Poupança: o que é, como funciona, vantagens e desvantagens

A poupança, apesar da facilidade na utilização, apresenta rendimentos tão baixos que às vezes mal supera o aumento da inflação. Portanto, ao deixar o dinheiro guardado na poupança, você pode estar perdendo a oportunidade de ver aquele dinheiro render muito mais.

22 de agosto de 2020 - por Nathalia Lourenço


A poupança é a queridinha da maioria dos brasileiros, talvez devido à sua facilidade de utilização. Ou talvez porque muitas pessoas têm medo do mundo dos investimentos. Seja como for, a poupança é a pior opção entre os investimentos disponíveis.

Apesar da facilidade de uso, a poupança apresenta rendimentos tão baixos que, às vezes, mal supera a inflação. Portanto, ao deixar o dinheiro guardado na poupança, você pode estar perdendo a oportunidade de ver seu dinheiro render muito mais.

Contudo, não basta apenas saber que existem investimentos melhores. Por isso, preparamos este post para que você entenda como a poupança funciona e por que ela não é um bom investimento.

O que é poupança

Também chamada de Caderneta de Poupança, a poupança nada mais é do que uma conta voltada para quem deseja poupar dinheiro. O nome caderneta de poupança veio do hábito, que antigamente as pessoas possuíam, de anotar em uma caderneta o saldo da conta e os juros da conta delas.

A poupança é um investimento de renda fixa. Em outras palavras, é perfeitamente possível calcular quanto de juros o dinheiro vai render.

Por isso mesmo, o investimento na poupança é principalmente voltado para as pessoas com pouco conhecimento de investimentos. Dessa maneira, como investir na poupança é um dos investimentos mais fáceis, as pessoas não se sentem intimidadas.

Como ela funciona?

A poupança funciona de forma bastante simples:

  1. Abrir uma conta de poupança: Para começar, você precisa abrir uma conta de poupança em um banco ou instituição financeira. Geralmente, essa conta não requer um valor mínimo para abertura, mas é importante verificar isso com o banco.
  2. Depósito de fundos: Regularmente, você deposita dinheiro nessa conta de poupança. Isso pode ser feito através de depósitos diretos na agência bancária, transferências eletrônicas, depósitos automáticos programados, entre outros métodos disponibilizados pelo banco.
  3. Acúmulo de saldo: Conforme você faz os depósitos, o saldo da sua conta de poupança vai aumentando. Esse saldo representa o valor total que você economizou.
  4. Geração de juros: Em muitos casos, os bancos pagam juros sobre o saldo mantido na conta de poupança. Os juros são calculados com base na taxa de juros anual (por exemplo, 0,50% ao ano) e são geralmente creditados à conta em intervalos regulares (mensalmente, trimestralmente, etc.).
  5. Acesso aos fundos: Você pode acessar os fundos da sua conta de poupança a qualquer momento, geralmente através de saques em caixas eletrônicos, transferências para sua conta corrente ou até mesmo através de transferências eletrônicas para outras contas.
  6. Objetivos de poupança: As pessoas utilizam contas de poupança para diversos objetivos, como guardar dinheiro para emergências, fazer compras planejadas (como viagens ou bens duráveis), economizar para aposentadoria, acumular um fundo para estudos futuros, entre outros.

Em resumo, a poupança funciona como um método seguro e acessível para acumular fundos ao longo do tempo, proporcionando uma base financeira estável e a possibilidade de alcançar metas econômicas a curto e longo prazo.

Como funciona o rendimento?

O rendimento da poupança é calculado com base em uma fórmula simples que leva em consideração a taxa de juros definida pelo governo (Taxa Referencial – TR) e a Taxa de Juros da Poupança (TJP), que é fixada pelo Banco Central.

A fórmula para o cálculo do rendimento da poupança é a seguinte:

O que é e como funciona a poupança?

