10 de julho de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, resolveu bater forte no Brasil com uma tarifa de 50% sobre nossas exportações. E não, não foi só por causa do Bolsonaro, embora ele também tenha entrado na história. Vamos entender o que aconteceu, por que isso impacta a economia brasileira e o que pode vir por aí.
Segundo Trump, o Brasil tem uma relação comercial “muito injusta” com os EUA e por isso, a tarifa seria uma forma de equilibrar o jogo. Ele ainda citou que:
O Brasil estaria causando déficits comerciais insustentáveis aos EUA. Haveria ainda práticas comerciais desleais, especialmente contra empresas americanas de tecnologia.
No entanto, os EUA têm superávit comercial com o Brasil. Em 2024, por exemplo, esse superávit foi de US$ 7,4 bilhões. Ou seja: vendem mais para a gente do que compram.
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Mas qual o real motivo?
Na mesma semana em que Trump anunciou a tarifa, o Brasil estava sediando um encontro do BRICS no Rio de Janeiro. E o presidente Lula aproveitou para dar algumas alfinetadas ao Trump.
Lula defendeu uma moeda comum para o BRICS, questionou a política econômica americana, assim como a dependência mundial do dólar. Então, acredito que essas medidas tenham sido causadas muito mais como uma resposta a essas declarações.
O que diz a carta de Trump
A carta enviada por Trump é quase um ultimato:
- A tarifa de 50% entra em vigor a partir de 1º de agosto de 2025.
- Produtos transbordados para escapar da tarifa serão taxados ainda mais.
- Empresas brasileiras que produzirem nos EUA estarão isentas.
- Se o Brasil aumentar tarifas em resposta, os EUA vão aumentar ainda mais.
Além disso, Trump avisou que vai abrir uma investigação comercial formal contra o Brasil por práticas desleais (incluindo restrições a empresas digitais como o X).
Tarifa vai vingar?
No entanto, será que isso realmente vai ser implementado? Ou é só mais um blefe?
Historicamente, ele já fez isso antes. Enviou cartas parecidas para países como México, Argélia e Sri Lanka e depois sentou para negociar. Com o Brasil, ele ainda não aplicou de forma direta, e isso levanta a suspeita de que seja mais pressão política do que uma medida concreta.
Além disso, o Brasil exporta para os EUA principalmente produtos de base, como: minério de ferro, celulose, soja e carne bovina.
Ou seja: insumos que ajudam a baratear os produtos americanos. Aplicar tarifas sobre isso pode encarecer os custos internos nos EUA, algo que o eleitorado americano, principalmente a indústria, não vai aprovar.
Claro que o Brasil sofre com o impacto imediato no câmbio, nos juros e na bolsa. No entanto, olhando friamente, os EUA também podem sair prejudicados. Isso porque o Brasil é um parceiro comercial relevante, mesmo que não esteja entre os Top 5. Além disso, isso também pode fortalecer o BRICS, caso o Brasil decida buscar outros mercados.
O que vem a seguir?
Agora, é esperar os próximos capítulos. Pode ser que a carta seja só um ensaio de negociação, pode ser que vire tarifa mesmo e pode ser que a situação até piore, caso o clima político e geopolítico se deteriore.
Uma coisa é certa: o mercado já sentiu o baque, o dólar subiu e a tensão entre EUA e Brasil aumentou. Resta saber se o governo brasileiro vai responder na mesma moeda ou com diplomacia.
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