Joseph Safra: conheça a biografia do banqueiro

Joseph Safra é o homem mais rico do Brasil e o banqueiro mais rico do mundo. Nascido no Líbano, fundou no Brasil o Banco Safra. Leia mais.

14 de outubro de 2020 - por Sidemar Castro


Joseph Safra foi o homem mais rico do Brasil e o banqueiro mais rico do mundo. Ele nasceu no Líbano e veio para o Brasil para tentar a vida como banqueiro, o mesmo ofício de sua família. 

O banqueiro, apesar de toda riqueza, era extremamente discreto. Ele evitava os holofotes e poucas vezes aceitou dar entrevistas. 

Também conhecido como Seu José, Joseph Safra tinha fama de ser um banqueiro conservador, minucioso e, às vezes, severo. E essas características pessoais são aplicadas ao Banco Safra, onde o conservadorismo e a aversão aos riscos são um dos pilares fundamentais.

Quer saber mais sobre Joseph Safra? Continue a leitura.

A vida de Joseph Safra

O banqueiro Joseph Yacoub Safra nasceu em 1938, no Líbano. Dessa maneira, ele descende de uma família judaica, que se dedica ao setor bancário há mais de um século.

Como consequência, desde a infância, Joseph teve contato com o funcionamento dos bancos através de seu pai. O pai de Joseph Safra, Jacob, tinha aberto um banco chamado Banco Jacob E. Safra, no Líbano. Lá, ele se estabeleceu com a esposa, Ester Teira Safra, e seus nove filhos.

No entanto, como conflitos começaram a ser desencadeados no Oriente Médio, a família decidiu se mudar para o Brasil. 

Dessa forma, Jacob mudou-se com a família para São Paulo, em 1952. Porém, não veio a família toda, já que Joseph se mudou para a Inglaterra, onde concluiu os estudos básicos.

Posteriormente, ele se mudou para os Estados Unidos, onde trabalhou no Bank of America. Ele ainda foi para a Argentina para, só então, vir para o Brasil, em 1962. 

Banco Safra

A história do Banco Safra começa com a família Safra, que já operava como casa bancária no século XIX na Síria. O primeiro banco da família foi fundado por Edmond Safra e seu pai Jacob Safra, ambos judeus de origem libanesa, na década de 20, ainda no Líbano.

Jacob Safra se mudou para o Brasil em 1953, onde fundou uma empresa de importação e comércio de metais, máquinas e gado, a Safra Importação e Comércio. Após a morte de Jacob Safra em 1963, seu filho Joseph Safra assumiu o banco junto aos irmãos. Em 1967, a família fundou a Safra Financeira.

Hoje, o Banco Safra é o 4º maior banco de controle privado do Brasil considerando-se seus totais de ativos. Ele atua como um banco múltiplo provendo uma ampla linha de produtos e serviços financeiros, e diferencia-se no mercado brasileiro pela experiência e proximidade da família Safra junto aos negócios.

Depois que Jacob Safra morreu, em 1963, seus filhos, incluindo Joseph Safra, tocaram o negócio familiar. Inicialmente, o banco não dispunha de muita confiança da população.

Um dos motivos de desconfiança era devido às novidades que o banco trazia. Como a maioria das pessoas teme o desconhecido, as novidades foram consideradas muito arrojadas, inicialmente. Dessa forma, uma das novidades trazidas do Oriente Médio para o Brasil, foram as Letras de Câmbio.

Entretanto, com o tempo, o banco se estabeleceu e passou a ser conhecido como o banco dos banqueiros. Como consequência disso, a instituição passou a se expandir.

Nesse processo de expansão, foram adquiridas outras instituições financeiras, e o banco se firmou como uma empresa conservadora, que não gosta de riscos. Este, como já mencionamos, foi um dos principais pilares da credibilidade que o grupo Safra construiu ao longo dos anos.

