Plano Real: o que foi, quais foram as fases e consequências?

17 de setembro de 2020 - por Sidemar Castro


O Plano Real foi uma solução proposta para controlar a hiperinflação que afetou a população brasileira até 1994, quando foi colocado em prática. Nesse sentido, o plano consistiu em uma série de reformas econômicas que visavam combater a alta dos preços.

No entanto, o Plano Real não foi o primeiro. Antes dele, vários outros planos foram implementados, mas fracassaram. Todos tinham o objetivo de controlar a inflação, ou seja, o aumento dos preços de produtos e serviços.

Em resumo, o Plano Real criou a moeda chamada Real e implementou várias medidas econômicas. Assim, foi possível controlar a hiperinflação e restabelecer a economia brasileira.

O que foi o Plano Real?

O Plano Real, implementado em 1994, foi uma reforma econômica crucial que visou estabilizar a economia brasileira e controlar a hiperinflação. Fernando Henrique Cardoso, o então ministro da Fazenda, liderou a criação da nova moeda, o real, que substituiu o cruzeiro real.

Os principais componentes do Plano Real foram os seguintes:

  1. Criação do Real: Em primeiro lugar, a nova moeda foi lançada em julho de 1994, com uma paridade inicial em relação ao dólar.
  2. Medidas de Contenção da Inflação: Em seguida, o governo adotou políticas rigorosas de controle fiscal e monetário. Isso incluiu cortes de gastos públicos e o aumento da taxa de juros.
  3. Estabilização de Preços: Além disso, o plano criou mecanismos para controlar os preços e evitar a prática de indexação, que, anteriormente, protegia salários e contratos da inflação.
  4. Privatizações e Reformas Estruturais: Por fim, o governo promoveu a privatização de empresas estatais e reformas no sistema tributário e na previdência.

Qual foi o contexto histórico do Plano Real?

O Plano Real foi um conjunto de reformas econômicas que o Brasil criou em 1994, durante o governo de Itamar Franco. O principal objetivo foi combater a hiperinflação. Além disso, esse foi o 13º plano econômico desde 1979, quando a crise começou.

Primeiramente, o contexto do Plano Real é complexo. Ele envolve várias decisões políticas que afetaram o Brasil.

Desde a Era Vargas, no final dos anos 1930, o país acumulou uma dívida pública externa. Isso aconteceu porque o Brasil pegou muitos empréstimos de outros países.

Um legado importante de Vargas foi um projeto nacional de desenvolvimento. Ele queria que o Brasil reduzisse a dependência de produtos industrializados importados.

Além disso, Juscelino Kubitschek deu continuidade à política de substituição de importações. Ele governou de janeiro de 1956 a janeiro de 1961 com o Plano de Metas. Após o Golpe de 1964, os governos seguintes mantiveram essa receita.

Em 1973, uma crise do petróleo aconteceu. Por causa de um embargo da Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (Opaep), muitos países, como os Estados Unidos e o Japão, foram afetados. Consequentemente, isso dificultou o financiamento que o Brasil precisava para seu desenvolvimento.

Finalmente, no início dos anos 90, a inflação chegou a 6.800% em um ano. Isso significava que um produto custava, em 12 meses, 68 vezes mais. Por fim, o Plano Real trouxe a moeda que usamos até hoje no Brasil.

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Quem implantou o Plano Real?

O governo de Itamar Franco implantou o Plano Real, enquanto Fernando Henrique Cardoso atuou como ministro da Fazenda. Assim, Cardoso se tornou o principal arquiteto das reformas que levaram à criação do plano em 1994. Consequentemente, o Plano Real foi fundamental para estabilizar a economia brasileira e controlar a hiperinflação.

Quais foram as fases do Plano Real?

1ª fase – Ajuste Fiscal

A primeira fase do Plano Real focou no ajuste fiscal. O objetivo da política econômica foi estabilizar as contas públicas e corrigir o desequilíbrio orçamentário. Para isso, o governo cortou despesas, reduziu transferências e aumentou impostos.

Além disso, em 1994/1995, o governo criou o Fundo Social de Emergência (FSE) para aumentar a arrecadação de tributos e melhorar a gestão do orçamento. Então, implementou o Plano de Ação Imediata (PAI) para organizar e reduzir os gastos da União.

Adicionalmente, o governo criou um imposto temporário sobre movimentações financeiras, chamado Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF).

2ª fase – Unidade Real de Valor

A segunda fase do Plano Real trouxe a Unidade Real de Valor (URV). Esse era um tipo de moeda escritural usada como unidade de conta. A URV foi lançada durante a transição entre o Cruzeiro Real e o Real. Desse modo, ela serviu como um estágio para a nova moeda.

Assim, a URV funcionava como uma referência de preços, embora sua variação fosse diária. O principal papel da URV era estabilizar os valores dos produtos.

3ª fase – Âncora Nominal e Cambial

A terceira fase do Plano Real introduziu o novo padrão monetário, o real. Isso exigiu que o novo meio circulante fosse disponibilizado rapidamente a partir de 1º de julho de 1994.

Nesta fase, a taxa de câmbio serviu como âncora nominal. A ideia era que a base monetária não dependesse mais das decisões do Banco Central. Em vez disso, ela deveria depender da quantidade de reservas internacionais acumuladas e das regras que relacionavam as reservas com a criação de moeda. Portanto, isso limitou a gestão da política econômica e da política monetária por meio de decisões isoladas.

Quais foram as consequências do Plano Real?

A principal conquista do Plano Real foi o controle da inflação. Em 1993, a inflação no Brasil chegou a 2000%. Além disso, em 1990, a inflação foi de 6800%. Com a implementação do plano, a inflação foi controlada e estabilizada, mudando o cenário econômico.

Dessa forma, o Plano Real estabilizou a economia brasileira, que enfrentava uma crise devido à hiperinflação. Para isso, o governo tomou várias medidas, como reduzir gastos, vender empresas públicas e aumentar impostos para elevar a receita. Como resultado, entre 1993 e 1994, a arrecadação aumentou em 25%.

Uma das consequências do Plano Real foi a desregulamentação das instituições financeiras. Isso deu mais liberdade ao setor financeiro e ajudou no crescimento econômico.

Além disso, o plano diminuiu o papel do Estado na economia. Isso ocorreu por meio de políticas de austeridade fiscal e da privatização de empresas estatais.

Por outro lado, o Plano Real também teve efeitos culturais e políticos. A estabilização da economia e o controle da inflação impactaram significativamente a vida cotidiana dos brasileiros.

Finalmente, o Plano Real criou o real, a moeda que circula até hoje na economia brasileira.

Fontes: BCB, Brasil Escola

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