É o fim da Magalu e Via? – Investimentos milionários da Shein no Brasil

A Shein irá investir no Brasil, para tornar o país um grande produtor e exportador. Saiba como isso afeta as varejistas nacionais.

2 de maio de 2023 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


A chinesa Shein confirmou que vai fazer investimentos milionários no Brasil para tornar o país um grande produtor e exportador de produtos de moda. E isso pode significar uma grande ameaça às varejistas brasileiras, como a Magazine Luiza (MGLU3) e a Via (VIIA3). Será mesmo que estamos diante do fim da Via e da Magalu? O que vai ser das varejistas com a chegada da Shein no Brasil?

A notícia de que a Shein vai aterrissar no Brasil veio depois da visita do presidente Lula à China, na semana passada. A empresa, referência no varejo de moda na internet, disse que vai investir R$ 750 milhões no Brasil e gerar até 100 mil empregos, diretos e indiretos.

Shein vai quebrar as varejistas brasileiras?

A primeira coisa que precisa ser esclarecida é que a Shein é especializada no varejo de moda. Logo, o negócio da empresa não tem relação direta com varejistas como a Magazine Luiza e a Via.

Por outro lado, empresas como Lojas Renner (LREN3), C&A (CEAB3) e Guararapes (GUAR3) – dona da Riachuelo – podem ser diretamente afetadas. Não por acaso, as ações dessas empresas caíram forte depois do anúncio da Shein.

Já as ações da Coteminas (CTNM3), que fabrica 1/5 do algodão consumido no Brasil e fechou um acordo para viabilizar as operações da Shein, dispararam mais de 300% na Bolsa.

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O que vai acontecer com as varejistas?

A verdade é que sempre que uma nova empresa entra num novo mercado, ela causa muito burburinho e confusão. Isso aconteceu, por exemplo, quando a Amazon chegou ao Brasil. O resultado, no entanto, não foi a quebra das demais varejistas, mas sim de empresas como a Saraiva (SLED3) que, convenhamos, já estava bem mal das pernas.

No fim das contas, o ingresso no Brasil pode ser mais desafiador para a própria Shein, já que, aqui, a empresa vai enfrentar um cenário de alta competitividade, instabilidade e regulação. E, claro, um sistema tributário com mais de 400 mil normas vigentes.

Não é o fim para Magalu e Via

O resumo da ópera é que a Shein no Brasil não vai causar a falência de empresas como a Magazine Luiza e a Via. Isso tudo não passa de histeria.

As empresas do varejo vão continuar atuando normalmente, mesmo com a chegada da Shein. Mas, obviamente, isso não significa que as varejistas vão durar para sempre ou que são boas empresas para investir. O setor é altamente difícil e complexo e, infelizmente, as empresas não conseguem gerar lucros consistentes e manter um bom fluxo de caixa.

Portanto, eu mantenho minha posição de não investir em empresas do varejo, com ou sem a Shein no Brasil.

Gostou do conteúdo? Então, não deixe de assistir ao vídeo acima (do canal Investidor Sardinha) para entender melhor sobre os resultados da WEG e se ainda vale a pena investir na empresa.

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