Vamos explicar cada parte:

  1. Saldo médio do mês anterior: Este é o saldo médio da sua conta de poupança no último dia de cada mês. O banco calcula esse saldo médio considerando todos os dias do mês.
  2. Taxa de Juros da Poupança (TJP): É a taxa de rendimento da poupança, que atualmente é de 70% da Taxa Selic quando esta está acima de 8,5% ao ano. Quando a Taxa Selic é igual ou menor a 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR).

Como funciona a liquidez?

A liquidez de uma poupança refere-se à facilidade com que você pode acessar o dinheiro depositado nela. Geralmente, a liquidez é uma característica importante das contas de poupança, especialmente para propósitos como emergências ou despesas imprevistas.

Aqui estão os principais aspectos que definem a liquidez de uma poupança:

  1. Facilidade de movimentação: As contas de poupança são projetadas para permitir movimentações frequentes e sem complicações. Você pode fazer depósitos regulares, retiradas quando necessário e transferências para outras contas de forma relativamente simples.
  2. Restrições mínimas: Diferentemente de investimentos de longo prazo, como alguns tipos de títulos ou certificados de depósito, as contas de poupança geralmente não impõem penalidades por retiradas frequentes ou limitam o número de transações mensais.
  3. Disponibilidade imediata: Os fundos depositados em uma conta de poupança estão disponíveis imediatamente para uso. Isso significa que você pode acessar seu dinheiro rapidamente sempre que precisar, sem esperar períodos de carência ou prazos de resgate.
  4. Segurança dos fundos: As contas de poupança são geralmente seguras e protegidas por garantias bancárias ou por agências reguladoras, o que proporciona uma camada adicional de segurança para os fundos depositados.

Em resumo, a liquidez de uma poupança se refere à sua capacidade de converter os ativos em dinheiro rapidamente e sem grandes custos. É uma característica fundamental para muitas pessoas que utilizam a poupança para fins de reserva de emergência ou para manter uma reserva financeira acessível.

Taxas e custos

As contas de poupança geralmente são consideradas uma opção de investimento de baixo custo devido à simplicidade e à natureza básica do produto financeiro.

Aqui estão alguns pontos principais sobre taxas e custos associados a uma conta de poupança:

  1. Taxa de Manutenção: Muitos bancos não cobram taxas de manutenção para contas de poupança, especialmente se você mantiver um saldo mínimo ou realizar um número mínimo de transações por mês. No entanto, é sempre importante verificar as políticas específicas do banco onde você possui a conta.
  2. Taxa de Administração: Em geral, as contas de poupança não têm taxas de administração. O banco ganha dinheiro principalmente através dos depósitos que pode usar para emprestar a outros clientes.
  3. Taxas de Saque: Em alguns casos, especialmente se você estiver utilizando um caixa eletrônico de outro banco para saques, pode haver cobrança de taxas. No entanto, muitos bancos oferecem uma quantidade limitada de saques gratuitos por mês.
  4. Taxa de Excesso de Transações: Embora a maioria das contas de poupança permita um número ilimitado de depósitos, pode haver limitações quanto ao número de retiradas ou transferências que você pode fazer em um determinado período. Exceder esses limites pode resultar em taxas adicionais.
  5. Impostos sobre Rendimento: No Brasil, os rendimentos da poupança são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. Esta é uma vantagem significativa em comparação com outros tipos de investimentos que podem ter incidência de IR.
  6. Outros Custos: Além das taxas mencionadas, é importante estar ciente de qualquer outra tarifa que possa ser aplicada, como por exemplo, para emissão de extratos ou certificados.

Mas fique atento, é preciso ler atentamente o contrato e os termos de serviço ao abrir uma conta de poupança para entender completamente quaisquer taxas ou custos associados. Comparar diferentes instituições financeiras também pode ajudar a encontrar uma conta de poupança que atenda melhor às suas necessidades, com mínimos ou nenhuma taxa.

Quais as garantias?

As garantias de uma poupança refere-se à segurança dos fundos depositados na conta em caso de falência da instituição financeira onde a conta está mantida. No Brasil, a garantia da poupança é assegurada pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), uma entidade privada sem fins lucrativos que garante créditos contra instituições financeiras em caso de intervenção, liquidação extrajudicial ou falência.

