12 de maio de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)

Imagine estar em casa, no trabalho ou na rua e de repente todas as luzes se apagam. Você olha para o celular, sem sinal. Vai até a rua e tudo está parado: sem energia elétrica, sem internet, sem explicações. O que seria apenas uma falha temporária se estende por horas e paralisa completamente a vida urbana. Foi isso que aconteceu, um apagão na Europa.
No dia 28 de abril, um apagão de grandes proporções atingiu Espanha e Portugal, afetando também indiretamente outros países da Europa.
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O início do apagão: colapso em segundos
Na tarde do dia 28, por volta das 12h33 no horário local, a Espanha perdeu abruptamente cerca de 15 gigawatts de geração elétrica em apenas 5 segundos, o equivalente a aproximadamente 60% da demanda energética do país. A falha inicial foi atribuída a uma oscilação severa no fluxo de potência da rede elétrica, que provocou a desconexão do sistema ibérico do restante da Europa.
Esse colapso causou impactos imediatos, como, por exemplo: trens, metrôs e aeroportos paralisaram; voos foram cancelados; hospitais operaram com geradores; supermercados e bancos suspenderam suas operações.
Falta de energia e dificuldades de comunicação
Além do apagão em si, as redes móveis e a internet também foram afetadas, dificultando o acesso à informação. Por isso, em muitos locais, a única forma de entender o que estava acontecendo foi por meio dos rádios de pilha.
A corrida aos caixas eletrônicos e mercados foi imediata. Quem tinha dinheiro em espécie ainda conseguiu comprar itens básicos. No entanto, quem deixou para o dia seguinte, encontrou prateleiras vazias.
Por isso, sempre falo com vocês da importância de ter uma parte da sua reserva em dinheiro físico, com você em casa. Mesmo em tempos de digitalização extrema. Nós nunca sabemos o que pode acontecer.
Teorias, causas e especulações
Diversas teorias surgiram nas redes e na imprensa. Uma das primeiras especulações foi de que o apagão teria sido um teste planejado pela União Europeia, para avaliar a resiliência da população em um cenário de crise energética.
Além disso, outras hipóteses incluíam um possível ataque cibernético, já descartado pelas autoridades, e até um fenômeno climático extremo, como sugerido pela operadora portuguesa REN, que depois negou essa possibilidade.
Até o momento, a principal causa investigada é uma falha técnica na rede elétrica espanhola, possivelmente relacionada à geração solar. No entanto, ainda não existe uma conclusão definitiva.
Como funciona a rede elétrica europeia?
A Europa, assim como o Brasil, opera com um sistema elétrico interligado. Isso significa que, se uma região enfrenta problemas na geração de energia, outras podem fornecer energia excedente para equilibrar o sistema.
Essa interconectividade torna o sistema eficiente do ponto de vista energético. No entanto, também é extremamente vulnerável a falhas em cadeia.
No caso do apagão, uma falha localizada foi suficiente para comprometer todo o fornecimento da Península Ibérica. Ou seja, um claro sinal de que a dependência mútua pode ser tanto uma força, quanto uma fraqueza.
É o fim do mundo? Teorias da conspiração
Como era de se esperar, o apagão gerou um tsunami de teorias da conspiração. Vídeos no YouTube sugeriram que a China ou a Rússia poderiam ter atacado a Europa, que investir no continente agora seria inseguro e até que seria o início de um colapso econômico global.
Mas vamos aos fatos: não há indícios concretos de ataque cibernético.
A Europa continua sendo um dos principais centros econômicos do mundo. Um ataque real contra a estrutura energética da União Europeia prejudicaria não só a Europa, mas também seus maiores parceiros comerciais.
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Dinheiro físico, ouro e Bitcoin: vale a pena?
Em momentos como esse, surgem conselhos apocalípticos, como: “tenha ouro”, “tenha Bitcoin”, “tire seu dinheiro da corretora”.
No entanto, o apagão na Europa mostrou que, em um cenário de crise sistêmica, o que realmente importa é acesso básico à informação, segurança e capacidade de sobrevivência imediata.
Enfim, a verdade é que, se um dia enfrentássemos um colapso total, o que valeria seria a força física e a capacidade de se proteger e garantir seu recursos essenciais. Por isso, dinheiro, ouro ou criptomoedas não compram nada se o sistema colapsar completamente.
Depois de alguns dias sem energia, sem informação, o ser humano perde completamente a racionalidade. O que começa a valer é a força física, é o poder balístico, literalmente. Ou seja, o mercado financeiro só existe no período que o ser humano está fazendo uma abstração. Porque nós literalmente acreditamos no poder do dinheiro, no poder do bitcoin e etc.
Não é preciso histeria
Mas, apesar de todo esse desespero e de todas as teorias que criaram, na prática, não aconteceu nada. A Europa continua sendo um excelente continente pra se investir. Tem empresas europeias que tem 1000 anos, isso não existe nos EUA, em quase nenhum lugar do mundo.
O continente tem empresas centenárias que conseguiu sobreviver ao longo dos anos. Não vai ser o apagão da Europa que vai acabar com isso do dia para a noite. A gente não pode pegar um momento isolado ou um período ruim e ignorar o que eles já passaram e superaram. Enfim, é isso.
Quer entender melhor sobre esse apagão na Europa e todas as consequências? Então, assista ao vídeo completo!
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