Reserva de emergência: o que é, como começar e onde investir?

14 de agosto de 2020, por Sidemar Castro

Tempo de leitura médio: 8 min, 1 seg


Você dispõe de uma reserva de emergência? Ela é um valor em dinheiro reservado para lidar com imprevistos. Ou seja, é uma reserva financeira que serve para lidar com emergências, como o próprio nome informa. Isso significa que ela não deve ser gasta com outras coisas, apenas com emergências.

Ter uma reserva de emergência é essencial para que você tenha tranquilidade financeira, para o caso de um imprevisto acontecer.

Todo mundo deve ter uma reserva de emergência. Para criar a sua, defina um valor mensal a ser aplicado na reserva e vá construindo ela aos poucos.

Quer saber mais sobre como fazer uma reserva de emergência? Então, continue a ler a matéria.  

O que é e para que serve a reserva de emergência?

A reserva de emergência é um montante de dinheiro que deve ser mantido em investimentos de alta liquidez para cobrir gastos imprevistos. Ela é uma economia realizada ao longo do tempo que seja capaz de bancar suas despesas mensais fixas por um determinado período, que deve ser acionada quando a pessoa sofre uma queda repentina de renda ou tem custos elevados também de maneira inesperada. A reserva de emergência é um fundo de grande importância para quem deseja fazer um pé de meia para não passar sufoco quando surge algum imprevisto.

Uma reserva de emergência tem como objetivo principal garantir proteção contra imprevistos financeiros e evitar problemas financeiros em situações imprevistas. Além disso, ela tem outras vantagens, como a possibilidade de reposição de bens materiais e a realização de sonhos e metas. Ela deve ser utilizada somente em situações de real necessidade e emergência financeira, como despesas médicas, perda de emprego, reparos e manutenções, gastos inesperados, entre outros.

Essa reserva de emergência é importante para qualquer perfil de investidor, inclusive para as pessoas que gostam mais de se arriscar. Ela deve estar em um tipo de aplicação onde possua liquidez imediata, segurança e baixa volatilidade. É importante que a reserva de emergência possua liquidez, ou seja, possa ser resgatado com facilidade.

Algumas dicas para criar uma reserva de emergência são: definir o valor da reserva, escolher onde deixar a reserva de emergência, reavaliar a reserva de emergência regularmente e fazer ajustes, se necessário.

Para quem é indicada a reserva de emergência?

A reserva de emergência é indicada para todas as pessoas que querem ter uma segurança financeira e evitar dívidas em situações imprevistas. Ela serve para cobrir despesas inesperadas, como perda de emprego, gastos médicos ou consertos urgentes.

Uma reserva de emergência deve estar em um tipo de aplicação que tenha liquidez imediata, segurança e baixa volatilidade. O valor ideal da reserva de emergência depende da renda e das despesas de cada pessoa, mas geralmente varia entre três e doze meses de gastos mensais.

Como criar uma reserva de emergência?

Se você percebeu que não tem uma reserva e decidiu mudar isso, não se desespere. A maioria das pessoas não tem uma renda mensal suficiente para montar a reserva instantaneamente. Portanto, mantenha a calma e tome algumas medidas.

Primeiramente, é preciso se organizar financeiramente. Para isso, faça as contas de como seu salário é gasto mensalmente. Análise as suas despesas e decida o que pode ser cortado. Cortar gastos é uma ótima opção para conseguir formar seu fundo de emergência. Caso não seja possível cortar gastos, busque uma forma de aumentar sua renda mensal.

Depois de encontrar quais gastos vai reduzir, ou aumentar sua renda, defina uma meta de valor a ser poupado todo mês e investido na reserva. O importante é cumprir a meta de investimento e criar sua reserva aos poucos.

Onde investir a reserva de emergência?

O ideal é deixar a reserva de emergência em um local de fácil acesso como, por exemplo, a conta poupança. Isso porque a prioridade dessa reserva é te ajudar nos imprevistos e não trazer grandes rentabilidades.

Uma opção é deixar parte da reserva na poupança e outra parte investida em aplicações com alta liquidez. Desse modo, você tem uma quantia para lidar com o imprevisto assim que ele surgir e consegue resgatar o investimento em pouco tempo caso precise de mais dinheiro.

