que exatamente é um banco. Basicamente, trata-se de uma instituição que faz a ponte entre quem tem dinheiro sobrando e quem precisa de recursos.
O banco pega esse dinheiro, paga uma taxa de juros a quem emprestou, e o repassa a quem precisa, cobrando uma taxa maior. É dessa diferença que vem o lucro da maioria dos bancos.
Ou seja, no fundo, o banco é uma instituição que conecta quem tem dinheiro, pessoas ou empresas com sobra, àqueles que precisam, seja para aquele sonho a curto prazo, como um investimento pessoal, ou algo mais ambicioso, como expandir um negócio.
Por meio dele, poupanças viram crédito, com juros pagos aos poupadores e cobrados dos tomadores, e assim o banco ganha com essa diferença, o famoso spread.
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Quais são os tipos de bancos?
1) Bancos comerciais
Estes são os mais presentes na sua rotina. Os bancos comerciais guardam o seu dinheiro, doam a liquidez da economia e oferecem o crédito que muitas vezes faz a economia girar. São os primeiros que vêm à cabeça quando pensamos em bancos do dia a dia, como o Itaú, Bradesco, Santander. Funcionam com depósitos à vista e financiamentos simples, seguindo normas do Banco Central, e, por regra, devem ter “Banco” no nome social.
2) Bancos de investimento
Aqui a conversa é com empresas e grandes investidores. Os bancos de investimentos criam estratégias financeiras sofisticadas, vão fundo em fusões, aquisições, emissões de ações e reestruturações empresariais. Exemplos bem conhecidos incluem BTG Pactual e Banco Alfa, além de divisões específicas dentro dos grandes bancos para atender essas demandas estruturadas.
3) Bancos múltiplos
Esses são como “centrais financeiras”, oferecendo desde serviços simples até operações complexas. Para se chamar múltiplo, o banco precisa operar em pelo menos duas frentes: por exemplo, carteira comercial e de investimento, e aí ganha flexibilidade para atender vários perfis de cliente num único lugar. Entre os que encaixam nisso estão grandes nomes como Caixa, Banco do Brasil e Itaú.
4) Bancos de desenvolvimento
São instituições que pensam o Brasil para além do presente. Voltados ao suporte de projetos duradouros, como habitação, infraestrutura, inovação, apoio ao empreendedorismo e setores produtivos, os bancos de desenvolvimento ajudam o país a crescer de forma sustentável. O BNDES ilustra bem essa proposta.
5) Bancos de câmbio
Esses são especialistas em moedas estrangeiras. Quem precisa trocar reais por dólar, fazer remessas ao exterior ou cuidar de câmbio para importação e exportação recorre a esses bancos. O Travelex Bank foi pioneiro nesse modelo de atuação no país.
6) Cooperativas de crédito
Se você procura uma alternativa que valoriza quem faz parte, as cooperativas de crédito são interessantes. São entidades financeiras que funcionam como um clube de associados: quem participa ajuda nas decisões e compartilha os resultados. Normalmente oferecem melhores taxas e linhas de crédito mais vantajosas. O Sicredi é um exemplo que mostra como o modelo funciona de forma eficiente e colaborativa.
Classificação dos bancos
O Banco Central adotou uma forma mais sofisticada de agrupar os bancos: além de considerar o que eles fazem, olha também para o quanto eles pesam no sistema financeiro, o tamanho, complexidade e risco, para determinar se estão sujeitos a requisitos mais ou menos rigorosos.
É a chamada Regulação Prudencial, dividida em cinco categorias: o S1 reúne os bancos realmente grandes e expostos, com mais que 10% do PIB ou presença internacional marcante como Itaú e Bradesco, que seguem integralmente as recomendações do Comitê da Basileia.
O S2, com bancos entre 1 % e 10 % do PIB, ainda grandes, mas mais focados no país, inclui Caixa e Banco do Brasil. O S3 traz bancos médios, entre 0,1 % e 1 % do PIB, como o Banco Inter e o BTG Pactual.
