Shutdown: O que acontece se o governo não conseguir pagar as contas?

Você ouviu falar sobre o risco de o Brasil entrar em shutdown? Se quer entender melhor o que pode ocorrer, confira aqui!

27 de junho de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


O termo “shutdown” ganhou destaque recentemente no Brasil, especialmente após declarações do ministro Fernando Haddad sobre o risco de um travamento na máquina pública. Mas afinal, o que é um shutdown e o que isso significa na prática para o Brasil?

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O que é shutdown?

Nos Estados Unidos, um shutdown ocorre quando o Congresso não aprova o orçamento anual a tempo. Entretanto, sem um novo orçamento ou sem a elevação do teto da dívida, o governo paralisa serviços públicos não essenciais. Ou seja, eles suspendem salários de servidores e cortam temporariamente diversas operações.

No Brasil, esse modelo de shutdown formal não existe. Mesmo que o orçamento atrase, a máquina pública continua operando com autorizações provisórias. No entanto, isso não impede que haja cortes, atrasos e até paralisações em áreas importantes.

O que pode acontecer no Brasil?

Se o governo federal não encontrar novas fontes de receita ou não fizer cortes significativos, poderá faltar dinheiro para despesas chamadas de discricionárias, aquelas que não são obrigatórias por lei.

Ou seja, isso inclui programas sociais(Farmácia Popular, Pronatec, Bolsa Atleta), emissão de passaportes e CNHs; bolsas da CAPES e CNPq; obras públicas e manutenção de prédios; fiscalizações ambientais, sanitárias e trabalhistas e o apoio financeiro a estados e municípios.

Aposentadorias, salários e benefícios obrigatórios devem seguir pagos, ao menos é o que prevê a Constituição. Mas há relatos de atrasos de salários em prefeituras e governos estaduais, algo que pode se agravar.

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Possível travamento da máquina pública

Embora o Brasil nunca tenha passado por um shutdown formalmente falando, já ocorreram momentos críticos em que o governo atrasou pagamentos ou ficou próximo de parar parte das operações.

Por isso, se nada mudar até 2029, o governo poderá ter apenas R$ 8,9 bilhões para investir e manter serviços, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), frente aos R$ 208 bilhões de 2026. Em outras palavras: um colapso fiscal está se desenhando.

Por isso, para tentar evitar esse cenário, o governo tem tomado medidas para aumentar a arrecadação e reduzir o déficit fiscal. Entre elas estão:

  • Tributação de investimentos isentos, como LCI, LCA, CRI e CRA;
  • Aumento da carga sobre apostas esportivas, fintechs e instituições financeiras;
  • Reversão de renúncias fiscais;
  • Cortes orçamentários (já foram bloqueados R$ 31 bilhões e o valor pode subir para R$ 51 bilhões);
  • Tentativas de reduzir fraudes em programas sociais e limitar reajustes de salários públicos.

No entanto, há entraves importantes. Muitos desses ajustes esbarram em lobbies políticos e corporativos, dificultando mudanças estruturais como o corte de super salários, revisão de emendas parlamentares ou reformas nos pisos constitucionais da saúde e educação.

Como sair dessa situação?

Infelizmente, as opções para sair disso não são fáceis. Algumas delas são:

  1. Aumentar impostos, o que exige negociação política complexa;
  2. Reduzir benefícios e rever gastos obrigatórios, o que enfrenta resistência social;
  3. Cortar privilégios e enfrentar lobbies, algo raro na política brasileira;
  4. Fazer reformas estruturais profundas, como revisão de pisos constitucionais e reorganização das contas públicas.

Se nada disso for feito, a paralisação parcial do Estado deixa de ser uma hipótese e passa a ser então uma realidade iminente, infelizmente.

Enfim, basicamente é isso. Quer se aprofundar melhor no que é shutdown? Então, assista ao vídeo completo!

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