Além da liquidez, também prefira investimentos mais seguros e com baixa volatilidade. Enfim, algumas opções de investimentos são:

1. Tesouro Direto

O Tesouro Direto conta com alguns tipos de títulos com retornos prefixados, pós-fixados e híbridos. Eles são uma boa opção para a reserva de emergência, pois tem liquidez diária. Sendo assim, você consegue resgatar a aplicação facilmente. Além disso, eles têm um alto nível de segurança, pois contam com a garantia do governo.

2. CDB com liquidez diária

A sigla CDB significa Certificado de Depósito Bancário. Este é um título emitido por bancos, com o intuito de captar recursos para suas atividades. Sendo assim, ao investir em um CDB, você empresta seu dinheiro em troca de uma taxa de juros.

Esses títulos são uma boa opção pois oferecem bons retornos e contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição em caso de calote.

3. LCI e LCA com liquidez diária

As siglas LCI e LCA significam Letra de Crédito Imobiliário e do Agronegócio. Ambas funcionam de forma similar ao CDBs. A diferença é que os recursos captados são destinados exclusivamente aos setores imobiliário e do agronegócio. Além disso, as LCIs e LCAs são isentas de imposto.

4. Fundos de Renda Fixa Referenciados DI

Para encerrar, temos os fundos de renda fixa que são um tipo de fundo de investimento com foco na aplicação em títulos de renda fixa.

Enfim, agora que você conhece algumas opções de investimentos para a reserva de emergência, assista ao vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha e entenda o que fazer caso não tenha uma reserva de emergência:

Qual é o valor ideal?

O valor ideal para a reserva de emergência varia de pessoa para pessoa, dependendo principalmente da sua estabilidade e segurança financeira. No entanto, há uma convenção de que o ideal seja poupar seis meses de gastos fixos mensais. Dessa forma, se você gasta 2.000 reais por mês, por exemplo, sua reserva deve ser de, no mínimo, 12.000 reais.

Além disso, o valor da reserva de emergência deve ser de no mínimo 3 meses do seu custo de vida mensal. Porém, o ideal mesmo é que você consiga acumular uma quantia equivalente de 6 a 12 meses, para ter mais previsibilidade. Portanto, o valor ideal para sua reserva de emergência é equivalente a 6 meses de todos os seus gastos mensais.

Quando utilizar a reserva de emergência?

A reserva de emergência deve ser utilizada em situações de urgência e imprevistos. Aqui estão alguns exemplos de situações que podem justificar o uso da reserva de emergência:

Perda de emprego ou renda: Se você perder sua fonte de renda e precisar se manter até encontrar um novo trabalho.
Doença ou acidente grave: Problemas de saúde muitas vezes são imprevisíveis e podem pegar a gente de surpresa. Nem sempre estamos prontos, tanto emocionalmente quanto financeiramente para encará-los.
Reparo ou manutenção urgente na casa, ou no carro: Se o seu carro for roubado e não tiver um seguro contra roubos, vai precisar de um carro novo. Será uma necessidade.
Despesa médica ou odontológica não coberta pelo plano de saúde: Se você ou alguém da sua família ficar doente e precisar de tratamentos ou medicamentos caros.
Multa ou imposto não previsto: Se você receber uma multa ou imposto que não estava previsto no seu orçamento.

Lembre-se, a reserva de emergência é para emergências, então é preciso ter disciplina para não utilizá-la em outras situações quaisquer. Mantenha sempre o foco. Por mais que você queira muito utilizar esse dinheiro, lembre-se que pode precisar dele para algo importante.

5 dicas para criar uma boa reserva de emergência

  1. Comece com um objetivo: Determine quanto dinheiro você gostaria de ter em sua reserva de emergência. Uma regra geral é ter o suficiente para cobrir 3 a 6 meses de despesas.
  2. Poupe regularmente: Faça da poupança uma parte regular do seu orçamento. Mesmo pequenas quantias podem somar ao longo do tempo.
  3. Mantenha o dinheiro acessível: Sua reserva de emergência deve estar em uma conta que você possa acessar facilmente, como uma conta poupança.
  4. Evite tocar no dinheiro: A menos que seja uma verdadeira emergência, evite gastar o dinheiro que você economizou.
  5. Revise regularmente: Revise sua reserva de emergência regularmente para garantir que ela ainda atenda às suas necessidades.

Lembre-se, a chave é começar – mesmo que seja com uma pequena quantia – e construir a partir daí.

Fonte: Infomoney, Toro investimentos, BTG Pactual, Suno, Conteúdos, Exame, Toro Investimentos, Genial Investimentos