Como eu começaria a investir hoje?

28 de junho de 2024, por Raul Sena (Investidor Sardinha)

Tempo de leitura médio: 5 min, 47 seg


Depois de 4 anos criando conteúdo, eu recebi uma pergunta muito boa de alguém perguntando como eu investiria se começasse hoje. Em sua argumentação, a pessoa deixou claro que, apesar de aprender algumas coisas com as informações, o mercado não se encontra no mesmo momento, e por isso, não queria cometer erros ao fazer seus primeiros investimentos.

Neste artigo eu optei por me aprofundar na resposta à essa pergunta, mostrando como eu faria se precisasse começar a investir hoje.

O que você precisa saber antes de começar a investir?

Apesar de sempre ouvir dizerem que “o melhor momento para começar a investir foi ontem, e o segundo melhor momento é agora”, existem algumas coisas importantes para saber antes de entrar no mundo dos investimentos.

Para começar, é preciso não ter pressa. Investir pela primeira vez no calor do momento, só porque seu influenciador preferido disse que é bom não vai te garantir um resultado verdadeiro. Afinal, se o investimento der certo, você vai considerar que é bom, mas se der errado, sem informações e nem preparo, vai desistir achando que é ruim.

É praticamente a mesma coisa que pegar um carro sem nunca ter dirigido e acelerar para ver o que acontece. O resultado quase sempre pode ser catastrófico. E se por um milagre nada acontecer, isso pode encorajar a pessoa a ir cada vez mais longe, sem saber o que está fazendo.

Então, para começar a investir, assim como pegar em um carro, exige preparo. E no caso dos investimentos, o primeiro passo é a reserva de emergência.

Metade dos investimentos, necessariamente precisam estar associados à uma reserva de emergência, enquanto a outra metade ficará disponível para aplicar.

Como escolher uma corretora para investir?

O segundo passo fundamental para o investidor iniciante é escolher uma plataforma de investimentos na qual confia.

Existem inúmeras plataformas de renome nacional, como a BTG Pactual, a XP, a Rico, a Genial Investimentos, entre outras.

O importante é fazer uma boa pesquisa e analisar as vantagens e desvantagens que cada uma oferece para evitar que a corretora empurre produtos de qualidade duvidosa para a carteira.

Como montar uma reserva de emergência?

Depois de selecionar em qual corretora fará os aportes, o investidor deve voltar sua atenção à reserva de emergência. Apesar de muitas pessoas afirmarem que a reserva de emergência é o equivalente a 6 salários, a verdade é um pouco diferente. O correto é guardar o equivalente a 6 meses dos custos fixos de vida, na própria conta-corrente.

Nesse caso, os custos fixos de vida incluem gastos essenciais e alguns confortos pontuais, que podem ser Netflix, gasolina, e outros gastos mensais frequentes. É possível, inclusive, reservar metade e investir metade, sem que isso prejudique a carteira do investidor.

Para começar a aplicar sem erro, o Tesouro Selic é a melhor recomendação, já que nele o valor tende sempre a subir. Contudo, não é em qualquer título do Tesouro Direto que se deve investir. Esse acaba sendo inclusive um erro bastante comum. Isso porque Tesouros como IPCA+ e Tesouro Prefixado correm o risco de sofrerem reajuste para baixo de forma notável, diferente do que ocorre com o Selic.

CDBs, LCIs e LCAs também são investimentos de renda fixa que expõem o investidor a riscos baixíssimos, e contam com proteções do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o valor de R$ 250 mil.

O que estudar antes de investir?

Agora para quem deseja se arriscar um pouco mais nos investimentos, entender o mercado é fundamental. Isso porque, antes de se aventurar na Bolsa de Valores, é preciso primeiro aprender sobre os ciclos econômicos.

Na bolsa de valores brasileira existe um índice chamado Ibovespa, que mede a performance dessa bolsa. Ele basicamente traz uma carteira de ações teórica, com pelo menos 86 empresas dentro. Apesar de parecer importante, se você não investe nas ações dessa carteira, ela não é relevante para seus investimentos.

Então dá uma olhada neste meu vídeo onde entro em maiores detalhes sobre como fazer esses estudos:

O que é P/L nos investimentos?

Apesar de parecer um momento ruim para se investir na bolsa de valores segundo o índice Ibovespa, existe um fator chamado P/L histórico.

P/L nada mais é do que Preço sobre o Lucro, ou seja, quantas vezes o lucro da empresa você está disposto a pagar no momento. Por exemplo, se uma empresa custa R$ 1 milhão, e alguém oferece R$ 8 milhões para comprar ela, o P/L dela é de 8.

Ao longo dos anos, com as mudanças políticas e econômicas, o P/L histórico chegou a bater recorde, chegando a quase 25x pós pandemia, até cair para 4,35x. Quando ocorreu a queda, foi um ótimo período para se começar a investir, pois as empresas estavam custando pouco. Atualmente, o P/L está em 8,01x.

É um bom momento investir na bolsa de valores?

Ao contrário do que se pensa, com um P/L de 8,01, é um ótimo momento para investir na bolsa de valores. A verdade é que, quanto menor o índice de P/L, mais barato você paga pelo lucro da empresa.

Para conseguir fazer isso da maneira correta, o ideal é fazer uma boa análise das empresas. Dessa forma, é mais fácil de identificar possíveis vantagens e desvantagens que elas oferecem com base em seus históricos. Quanto menos problemas e problemáticas uma empresa apresenta em seu histórico de longo prazo, mais fiável ela pode ser para os seus investimentos.

Qual é o melhor momento para comprar na bolsa?

O momento ideal para começar a investir na bolsa de valores é aquele em que a bolsa está na “promoção”. Apesar das pessoas serem pessimistas e acharem que o Brasil está na promoção desde sempre, é assim que construir um patrimônio se torna possível.

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