A nova taxa SELIC é um sinal para o Brasil – 15%

1 de outubro de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


Recentemente, o Banco Central definiu a taxa básica de juros em 15% ao ano. Embora o patamar já fosse esse, a decisão traz um sinal relevante para o mercado, para os investidores e para a economia real. Mas, afinal, o que significa manter os juros nesse nível?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela funciona como um piso: nenhum banco ou instituição financeira tem interesse em emprestar abaixo dela.

Em outras palavras, quando o Banco Central mantém a Selic em 15%, ele envia um recado claro ao mercado: não aceite rentabilidades menores que isso. Para empresas, isso significa que só faz sentido captar recursos, se houver perspectiva de retorno acima desse percentual. Já para o investidor comum, a mensagem é: colocar dinheiro em renda fixa pode ser mais vantajoso do que assumir riscos em ações ou fundos imobiliários.

Veja também: 3 investimentos avançados de renda fixa

Impactos da Selic alta

Quando a Selic está elevada, o efeito imediato é uma desaceleração econômica. Empresas encontram dificuldades para financiar seus projetos, consumidores acessam menos crédito e, no fim, o crescimento do PIB é freado.

O objetivo do Banco Central ao “pisar no freio” é conter a inflação. Se há muito dinheiro circulando, a demanda cresce mais rápido do que a produção e os preços disparam. Ou seja, os juros altos funcionam como um remédio para segurar o aumento generalizado de preços.

A questão é: em que ponto o remédio deixa de ser solução e se torna veneno?

Brasil: o maior juros real do mundo

Com a Selic em 15%, o Brasil apresenta hoje o maior juros real do mundo, já que a inflação está em torno de 5%. Isso significa que investidores conseguem ganhar cerca de 10% ao ano sem correr riscos.

Esse cenário, apesar de controlar os preços, traz efeitos colaterais graves:

  • Estagnação das pequenas e médias empresas.
  • Mercado de ações desvalorizado.
  • Desaceleração do consumo e do crédito, dificultando a vida de famílias e negócios.

Ou seja: manter juros tão altos pode proteger a moeda. No entanto, ao mesmo tempo, impede o crescimento econômico.

Selic vai cair?

A grande expectativa é de que, em 2026, a Selic comece a cair. No entanto, a decisão dependerá de como o governo conduzirá os gastos em ano eleitoral e de como o mercado reagirá às medidas de controle fiscal.

O recado é claro: enquanto o mercado não acreditar na capacidade do governo de equilibrar suas contas, os juros continuarão altos.

O Brasil está diante de uma encruzilhada: ou aproveita a próxima década para se estruturar e diversificar sua economia, ou continuará preso ao ciclo de instabilidade, dependência do setor financeiro e baixo crescimento.

A situação é realmente muito complexa e para piorar, nossa população economicamente ativa está envelhecendo. E o Brasil ainda não se industrializou, não criou suas reservas e está perdendo tempo com conflitos internos.

Se o Brasil quiser crescer e se tornar algo, isso precisa acontecer na próxima década. Senão, vamos continuar na mesma, sendo o país do futuro, em um futuro que nunca chega.

Quer se aprofundar um pouco mais no assunto? Então assista ao vídeo em que comento mais sobre!

E se você quer aprender a investir, independente da Selic, te convido a conhecer aAUVP, que é nossa escola de investimentos. Faça a sua análise de perfil e se você receber aprovação, além de utilizar um sistema inteligente para a gestão de seus ativos, você vai aprender a investir no Brasil e no mundo inteiro.

E para ficar por dentro das principais informações do mercado financeiro, acompanhe os conteúdos do canal @investidorsardinha e do perfil @oraulsena no Instagram.

Leia também: Quanto eu precisei juntar para viver em paz?

Como analisar ações de maneira simples e rápida?

O erro mais comum de quem começa em FIIs

A nova taxa SELIC é um sinal para o Brasil – 15%

Quanto eu precisei juntar para viver em paz?