Abaixo disso, no S4, estão os pequenos, regionais ou cooperativas, com menos exigência regulatória. E por fim, o S5, que agrega instituições não bancárias ou de baixo risco, como corretoras,
Saiba mais: Sistema Financeiro Nacional (SFN) – O que é e relação com os investimentos
Tipos de bancos do Brasil
Quando a gente fala sobre os tipos de bancos no Brasil, não dá para pensar só naquela instituição que está no seu bolso hoje. Existem vários formatos, cada um com seu papel e jeito de ajudar a economia a girar.
Comecemos pelos bancos comerciais. Esses são os mais familiares, onde se abre conta, faz empréstimo, paga contas e recebe salário. São sempre “Banco” no nome e precisam ter CNPJ: exemplos clássicos são Itaú e Bradesco.
Daí você tem os bancos de investimento, que operam com outro ritmo e outro tipo de cliente. Eles não cuidam de cheques nem de conta corrente; concentram-se em operações mais robustas, como emissão de ações, fusões, aquisições e financiamentos corporativos.
Depois, aparecem os bancos múltiplos, que são quase como centros financeiros completos. É o caso da Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander.
Existem também os bancos de desenvolvimento, com foco em iniciativas sociais e estruturais. O principal nome que todo mundo conhece é o BNDES.
Já os bancos de câmbio são especializados em moedas estrangeiras. Quem precisa comprar dólar, fazer transferência internacional ou câmbio comercial busca esse tipo de banco. Outro modelo é o das cooperativas de crédito, que funcionam como um banco, mas pertencem aos próprios associados. São sem fins lucrativos, oferecem condições melhores e atendem quem faz parte da cooperação. Sicredi e Sicoob são exemplos de peso.
Por fim, mas não menos importante, temos os bancos comunitários. São instituições criadas e mantidas localmente, que oferecem microcrédito, entendem a realidade do bairro e até emitem moeda social que circula apenas ali. Eles surgem para suprir onde os bancos tradicionais não chegam.
Diferenças entre bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, bancos de câmbio e bancos de desenvolvimento
No Brasil, o universo bancário é tão diverso quanto a nossa paisagem. De um lado estão os bancos comerciais, que são aqueles com os quais convivemos no dia a dia: são eles que cuidam das nossas contas, oferecem empréstimos, vendem seguros, fazem pagamentos e cheques. São, por essência, intermediários que pegam o dinheiro de quem poupa e oferecem a quem precisa, usando depósitos à vista e a prazo para financiar o consumo e as pequenas empresas.
Do outro lado, em outra pista, aparecem os bancos de investimento, que não trabalham com talão de cheques nem com conta-corrente. Eles lidam com operações robustas para empresas: emissão de ações, fusões, reestruturações e captação de recursos estruturados no mercado. São o braço financeiro que movimenta grandes transações, o BTG Pactual, o Banco Alfa e até divisões específicas de grandes bancos são exemplos desse mundo.
Ainda temos os bancos múltiplos, que como o nome sugere, unem tudo isso dentro de uma mesma instituição. Funciona como um centro que oferece serviços comerciais e de investimento, por vezes também crédito imobiliário e outras carteiras. É necessário, para se chamar múltiplo, ter ao menos duas carteiras, sendo uma delas comercial ou de investimento, e há uma complexidade regulatória para equilibrar esse mix de atividades. Caixas, Itaú, Santander, Bradesco e Banco do Brasil são exemplos marcantes.
Em um território diferente, mas estratégico, estão os bancos de câmbio, especializados em moedas estrangeiras. Se você precisa comprar dólares, fazer uma remessa ao exterior ou cuidar do câmbio para importação e exportação, recorra a eles. O Travelex Bank, por exemplo, foi pioneiro no país nesse tipo de atuação exclusiva.
Por fim, temos os bancos de desenvolvimento, geralmente públicos, que pensam na economia como um todo. Eles oferecem crédito a longo prazo, com juros mais baixos, para projetos de infraestrutura, habitação, inovação, empresas locais. O BNDES é o rosto mais conhecido, apoiando desde gigantes industriais até microempreendedores com recursos estratégicos.
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Fontes: Top Invest, Academia Rafael Toro, Travel Exbank, Exame, Mercado Pago e Suno.