Mercados emergentes: o que são, quais são e características

15 de março de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 8 min, 19 seg


Os mercados emergentes são os países cuja economia está se desenvolvendo com foco na capacidade produtiva da nação. Para isso, esses países passam por um rápido processo de industrialização.

Ou seja, eles estão deixando de lado a economia tradicional, que tem como base a agricultura e extração de matérias-primas, e estão se voltando para a capacidade produtiva. 

Como consequência, esses países apresentam um rápido crescimento, que pode ser acompanhado de características como as altas oscilações cambiais.

O que são mercados emergentes?

Os mercados emergentes são também chamados de países em desenvolvimento, economias emergentes ou ainda países subdesenvolvidos.

Em resumo, eles são nações cujo foco de investimento está na sua capacidade produtiva. Dessa forma, são países com economia em rápido crescimento indo em direção ao patamar dos países ricos e desenvolvidos.

Ou seja, eles estão se afastando das economias tradicionais, que costumam depender da agricultura e da exportação de matérias-primas.

Desse modo, ao se afastarem da economia tradicional, esses países costumam se industrializar de forma rápida. Com isso, eles passam a adotar o livre mercado ou a economia mista. 

Portanto, o ponto central dos mercados emergentes é a transição. Isso porque, eles passam de uma economia fechada de baixa liquidez para um mercado competitivo e bem regulado.

Além disso, esses países são tidos como economias de crescimento rápido.

Isso, sobretudo, se as suas taxas de crescimento do PIB forem comparadas com economias consolidadas como, por exemplo, de países como França, Reino Unido e EUA.

Enfim, o termo mercados emergentes foi criado por Antoine Van Agtmael, em 1981.

Ao criar esse termo, o economista tinha como objetivo incentivar as sociedades financeiras a investir no mercado asiático, que estava em crescimento. 

Quais são os países emergentes?

As economias emergentes são:

1- China

A China é a maior economia dentre os países emergentes. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a China pode ter se tornado o maior PIB do mundo depois do impacto que a Covid teve nos EUA.

Vale notar que a China é uma das civilizações mais antigas do mundo. Mas ela é tida como emergente, pois o seu processo de abertura econômica é recente.

2- Taiwan

Taiwan é um dos Tigres Asiáticos, ao lado de Hong Kong, Singapura e Coreia do Sul. Na 2ª metade do século XX, ocorreu o chamado “Milagre de Taiwan”, onde o país passou por uma industrialização acelerada.

Enfim, nas últimas décadas, o país investiu muito em tecnologia da informação. Agora ele tem um lugar de destaque entre as fornecedoras do Vale do Silício.

3- Coreia do Sul

A Coreia do Sul passou por uma rápida industrialização focada em eletrônicos. Dessa forma, o país está entre os líderes mundiais em exportações de tecnologia e automóveis.

Inclusive, na Coreia do Sul estão sediadas gigantes como Samsung, LG e Hyundai.

4- Índia

Nos últimos anos, a economia da Índia teve um crescimento perto do da China. Sendo que a nação investiu em reformas para desburocratizar o investimento estrangeiro e estimular startups no setor de inovação.

5- Brasil

O Brasil é um dos líderes na lista de mercados emergentes. Um dos motivos para isso, foi o seu rápido crescimento nos anos 2.000.

No entanto, atualmente a economia do país não está muito boa e a Covid ajudou a piorar esse quadro.

6- África do Sul

Durante muito tempo, a África do Sul foi a maior economia africana. Contudo, ela foi ultrapassada pela Nigéria em 2019.

Apesar disso, a África do Sul ainda lidera o continente em indústria e tecnologia. Além disso, o país conta com uma economia bem diversificada.

7- Rússia

A economia da Rússia é muito dependente dos setores de petróleo, gás natural, bélico, aeroespacial e de maquinaria pesada.

No entanto, existe uma perspectiva de crescimento do setor científico do país.

8- Arábia Saudita

A Arábia Saudita é líder mundial em exportação de petróleo e conta com a 2ª maior reserva de combustível no planeta.

Entretanto, o país está em busca da redução da sua dependência econômica do petróleo.

9- Tailândia

Cerca de 60% da economia da Tailândia depende de exportações. Isso com foco em setores de maquinaria pesada, eletrônicos e alimentos.

Além disso, o endividamento do governo de 41% é tido como mediano em relação a outros países emergentes.

