TAN, TAE e TAEG: quais as diferenças?

Você sabe o que é TAN, TAE e TAEG? É preciso entender o que é antes de pegar um empréstimo ou financiamento. Confira conosco mais detalhes.

4 de dezembro de 2025 - por Diogo Silva


Quando a gente pensa em pegar um empréstimo ou financiamento, é fácil se prender só ao valor das parcelas. Mas o que realmente importa é quanto esse crédito vai custar de verdade. Termos como TAN, TAE e TAEG podem parecer complicados, mas na prática eles mostram exatamente isso: o impacto real no seu bolso.

Neste texto, vamos descomplicar essas taxas e mostrar de forma simples como elas funcionam. Assim, você vai conseguir comparar ofertas com clareza, entender o que cada número significa e tomar decisões mais seguras sobre o crédito que faz sentido para você.

Veja também: Taxa de juros real: o que é, como se calcula e como investir com ela?

O que é a TAN (Taxa Anual Nominal)?

A TAN, ou Taxa Anual Nominal, é uma forma de expressar os juros de um investimento ou financiamento ao longo de um ano, mas sem considerar o efeito dos juros compostos, ou seja, sem levar em conta o juros sobre juros.

Ela mostra quanto você pagará ou ganhará de juros em termos anuais, mas de maneira simples, apenas multiplicando a taxa mensal ou trimestral por 12 ou 4, por exemplo.

Na prática, a TAN é mais uma referência do que um valor real do custo ou do rendimento total. Por isso, ela costuma ser usada junto com outras taxas, como a TAEG, que mostram o custo efetivo anual de uma operação.

A TAN ajuda a comparar opções financeiras e entender o percentual base de juros ao ano, mas não mostra exatamente quanto você pagará ou receberá no final, já que não reflete o efeito acumulado dos juros.

O que é a TAE (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global)?

A TAE, ou Taxa Anual de Encargos Efetiva Global, é basicamente o jeito mais transparente de saber quanto um empréstimo ou financiamento realmente custa.

Ela não mostra só os juros, mas também todos os outros gastos que vêm junto, como taxas administrativas, seguros obrigatórios, comissões e qualquer outro encargo que o banco cobre.

Em vez de olhar apenas a taxa de juros e achar que o crédito é barato, a TAE mostra o valor real do que você vai pagar por ano. É como ver o preço final de um produto já com todos os impostos incluídos.

Por isso, ela é tão importante na hora de comparar propostas. Às vezes um empréstimo parece vantajoso, mas quando a TAE entra na conta, dá pra perceber que ele sai bem mais caro do que parecia.

O que é a TAEG (Taxa Anual Efetiva Global)?

A TAEG, ou Taxa Anual Efetiva Global, é a taxa que mostra o custo total e real de um crédito ao longo de um ano. Ela vai além dos juros nominais, como a TAN, e inclui tudo o que você realmente paga: juros, comissões, seguros, impostos e qualquer outro encargo associado ao empréstimo ou financiamento.

Na prática, a TAEG é o número que mostra quanto aquele dinheiro vai custar de verdade, considerando todos os detalhes que às vezes passam despercebidos. É uma ferramenta essencial para comparar propostas de crédito, porque permite entender qual delas é mais vantajosa no fim das contas.

Mesmo que uma oferta pareça ter juros menores, a TAEG revela o impacto total no bolso, ajudando você a decidir com mais clareza e evitar surpresas desagradáveis depois.

Confira também: Empréstimo consignado: o que é e como funciona?

Quais as diferenças entre TAN, TAE e TAEG?

Apesar de parecerem parecidas, a TAN, a TAE e a TAEG servem a propósitos diferentes e ajudam a enxergar o crédito por ângulos distintos.

A TAN funciona como o ponto de partida, mostrando a taxa básica de juros aplicada ao valor emprestado, mas sem considerar o efeito dos juros compostos ou custos adicionais. É útil para entender o ritmo dos juros em termos simples, mas sozinha não conta toda a história.

A TAE surge como uma visão mais realista do custo financeiro, pois já inclui o efeito da capitalização dos juros, ou seja, leva em conta que, com o tempo, os juros incidem sobre o saldo atualizado da dívida. Ela mostra o que o dinheiro realmente rende ou custa num período de um ano, refletindo melhor o impacto financeiro de uma operação.

A TAEG, por sua vez, é a mais abrangente de todas. Além de incorporar o efeito dos juros compostos, também adiciona todas as despesas e encargos associados ao crédito, como seguros, taxas de abertura, manutenção e comissões. Isso faz dela um indicador completo do custo total do financiamento.

De forma bem direta, as três taxas estão ligadas, mas cada uma revela uma camada diferente do crédito.

Onde encontrar a TAN, a TAE, a TAEG e o MTIC?

Essas informações de TAN, TAE, TAEG e MTIC costumam estar bem à vista quando você faz uma simulação ou analisa uma proposta de crédito.

Normalmente, aparecem em um quadro-resumo no início do contrato ou nos documentos que o banco envia antes da assinatura, justamente para que você saiba exatamente o que está contratando.

Ao pedir uma simulação de empréstimo ou financiamento, essas taxas devem vir detalhadas. A TAN mostra os juros básicos aplicados; a TAE e a TAEG revelam o custo real do crédito, incluindo taxas e encargos; e o MTIC, que significa Montante Total Imputado ao Consumidor, mostra o valor total que você pagará no fim, ou seja, o preço final do empréstimo somando o valor financiado e todos os custos envolvidos.

Hoje em dia, dá pra encontrar essas informações com facilidade, como nos sites dos bancos, em aplicativos, ou até em plataformas de comparação de crédito.

O ideal é sempre conferir tudo com calma antes de assinar qualquer contrato, porque são esses números que mostram o quanto o empréstimo realmente vai pesar no seu bolso.

Confira também: Financiamento coletivo: o que é, como funciona e tipos

Como escolher o melhor crédito baseado nas taxas TAN, TAE e TAEG?

Escolher o melhor crédito exige olhar além do valor das parcelas. A TAN mostra apenas os juros básicos, enquanto a TAE e, principalmente, a TAEG revelam o custo real do empréstimo, incluindo todas as taxas e encargos. Por isso, a TAEG é o indicador mais confiável na hora de comparar propostas, ela mostra quanto o crédito realmente vai custar no fim.

Mesmo que duas ofertas tenham a mesma TAN, a TAEG pode ser bem diferente, e isso indica onde estão os custos escondidos. Também vale observar o prazo: quanto mais longo, maior o custo total, mesmo que as parcelas pareçam mais leves.

Assim, o melhor crédito não é o que tem a menor parcela, mas o que tem a TAEG mais baixa e condições mais transparentes. Comparar com calma e entender o que cada taxa representa é a melhor forma de fazer uma escolha segura e evitar surpresas.

Fontes: A Banca; Contas Connosco; Sicredito; Santander; Doutor Finanças; Dona Poupança; Vida Econômica;

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