27 de março de 2023 - por Jaíne Jehniffer
A validação subjetiva é um tipo de viés cognitivo, onde tendemos a acreditar que descrições e textos genéricos se referem a nós. Por exemplo, ao ler um texto sobre personalidade, você pode acreditar que o texto está falando sobre você, mas ele é bem genérico e se encaixa com muitas outras pessoas.
Esse viés costuma ser acompanhado de outros vieses cognitivos que contribuem para a ideia de que somos o centro do universo. À primeira vista esse viés é inofensivo, mas pode causar erros de julgamento.
Por exemplo, ao focar apenas em si mesmo, você pode se esquecer que existe toda uma realidade ao seu redor e que as outras pessoas também são importantes. Nesse sentido, a opinião e os sentimentos das outras pessoas também importam e não apenas os seus.
O que é a validação subjetiva?
A validação subjetiva é um tipo de viés cognitivo, ou seja, um erro de julgamento que nosso cérebro comete. Ela funciona como a tendência mental de ouvir ou ler descrições que falam de personalidades e eventos de forma generalizada, mas entender que ele se relaciona conosco.
Por exemplo, você pode ler um texto que fala sobre personalidade e acreditar que ele se encaixa perfeitamente com você. Mas, na verdade, trata-se de um texto bem generalizado que se “encaixa” com muitas outras pessoas.
Esse viés é usado por algumas profissões para lucrar em cima dos clientes como, por exemplo, ilusionistas, profetas, gurus, astrólogos, videntes e afins. Entender como a validação subjetiva age na sua forma de pensar é essencial para que você perceba caso esteja sendo iludido.
O fato é que nós seres humanos somos muito abertos a sermos iludidos, pois tendemos a acreditar em ligações que não existem.
Um detalhe importante é que a validação subjetiva não costuma agir sozinha, muitas vezes ela aparece acompanhada de outros vieses cognitivos como, por exemplo, o viés da confirmação. Em resumo, o viés da confirmação é a tendência de buscar apenas por informações que confirmem nossas crenças e opiniões.
Como ela funciona?
A validação subjetiva funciona como um viés cognitivo que faz com que interpretemos de forma incorreta a realidade ao nosso redor.
Na prática, guiado por este viés, você tende a acreditar que dados diversos têm ligação com você e passa a interpretar esses dados como informações que faz sentido para o que você deseja. Ou seja, o cérebro pega dados genéricos/aleatórios e os interpreta da forma que ele deseja.
Mas isso ocorre de uma forma bem sutil, pois essa ligação entre os efeitos parece fazer sentido. Inclusive, essa é uma das principais características dos vieses cognitivos: eles parecem fazer sentido.
No entanto, se você parar para analisar, esses vieses têm como base visões distorcidas da realidade. Consequentemente, eles não fazem sentido de verdade, pois são lógicas com uma boa dose de distorção.
Qual é a relação entre a validação subjetiva e o efeito holofote?
Como você já sabe, guiados pela validação subjetiva tendemos a acreditar que coisas que ouvimos ou lemos se referem a nós, quando na realidade trata-se de algo bem generalizado.
Já o efeito holofote é um tipo de viés cognitivo, que representa a tendência humana de levar em conta apenas as suas experiências e ideias em vez de avaliar os fatos de forma racional e imparcial.
Além disso, guiado pelo efeito holofote, tendemos a acreditar que as outras pessoas nos dão mais importância do que realmente dão.
Sendo assim, os dois vieses andam lado a lado e contribuem para a sensação de sermos o centro do universo. Com isso, temos dificuldade em perceber que o mundo não gira ao nosso redor e as outras pessoas não enxergam a gente como o centro do mundo.
Enfim, cada ser humano é um universo. Logo, sair dessa perspectiva e ver que cada pessoa é um universo particular não é fácil. Afinal de contas, se cada pessoa é o centro do próprio universo, então cada um presta mais atenção em si mesmo do que nos outros.
Para entender mais sobre como os vieses funcionam e como lidar com eles, leia o texto: O que são heurísticas e vieses?
Fontes: Mais retorno e The cap.