A economia de escala é uma forma de aumentar a produção da empresa, ao mesmo tempo em que ocorre a redução dos custos. Saiba mais aqui.
28 de dezembro de 2020 - por Nathalia Lourenço
A economia de escala funciona como uma maneira de otimizar a produção da empresa, ao mesmo tempo em que reduz o custo médio das operações. Desse modo, a ideia é que os níveis de produção sejam proporcionalmente maiores do que a elevação dos custos de operação.
Usar a economia de escala proporciona uma boa vantagem competitiva para a empresa, já que a produção pode crescer até um ponto onde os custos totais de operação são diluídos. Com isso, a empresa tem maior margem de manobra no mercado, pois tem uma margem de lucro maior.
O fato da empresa usar ou não a economia de escala também é levado em conta pelos investidores ao analisar uma empresa para investir. Nesse sentido, os investidores buscam por empresas que usam a economia de escala, pois com uma margem de lucros maior, ela pode crescer mais e, até mesmo, distribuir mais dividendos.
O que é economia de escala?
A economia de escala é a proporção inversa entre a diminuição do custo médio das operações da empresa e o aumento do nível de produção.
Ou seja, a ideia é que, quanto maior a quantidade de um bem produzido, menor seja o seu o custo fixo por unidade, já que esses custos estão distribuídos por um número maior de mercadorias. Além disso, ocorre a redução dos custos variáveis por unidade, por causa das eficiências operacionais e sinergias operacionais.
Como os custos diminuem conforme a produção aumenta, as grandes empresas têm uma vantagem competitiva em comparação com as pequenas empresas. Afinal, o seu nível de produção cresce até atingir um ponto em que os custos totais de operação são diluídos.
Além disso, em alguns setores da economia, um único investimento proporciona um grande aumento na capacidade de produção, sem causar uma alta muito grande nos custos.
Um exemplo disto é a indústria de videogame, que precisa bancar os custos de criar um jogo, mas depois basta copiá-lo. Dessa forma, conforme forem vendendo as cópias, os custos com a produção vão sendo diluídos.
Economia de escala interna X economia de escala externa
Para uma empresa ser considerada como economia de escala interna, ela precisa ter ganhos de escala independente do mercado e indústria que faz parte. Desse modo,o responsável por diminuir o custo médio é o aumento do nível produtivo.
A economia interna pode acontecer, por exemplo, quando uma empresa que produz em larga escala tem profissionais especializados, o que resulta na maior eficiência do negócio.
Outra situação que resulta em economia interna é quando as grandes empresas investem em tecnologia e aumentam o seu nível de produção, o que resulta na queda do preço médio a longo prazo.
A economia de escala externa é o resultado de ações fora da empresa. Portanto, não são os esforços internos da companhia que geram a relação proporcionalmente inversa entre custos de operação e aumento da produção.
Normalmente, quanto maior for a empresa, mais influência ela tem no mercado e mais acentuada se torna a economia externa. Isso pode ser percebido, por exemplo, com a isenção de impostos para empresas por causa da sua influência econômica na indústria.
Já a economia real é o resultado do aumento do nível de produção da empresa, paralelo ao baixo crescimento dos consumo de insumos. Por fim, a economia pecuniária é derivada da redução dos preços dos insumos adquiridos pela empresa. Ou seja, ao pagar menos pelos insumos, a companhia apresenta uma redução nos custos de produção.
Para que serve e como funciona a economia de escala?
A economia de escala serve como uma forma de aumentar a produção da empresa, ao mesmo tempo em que ocorre a redução dos custos. Ou seja, a economia de escala funciona como uma maneira de otimizar a produção da empresa, proporcionando maiores lucros.
Para aplicar a economia de escala em uma empresa, o primeiro passo é padronizar os processos produtivos. Com isso, é possível otimizar a produtividade e eficiência, reduzindo também o índice de erros.
Além de padronizar os processos, é essencial que a empresa conte com uma equipe capacitada para gerenciar os processos. Desse modo, o treinamento dos profissionais é essencial para conseguir colocar a economia de escala em prática na empresa.
Exemplos de economia de escala
Alguns exemplos de economia em escala são:
1- Indústria de softwares
Vamos pensar em uma empresa que desenvolve softwares, o maior custo envolvido na sua atuação é no desenvolvimento de sistemas, pois a produção de cópias e a distribuição contam com um custo baixo.
Portanto, nesse tipo de empresa, quanto mais produtividade ela tiver ao criar softwares, menor será o custo médio de produção e maior será a oferta dos seus produtos no mercado.
2- Empresa de logística
O segmento de transportes de mercadorias também usa a economia de escala, sendo que esse tipo de empresa tem custos altos no geral.
Enviar apenas uma pequena remessa de produtos em um caminhão não compensa. Contudo, quanto mais ela aproveitar o espaço e o posto de carga disponíveis, menores serão os custos por unidade de preço.
3- Companhias elétricas
Por fim, temos ainda como exemplos as companhias elétricas, que podem usar a economia de escala na geração de energia. Para isso, a empresa deve optar pelo uso de grandes geradores para diminuir o custo unitário de produção, pois essa é uma forma de otimizar a produção.
Quais são as vantagens da economia de escala?
Na economia de escala, ocorre a baixa dos custos de operação e aumento da produção. Isso é muito vantajoso para a empresa, pois ela pode produzir mais por menos. Com isso, os lucros são mais altos e a empresa tem margem para reduzir os preços dos produtos, caso queira.