Outros empreendimentos e investimentos de Joseph Safra

Na década de 1988, durante a hiperinflação, Joseph Safra decidiu investir 21 bilhões de cruzados na poupança. Acontece que ele havia notado que o mês de maio iria contar com cinco finais de semana, e isso resultaria em um bom rendimento, se comparado a outros investimentos conservadores.

Ele acertou, como havia previsto, e lucrou bastante. Porém, depois disso, os bancos mudaram as regras para impedir que outras pessoas fizessem o mesmo

Posteriormente, no final da década de 1990, o Brasil passava por um processo de privatização de telefonia. Dessa maneira, Joseph Safra decidiu, por meio do banco Safra, se aliar à BellSouth, e criar a BCP. Essa foi a primeira empresa a ter autorização para explorar um espectro de rede de celular.

A BCP, então, se tornou a segunda maior empresa de telefonia, mas não conseguiu se manter neste patamar. Isso porque a empresa estava funcionando no vermelho, com bilhões em dívidas. Por fim, em 2003, a empresa foi vendida por US$ 650 milhões. 

Filantropia

Joseph Safra, fundador do Banco Safra, era conhecido por sua dedicação à filantropia. Ele foi um dos maiores doadores dos hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês, em São Paulo.

Safra também apoiou associações beneficentes como a Fundação Dorina Nowill para Cegos, o GRAAC, a Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer, a Associação de Assistência à Criança Deficiente, a APAE e a Casa HOPE. A família Safra distribui parte de sua fortuna em iniciativas de medicina, artes e educação.

Portanto, a filantropia faz parte da história da família Safra há décadas com projetos sociais nas áreas de educação, saúde e assistência social no Brasil, nos Estados Unidos, em Israel e no Líbano.

Cultura

Joseph Safra também era um grande apoiador da cultura. Ele era conhecido por suas doações generosas para museus e para a comunidade judaica.

Entre suas iniciativas culturais, Safra patrocinou um livro sobre famílias judaicas no Brasil e doou o manuscrito original da Teoria da Relatividade de Albert Einstein para o museu de Jerusalém.

Além disso, por meio do Instituto J. Safra, ele adquiriu e doou esculturas de Auguste Rodin, Aristide Maillol e Camille Claude à Pinacoteca de São Paulo. Essas ações demonstram o compromisso de Safra com a promoção e preservação da cultura.

Como parte das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, o Instituto Cultural J. Safra lançou um livro totalmente dedicado ao Museu do Ipiranga, também conhecido como Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP). O livro faz parte da coleção “Museus Brasileiros”, iniciada em 1982 por Joseph Safra, e tem como principal missão contribuir para a conservação e a disseminação do patrimônio cultural e artístico do Brasil.

Além disso, o Banco Safra foi um dos patrocinadores do projeto de restauro, ampliação e modernização do Museu do Ipiranga. O museu, que estava fechado desde 2013, reabriu no dia 7 de setembro de 2022, após uma extensa intervenção que o adequou para as demandas de um museu contemporâneo. A obra contou com o apoio de várias empresas, incluindo o Safra.

Morte do homem mais rico do Brasil

Joseph Safra faleceu, de causas naturais, no dia 10 de dezembro de 2020, aos 82 anos. O banqueiro, considerado o homem mais rico do Brasil, era conhecido por amigos e familiares como “Seu José”. Ao todo, Joseph Safra deixou um patrimônio estimado em R$ 119,08 bilhões.

Além disso, Safra deixou sua esposa, Vicky Sarfaty, bem como os 4 filhos e 14 netos.

Herança

Joseph Safra deixou quatro filhos: David J. Safra, Esther Teira Safra, Alberto Safra e Jacob J. Safra. Eles são os herdeiros da fortuna de Joseph Safra. No entanto, houve uma disputa pela herança entre Alberto Safra e seus irmãos e mãe, Vicky Safra. A fortuna de Vicky e dos quatro filhos é estimada em US$ 18 bilhões.

Fontes: Infomoney, Safra, Suno, G4 Educação

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