10 de novembro de 2020 - por Nathalia Lourenço
As mid caps são empresas de capitalização média na bolsa de valores brasileira. Em geral, não possuem o mesmo volume de negociação nem a alta liquidez das gigantes do mercado, mas trazem consigo uma interessante margem para crescimento. No entanto, esses investimentos, embora atrativos, também envolvem certo risco, pois empresas em fase de expansão podem tanto alcançar lucros elevados quanto enfrentar dificuldades financeiras com mais facilidade do que negócios já bem consolidados.
Além das mid caps, temos as small caps e as blue chips. As small caps representam empresas de menor porte, enquanto as blue chips são as grandes companhias do mercado, com alto volume de negociação e ampla liquidez na B3.
O que são mid caps
O termo ‘mid caps’ vem da junção das palavras ‘cap’ (capitalização) e ‘middle’ (meio), razão pela qual essas empresas também são conhecidas como ‘middle cap’. Elas ocupam uma posição intermediária no mercado, situando-se entre as menores, as small caps, e as gigantes, as blue chips.
A classificação como middle cap é baseada, principalmente, no valor de mercado dessas empresas, que costuma variar entre US$ 2 bilhões e US$ 10 bilhões. No cenário da bolsa brasileira, temos algumas opções conhecidas de mid caps, como Raia Drogasil, Natura, WEG, MRV e Embraer.
Como os mid caps funcionam?
As mid caps operam como qualquer outra ação na bolsa de valores, mas se destacam pelo seu valor de mercado intermediário. Calculamos esse valor multiplicando o preço das ações pelo número total de ações emitidas pela empresa. No Brasil, definimos as mid caps como empresas com valor de mercado entre R$ 2 bilhões e R$ 10 bilhões.
Características das mid caps
Em síntese, as mid caps são empresas de capital aberto com média capitalização. Embora não exista uma lista oficial, o mercado as classifica de forma consensual, considerando principalmente seu valor de mercado, que costuma ficar entre US$ 2 bilhões e US$ 10 bilhões.
Por terem uma liquidez menor em comparação com as blue chips, as mid caps geralmente não fazem parte do Índice Ibovespa. Esse índice é composto por uma carteira teórica de ações que representa os ativos mais negociados na bolsa, funcionando como um termômetro do mercado.
Assim, como as mid caps não costumam integrar o Ibovespa, as oscilações desse índice não refletem diretamente o desempenho delas. Ou seja, é possível que o Ibovespa esteja em queda enquanto as mid caps apresentam alta.
Como é a liquidez das mid caps?
A liquidez de um ativo refere-se à facilidade com que ele pode ser comprado ou vendido no mercado. No caso das mid caps, essa liquidez é considerada moderada, ou seja, não é tão alta quanto a das large caps, mas ainda é superior à das small caps. Isso significa que negociar grandes quantidades de ações de mid caps pode ser um pouco mais desafiador em relação às large caps, que possuem um volume de negociação maior.
Outras classificações
Além das mid caps, existem mais duas classificações principais:
- Blue chips: São as gigantes do mercado, também chamadas de large caps ou big caps, e contam com o maior volume de negociação na bolsa. Essas empresas são bem estabelecidas em seus setores e, devido ao alto volume de transações, possuem excelente liquidez, ou seja, facilidade para comprar e vender ações. Por serem grandes e estáveis, as blue chips são vistas como investimentos mais seguros, com uma liquidez superior à das mid caps.
- Small caps: As small caps, por outro lado, são empresas menores e geralmente têm uma liquidez relativamente baixa, já que o mercado tende a vê-las com certa cautela. Para ser considerada uma small cap, o valor de mercado da empresa deve estar entre US$ 300 milhões e US$ 2 bilhões. Acima desse valor, ela já passa a ser classificada como uma mid cap.
Quais são as principais mid caps na B3?
A B3, bolsa de valores brasileira, abriga diversas empresas que se classificam como mid caps. Alguns exemplos são:
- Cielo S.A. (CIEL3): Especializa-se em pagamentos eletrônicos.
- Localiza (RENT3): Oferece aluguel de carros.
- Raia Drogasil (RADL3): É uma renomada rede de drogarias.
- WEG S.A. (WEGE3): Fabrica motores elétricos e equipamentos industriais.
- Braskem S.A. (BRKM5): Atua no setor petroquímico.
- CCR S.A. (CCRO3): Concede rodovias e infraestrutura.
- MRV (MRVE3): Constrói casas e apartamentos.
- Marfrig (MRFG3): Produz alimentos reconhecidos.
- Cyrela (CYRE3): Constrói imóveis residenciais.
- Natura (NTCO3): Fabrica cosméticos renomados.
- Embraer (EMBR3): Produz aeronaves de destaque.
- Suzano (SUZB3): É referência em papel e celulose.
- Magazine Luiza (MGLU3): Destaca-se como varejista.
- Grupo Ultra (UGPA3): Atua em combustíveis e varejo.