Além disso, o fato de uma empresa usar a economia de escala é sempre levada em conta quando a empresa está sendo analisada, o que pode impactar em processos de fusão ou aquisição. Portanto, o fato da gestão dar uma atenção especial para a economia de escala é essencial para o sucesso ao longo prazo da empresa.
Existe ainda o benefício de que a empresa temuma grande vantagem competitiva, já que a produção pode crescer até um ponto onde os custos totais de operação são diluídos. Com isso, a empresa tem maior margem de manobra no mercado, pois tem uma margem de lucro maior.
Nesse sentido, a empresa pode reduzir os preços dos produtos para competir com as concorrentes. Isso é vantajoso também para os consumidores, que podem acessar os produtos com preços mais baixos.
Quais são as diferenças entre economia de escala e economia de escopo?
A economia de escala considera, sobretudo, o custo médio por unidade e o volume produzido. Em contrapartida, a economia de escopo ocorre quando a redução no custo médio é o resultado da produção conjunta de mais de um produto ou serviço.
Desse modo, na economia de escopo, se a empresa produzir dois bens de forma conjunta, ela poderá ter um custo menor do que as empresas que produzem esses dois bens separadamente.
Para que haja a economia de escopo, é preciso de alguns fatores como, por exemplo, a existência de matérias-primas comuns entre esses dois ou mais produtos.
Enfim, a principal diferença entre os dois tipos de economia, é que a de escala analisa o custo médio por unidade, já a economia de escopo consegue reduzir os custos ao produzir mais de um produto de uma única vez.
- Leia também: Economia de escopo: o que é e como funciona?
O que é deseconomia de escala?
Na deseconomia de escala os resultados são o oposto da economia de escala. A empresa tem um aumento do custo de operação que não é acompanhado do aumento na produção.
Um exemplo de deseconomia de escala é quando uma empresa aumenta o número de funcionários, objetivando aumentar a produção. Entretanto, diferente do esperado, a produção não aumenta muito. Portanto, a empresa aumentou seus custos de operação, mas não conseguiu o resultado esperado.
E quais as diferenças entre economia de escala e deseconomia de escala?
A economia de escala e a deseconomia de escala são conceitos relacionados, mas representam fenômenos opostos no processo de produção de uma empresa. Ambos tratam da relação entre o aumento da produção e os custos, mas de formas diferentes:
1. Economia de Escala:
A economia de escala ocorre quando o aumento na produção resulta em redução do custo unitário. Ou seja, à medida que uma empresa produz mais, ela se torna mais eficiente, e o custo de produção por unidade diminui.
Características da Economia de Escala:
- Custo unitário menor: A medida que a produção aumenta, a empresa consegue distribuir os custos fixos (como aluguel, salários administrativos e infraestrutura) por um maior número de unidades, o que reduz o custo por unidade.
- Maior especialização: A produção em maior escala pode permitir processos mais especializados e eficientes, aumentando a produtividade e reduzindo o desperdício.
- Melhores negociações com fornecedores: Empresas maiores podem negociar melhores preços de matéria-prima, devido ao volume de compras mais alto.
- Investimento em tecnologia: Com maior produção, as empresas podem investir em equipamentos mais modernos e eficientes, reduzindo o custo por unidade.
2. Deseconomia de Escala:
A deseconomia de escala ocorre quando o aumento da produção leva a um aumento no custo unitário. Isso acontece quando a empresa ultrapassa um ponto de crescimento ideal, onde o aumento na produção começa a gerar ineficiências que aumentam os custos.
Características da Deseconomia de Escala:
- Custos maiores por unidade: Quando a empresa cresce muito, seus custos começam a aumentar por unidade produzida. Isso pode ocorrer devido a fatores como maior complexidade organizacional e menor controle sobre a produção.
- Problemas de gestão e comunicação: À medida que a empresa se expande, a gestão pode se tornar mais difícil, com maior dificuldade de comunicação, coordenação e tomada de decisões rápidas. Isso pode aumentar o risco de erros e ineficiências.
- Excesso de burocracia: Empresas muito grandes podem se tornar excessivamente burocráticas, o que pode aumentar os custos administrativos e reduzir a agilidade.
- Dificuldade na coordenação das operações: A logística e a distribuição podem se tornar mais complicadas e caras, aumentando os custos de transporte e distribuição.
- Motivos de motivação e produtividade: Em empresas muito grandes, os trabalhadores podem se sentir menos motivados e menos eficientes, o que pode afetar a produtividade e aumentar os custos operacionais.
Exemplo Prático:
- Economia de escala: Uma fábrica que produz 10.000 unidades de um produto por mês pode negociar um preço mais baixo para matérias-primas, utilizar máquinas mais eficientes e distribuir os custos fixos por um maior número de unidades, resultando em um custo unitário menor.
- Deseconomia de escala: Se essa fábrica decide aumentar a produção para 100.000 unidades por mês, pode começar a enfrentar problemas de gestão, dificuldade na coordenação entre departamentos e aumento nos custos logísticos. Além disso, a empresa pode precisar contratar mais gerentes ou estabelecer mais processos administrativos, o que eleva o custo total de produção por unidade.
Fontes: Administradores; Onze; Suno; Dicionário financeiro; Infoescola; e, por fim; Empreender dinheiro.