Pesquisa aponta que mesmo produto tem diferença de 500% nos preços

1 de outubro de 2021, por Pedro Martoly

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O preço do mesmo produto em comércios diferentes estão com uma variação superior a 500%. O motivo disso é a inflação que está abalando o mercado com o registro de 10% no aumento nos últimos 12 meses.

De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), foi realizada uma pesquisa entre 15 produtos comuns no dia a dia como, por exemplo, alimentos, itens de limpeza e higiene.

Segundo a avaliação, havia uma discrepância de 578% na mesma pasta de dente em diferentes estabelecimentos. O produto é da mesma marca e com a mesma quantidade de 90 gramas. Em um local estava no valor de R$1,18 e o maior preço encontrado foi de R$8.

Outros produtos

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Super Gentil

A diferença nos valores também aconteceu em vários itens comerciais com um percentual de 3 dígitos. Vale lembrar que isso não acontecia antes do Plano Real. As variações aconteceram no:

  • Café: 106,7%
  • Detergente Líquido: 104,7%
  • Feijão: 126,8%
  • Macarrão: 184,3%
  • Leite de caixinha: 408,3%
  • Sabonete: 328,3%
  • Sal: 155,2%

O arroz teve uma diferença de 70,7% e o óleo de soja a 69,5%. Apesar de possuir dois dígitos ainda são considerados valores com alta diferenciação.

A pesquisa

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Raquel Ramos

Os dados foram levantados após um pedido do economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes. Segundo a análise, o preço com maior aproximação foi a do pão de forma industrializado. O menor preço encontrado foi de R$5,96 e o mais alto foi de R$7,20.

A coleta dos preços foi feita na semana passada (24) através de uma ferramenta do Google Shopping Brasil. Os itens selecionados para a pesquisa tiveram como critério estar acessível à compra em 10 lojas físicas ou virtuais. Além disso, também foi levado em conta somente produtos em âmbito Nacional e grandes varejistas.

Projeções

O Boletim Focus do Banco Central (BC) divulgou que o frequente aumento da inflação, que já ultrapassa os 10% em 12 meses, afeta na alteração do preço. A mudança constante dos valores vem acontecendo nos últimos 6 meses. Sendo assim, fica complicado para o estabelecimento definir um preço, segundo o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes.

Portanto, essa discrepância de valores ainda deve acontecer por um tempo. Ou seja, há varejistas que irão optar por baixar os preços para conseguir uma grande demanda nas compras. E também existem aqueles comerciantes que deixarão os valores mais altos. Fábio ainda acrescenta que mesmo com a dispersão de preços o mercado ainda ficará movimentado.

Covid-19

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O economista sócio da consultoria MacroSector, Fábio Silveira, acredita que essa variação no percentual de preços ocorre também devido à pandemia do coronavírus que provocou uma desordem nas redes de produção.

Ainda segundo o especialista, desde março as linhas de produção foram obstruídas e, em seguida, tiveram uma continuidade com insumos comprados com valores distintos no mercado doméstico e internacional.

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Imagens: Mam, Super Gentil, Raquel Ramos, Meu Site Jurídico