10- México

Por fim, temos o México. Em resumo, o México é a 2ª maior economia latino-americana, ele fica atrás apenas do Brasil. Sendo que boa parte da indústria mexicana opera no setor automotivo.

Histórico dos mercados emergentes

Durante grande parte do século passado, os países tido como de “Terceiro Mundo”, eram vistos com desconfiança pelos investidores.

Isso porque esses países eram vistos como instáveis em sua economia e política. Além disso, eles eram vistos como países de alto risco e que ofereciam ativos de baixa qualidade.

Um dos motivos para essa forma de ver esses países, é porque eles tinham um alto grau de estatização em suas economias até meados dos anos 80. Sendo assim, existia pouco espaço para a iniciativa privada.

Existe ainda o fato de que muitos países de Terceiro Mundo passaram por ditaduras no século XX, apoiadas pelos EUA ou pela União Soviética.

No entanto, no início dos anos 90, muitos países latinos, africanos e do Sudeste Asiático passaram por uma redemocratização e busca por inserção no comércio global.

Além disso, entre as décadas de 90 e 2000, países da América Latina, Ásia e Europa Oriental adotaram várias medidas para conter a hiperinflação e instituir o câmbio flutuante.

Características dos mercados emergentes

Existem algumas comuns nesses países, são elas:

1- Potencial de crescimento

Esses países têm um grande potencial de crescimento. Isso porque, existe um grande abismo entre o nível de vida desses países e dos países desenvolvidos.

Portanto, os países em desenvolvimento apresentam um crescimento muito mais alto do que os países já desenvolvidos.

2- Baixa renda dos mercados emergentes

O fato da renda per capita ser abaixo da média, serve como um incentivo para que as economias desses países cresçam mais rápido.

Isso porque os líderes dos países em desenvolvimento estão dispostos a fazer com que a economia seja mais industrializada de forma mais rápida, com o intuito de ajudar o povo. 

3- Volatilidade

Por causa da rápida mudança social, temos a alta volatilidade. Sendo que essa volatilidade pode ser vista por meio de instabilidade política interna, desastres naturais ou choques de preços externos.

Sendo que desastres naturais, como terremotos e tsunamis, impactam sobretudo a economia dos países que dependem da agricultura.

4- Transformações nos países em desenvolvimento

Os países emergentes costumam passar por grandes transformações estruturais e institucionais. Isso faz com que eles entrem na economia mundial.

Com isso, os mercados emergentes se tornam importantes. Já que eles contribuem com o crescimento da economia global.

5- Fortes oscilações cambiais

Esses países são mais impactados pelas oscilações cambiais, sobretudo as que envolvem o dólar.

Além disso, por ainda depender muito da economia tradicional, esses países estão mais suscetíveis às oscilações das commodities.

6- Baixo capital de investimento

O crescimento dessas economias exige um alto capital de investimento. Porém, os mercados de capitais nessas nações são menos desenvolvidos e tidos como mais arriscados.

Dessa forma, esses países não têm um histórico consistente de investimentos estrangeiros diretos.

Porém, por vezes, as empresas listadas no mercado de ações não têm muitos dados divulgados e realizar vendas no mercado secundário pode ser difícil. 

7- Retorno alto dos mercados emergentes

Como os investimentos nesses países tem um nível de risco mais alto, eles tendem a trazer altos retornos financeiros. Isso quando são bem sucedidos.

Sendo assim, são as chances de obter altos retornos, que fazem com que alguns investidores optem por aplicar nesses países.

Entretanto, é importante notar que nem todos os países em desenvolvimento são uma oportunidade de investimento.

Alguns critérios a serem levados em conta são: poucas dívidas, governo que não seja corrupto e mercado de trabalho crescente.

Como investir nos mercados emergentes?

O ideal ao investir neste tipo de mercado, é que você tenha como foco o médio ou longo prazo. Uma das formas de investir nesses mercados, é por meio de ETFs.

Em resumo, ETFs – Exchange Traded Funds são fundos que replicam a carteira de índices de referência. Existem vários tipos de ETFs no mercado.

Sendo assim, você pode escolher um ETF que aplique em um índice relacionado com mercados emergentes. Além disso, não esqueça de levar em conta o seu perfil de investidor.

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Fontes; Guia do investidor; Warren; Descomplica; e, por fim; Infomoney.