Todo mundo fala em taxar os ricos, mas é você quem vai se lascar

Taxar os ricos é a melhor alternativa para o Brasil ou só estão te enganando mais uma vez? Entenda o que realmente pode mudar o Brasil!

28 de julho de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


Está rolando toda uma discussão sobre a alíquota de tributação no Brasil. Teve meme do governo rodando por aí com o objetivo de convencer o povo de que está tudo bem taxar os ricos e tributar “grandes fortunas”. De acordo com o governo, entram nessa categoria as pessoas que faturam mais de R$ 1 milhão por ano.

O ponto aqui é outro: será que o Brasil realmente tributa pouco? Especialmente os ricos?

Veja também: Por que você ainda não ficou rico? Assista antes dos 45 anos

O tributo sobre empresas

Quando a gente fala em imposto sobre empresas, existe um mal-entendido sobre esse assunto de que o Brasil não cobra imposto sobre lucro. Mas isso é uma meia verdade.

Na prática, o Brasil cobra imposto antes mesmo do lucro virar salário do dono da empresa.

Em muitos países, como os EUA, o imposto só incide quando o lucro sai da empresa para virar renda do proprietário. Aqui, não. O governo cobra antes, porque sabe que se esperar, o empreendedor pode reinvestir esse lucro no negócio, o que diminui a base tributável. Resultado? O governo não vê a cor da grana, então, para não correr esse risco, a empresa é tributada antes.

IRPJ e CSLL

A soma de IRPJ + CSLL no Brasil dá uma alíquota de 34%. E detalhe: esse imposto é cobrado mesmo se a empresa não tiver lucro real. Tem negócio que paga imposto só por existir e faturar, mesmo no prejuízo.

Nos EUA, a carga total sobre empresas gira em torno de 25%. Na França, fica em cerca de 25,8%. Na Alemanha, combinando impostos federais, municipais e de solidariedade, dá por volta de 30%. Ainda assim, o Brasil ganha de todos.

Agora entra a cereja do bolo: os encargos trabalhistas. No Brasil, o patrão paga:

  • 20% de INSS patronal
  • 8% de FGTS
  • Outros encargos menores

Tudo isso corresponda a cerca de 28% sobre a folha. Isso sem contar os direitos que também viram custo.

Enquanto isso, nos EUA, a conta é de 7,65%. Na França, é de 45% (mais alto) e na Alemanha, cerca de 21%, dividido meio a meio com o empregado.

No Brasil, mesmo com uma carga menor que a francesa, o problema é outro: quem recebe pouco paga muito proporcionalmente. Por isso, o salário já vem descontado e sobra pouco pra consumir.

Quando juntamos tudo (impostos sobre empresas, folha, e consumo) o Brasil cobra 65% do lucro das empresas. Nos EUA, são 36%. Na França, 60%. Alemanha, 48%. Ou seja, o Brasil lidera o ranking.

Imposto sobre consumo

Se na renda o Brasil não cobra tanto dos ricos, no consumo ele arrebenta o pobre. A seguir vou exemplificar algumas alíquotas absurdas:

  • Cerveja: 42% de imposto
  • Energia elétrica: 48%
  • Sabão em pó: 40%
  • Pão francês: 17%
  • Cigarro: 83%
  • Água mineral: 37%

Ou seja, o problema disso é que o pobre consome 100% do que ganha. Tudo que ele recebe vira consumo e tudo que ele consome tem imposto. Já o rico poupa ou investe uma parte, que não necessariamente é taxada.

No fim das contas, o pobre banca a festa tributária.

Uma alternativa melhor

Na minha visão, o cenário ideal seria de que esses encargos trabalhistas fossem pagos direto para o trabalhador, ao invés de irem para o governo.

A lógica é simples: mais dinheiro no bolso do trabalhador = mais consumo = mais arrecadação sobre consumo (já que o imposto sobre consumo é altíssimo). Dessa forma, o governo continuaria arrecadando, o trabalhador teria mais poder de compra e todo mundo (teoricamente) ganharia.

Claro que isso exige coragem política, estudo técnico e muito debate, mas a ideia não é de todo ruim.

Tributar os ricos é a solução?

Sempre que alguém propõe alguma mudança, surge o mantra: “Vamos resolver tudo taxando os ricos.” Parece simples, mas na prática, isso é jogar fumaça nos olhos da opinião pública.

É justo que os mais ricos contribuam mais. Mas fazer isso isoladamente, sem uma reforma tributária estruturada, é só empilhar mais peso num sistema que já desaba sozinho.

O que acontece hoje é o seguinte: toda vez que se fala em “tributar os ricos”, quem realmente “paga o pato” é a classe média. No fim, a gente não resolve a injustiça, só a reorganiza.

Quer entender melhor todo esse imbróglio e porque taxar os ricos não vai resolver todos nossos problemas? Então, assista ao vídeo completo!

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