- JBS (JBSS3): É um dos maiores grupos de alimentos do mundo.
- Energisa (ENGI11): Distribui energia.
- Gerdau (GGBR4): Opera no setor de siderurgia.
- Lojas Renner (LREN3): É uma importante rede de varejo de moda.
- Rumo (RAIL3): Foca em logística e transporte ferroviário.
- Totvs (TOTS3): Especializa-se em software de gestão empresarial.
Vale ressaltar que essa classificação pode mudar ao longo do tempo, conforme o desempenho das empresas e as condições do mercado.
Vantagens e desvantagens
Como ainda não têm o porte das blue chips, as mid caps possuem uma boa margem para crescimento. Isso significa que essas empresas ainda podem expandir bastante seus lucros, enquanto as blue chips, já consolidadas, têm menos espaço para crescer.
Além disso, as mid caps oferecem oportunidades de investimento que muitos investidores podem não perceber, pois a maioria dos debates costuma se concentrar nas small caps e nas blue chips.
No entanto, investir em mid caps apresenta um pouco mais de risco do que investir em blue chips, uma vez que elas ainda não estão totalmente consolidadas e possuem menor liquidez.
Por fim, uma desvantagem adicional é que encontrar informações sobre mid caps pode ser desafiador. Isso pode dificultar a análise detalhada da empresa antes de tomar a decisão de investimento
3 aspectos para analisar antes de investir em mid caps
1. Fundamentos da Empresa:
Para analisar os fundamentos da empresa, é importante avaliar indicadores fundamentalistas, como endividamento, patrimônio líquido e capacidade de gerar lucros, pois esses dados ajudam a entender a saúde financeira da organização.
Além disso, é fundamental verificar as projeções de crescimento, considerando se a empresa possui potencial para se desenvolver e expandir no futuro.
2. Setor de Atuação:
Ao examinar o setor de atuação, é necessário analisar as perspectivas do setor, levando em conta as condições macroeconômicas e o potencial de crescimento que a área pode oferecer, considerando tanto as tendências quanto os desafios.
3. Concorrência:
Na avaliação da concorrência, a prática de benchmarking se torna essencial. Isso envolve comparar a empresa com seus concorrentes do mesmo setor e porte, utilizando indicadores fundamentalistas para identificar oportunidades de melhoria e diferenciação.
Como investir em mid caps
1. Definir o Perfil de Investidor e Objetivos:
Primeiramente, identifique sua tolerância ao risco. As mid caps apresentam mais volatilidade do que investimentos de renda fixa. Por isso, elas são mais adequadas para investidores moderados e arrojados.
Em seguida, defina um horizonte de tempo para os investimentos. Priorize o longo prazo, pois isso ajuda a minimizar os efeitos da volatilidade e a aproveitar o potencial de crescimento.
2. Abrir Conta em uma Corretora de Valores:
Escolha uma corretora confiável. É importante que ela ofereça acesso à negociação de ações na B3. Essa escolha facilitará suas operações no mercado.
3. Pesquisar e Selecionar as Ações:
Realize uma análise detalhada das empresas. Utilize os aspectos mencionados anteriormente para embasar suas decisões. Depois, encontre o código de negociação (ticker) das ações que deseja adquirir.
4. Enviar Ordem de Compra:
Quando estiver pronto, informe a quantidade de ações e o preço desejado ao enviar sua ordem de compra. Em seguida, aguarde a execução da ordem. Ela será concretizada assim que houver uma ordem de venda correspondente.
5. Diversificar a Carteira:
Por fim, invista em empresas de diferentes setores e portes. Isso ajudará a reduzir o risco da sua carteira. Além disso, considere diversificar em outros tipos de investimentos, como renda fixa e outros ativos. Isso equilibrará sua estratégia.
Quais as diferenças entre small, mid e large caps?
A principal diferença entre small caps, mid caps e large caps está no valor de mercado das empresas.
Small Caps:
As small caps têm um valor de mercado que varia entre R$ 300 milhões e R$ 2 bilhões. Essas empresas apresentam um alto potencial de crescimento, mas também envolvem um risco maior e costumam ter menor liquidez.
Mid Caps:
As mid caps possuem um valor de mercado entre R$ 2 bilhões e R$ 10 bilhões. Elas oferecem um equilíbrio entre crescimento e risco, apresentando liquidez moderada.
Large Caps (Blue Chips):
As large caps têm um valor de mercado superior a R$ 10 bilhões. Geralmente, são empresas consolidadas e líderes de mercado, caracterizadas por menor risco, maior liquidez e estabilidade. Além disso, costumam distribuir dividendos regularmente.
A escolha entre small caps, mid caps ou large caps deve considerar o perfil do investidor, os objetivos financeiros e a estratégia de investimento adotada.
Agora que você sabe como funciona as mid caps, aproveite para aprender sobre a técnica de investimento de longo prazo Buy and Hold – O que é, como funciona, vantagens e desvantagens
- Fontes: Suno, Mais retorno eAndré Bona