5 de outubro de 2022 - por Jaíne Jehniffer
O Event Driven é uma estratégia de investimentos de fundos de hedge. Ela é voltada para a negociação de ações de empresas que estão passando pelo processo de fusões e aquisições (M&A).
Dessa forma, a intenção dessa estratégia é explorar as ineficiências de preços. Elas podem ocorrer antes ou depois de um evento corporativo como, por exemplo, fusão, aquisição ou cisão.
Sendo que a arbitragem de fusões é a estratégia de investimento mais conhecida dentro do Event Driven.
Vale destacar que essa é uma estratégia usada, principalmente, por investidores mais sofisticados, que preferem fundos de hedge e firmas de private equity, por exemplo.
Como funciona o Event Driven?
O Event Driven funciona como uma estratégia de investimentos usadas por fundos de hedge e firmas de private equity.
Também chamada de estratégia baseada em eventos, é um tipo de estratégia que usa vários métodos de execução.
No entanto, em todas as situações, o intuito é tirar proveito de erros temporários de preços, resultantes de eventos corporativos como, por exemplo, fusão, aquisição ou cisão.
Para usar essa estratégia, é preciso ser um especialista na análise de ações corporativas.
Isso porque é preciso estabelecer os efeitos que os eventos terão nos preços das ações de certas empresas, para com isso, se aproveitar dessa situação.
Sendo assim, nessa análise é preciso levar em conta vários fatores como, por exemplo, o ambiente regulatório atual e possíveis sinergias de fusões ou aquisições.
Depois de fazer a análise, é preciso decidir sobre como investir, tendo como base o preço atual da ação versus o preço provável que ela terá depois que ocorrer o evento.
Sendo que o intuito é justamente lucrar com a diferença de preço antes do evento e depois do evento. Portanto, se o analista estiver certo na sua decisão, ele deverá ter lucros com essa diferença.
Como se desenvolve essa estratégia?
O Event Driven se desenvolve com base na análise fundamentalista de vários setores econômicos.
Sendo que essa estratégia de investimentos tem como base a análise fundamentalista microeconômica. No entanto, em algumas situações pode ser preciso realizar uma análise macroeconômica.
Por meio da análise, o investidor busca uma disparidade entre os preços das empresas do mesmo setor, para aproveitar oportunidades de compra de ativos.
Exemplo
Para você entender melhor o Event Drive, vamos para um exemplo. Quando anuncia-se uma aquisição, o preço das ações da empresa costuma subir.
Depois, é feita a análise para saber se a aquisição é ou não possível. Isso levando em conta vários fatores como, por exemplo, ambiente regulatório e adequação entre produtos que as duas empresas oferecem.
Se a aquisição ocorrer, o preço da ação pode sofrer. Portanto, a equipe de analistas decide o provável local de destino do preço das ações se a aquisição ocorrer com base em uma análise da empresa-alvo e da adquirente.
Por fim, se houver um bom potencial de aumento, o investidor poderá comprar ações da empresa para vender depois que o evento for concluído.
Por que não o Event Drive não é muito conhecido no Brasil?
O Event Drive é pouco conhecido no Brasil. Um dos motivos para isso é que, para aplicar essa estratégia, o gestor deve ter uma vasta experiência de mercado.
Por exemplo, ele deve conhecer em detalhes a legislação de cada um dos países onde está investindo.
Além disso, o mercado de fusões e aquisições no Brasil ainda é menos desenvolvido que o de outros países. Logo, isso pode atrapalhar na hora de aplicar o Event Drive.
Enfim, a Leste Investimentos foi a 1ª corretora a trabalhar com essa estratégia. Em resumo, ela administra o fundo “Leste Global Event Driven FIC FIM”, criado no mês de dezembro de 2016.
Quais são os seus riscos?
Um dos riscos do Event Driven, é a concentração das carteiras.
Isso porque estratégias como reestruturações corporativas ou arbitragem de fusões podem ser correlacionadas ao ciclo econômico e à atividade corporativa.
Nesses casos, os arbitradores de fusões têm certa exposição que é importante ao risco do negócio, sobretudo quando o evento não é aprovado.
Portanto, antes de usar essa estratégia, é essencial analisar o grau de risco do negócio. Além disso, como trata-se de uma operação especulativa, existe um alto risco de prejuízo.
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