A principal cobertura oferecida pelo FGC para depósitos em contas de poupança é de até R$ 250.000 por CPF e por instituição financeira. Isso significa que, se a instituição financeira quebrar e não puder devolver os depósitos, cada titular de conta de poupança receberá de volta até R$ 250.000, somando todos os depósitos que possuir na mesma instituição.

É importante destacar que essa garantia se aplica especificamente a depósitos feitos em contas de poupança e em outras modalidades de depósito à vista ou a prazo, como contas correntes, depósitos a prazo, letras de câmbio, entre outros.

Essa garantia proporciona aos depositantes uma camada adicional de segurança e tranquilidade quanto à integridade dos seus recursos financeiros depositados em instituições bancárias no Brasil.

Quais são as vantagens?

A poupança oferece várias vantagens que a tornam uma opção popular para muitas pessoas na gestão de suas finanças pessoais.

Aqui estão algumas das principais vantagens da poupança:

Segurança

As contas de poupança são consideradas uma forma segura de guardar dinheiro, uma vez que os depósitos são geralmente protegidos por garantias bancárias e pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Isso proporciona tranquilidade de que os fundos estão protegidos mesmo em caso de falência da instituição financeira.

Acessibilidade

Os fundos depositados em uma conta de poupança estão geralmente disponíveis para saque a qualquer momento, proporcionando liquidez imediata para emergências ou necessidades financeiras repentinas.

Baixo custo

Muitas contas de poupança não têm taxas de manutenção mensal ou cobranças significativas, o que as torna uma opção de investimento de baixo custo para acumulação de reservas financeiras.

Facilidade de uso

Abrir e gerenciar uma conta de poupança é geralmente simples e direto. A maioria dos bancos oferece serviços online e aplicativos móveis que permitem monitorar o saldo, realizar transferências e até mesmo automatizar depósitos regulares.

Isenção de Imposto de Renda sobre Rendimentos

Em muitos países, os rendimentos da poupança, como os gerados na caderneta de poupança no Brasil, são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. Isso significa que os juros acumulados não são tributados, o que aumenta o retorno líquido para o investidor.

Flexibilidade

Não há compromissos de longo prazo associados à poupança. Os titulares de contas de poupança têm a liberdade de depositar ou retirar fundos conforme necessário, sem penalidades significativas.

Início de hábitos de economia

Abrir uma conta de poupança pode ser o primeiro passo para desenvolver hábitos de economia saudáveis. É uma maneira eficaz de guardar dinheiro para metas de curto e longo prazo, como comprar um carro, fazer uma viagem ou constituir um fundo de emergência.

Em resumo, a poupança oferece uma combinação de segurança, acessibilidade, baixo custo e flexibilidade que a tornam uma escolha atraente para muitas pessoas que desejam proteger e aumentar seus recursos financeiros de forma conservadora e eficaz.

E quais são as desvantagens?

Embora a poupança apresente diversas vantagens, também existem algumas desvantagens que dependendo das necessidades e objetivos financeiros individuais deve ser considerada.

Aqui estão algumas das principais desvantagens da poupança:

Baixo retorno financeiro

Comparado a outros tipos de investimentos, como renda fixa, fundos de investimento e ações, a poupança geralmente oferece um retorno financeiro mais baixo. Os juros pagos nas contas de poupança podem não acompanhar a inflação, o que significa que o poder de compra do dinheiro pode diminuir ao longo do tempo.

Limitação de ganhos

Em alguns países, como no Brasil, os rendimentos da poupança são limitados pela taxa de juros da poupança (TJP), que pode não acompanhar variações econômicas ou mudanças nas taxas de juros de mercado. Isso pode resultar em ganhos limitados mesmo em condições de economia favoráveis.

Isenção de imposto limitada

Embora os rendimentos da poupança sejam isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas em muitos países, essa isenção pode não se aplicar a outras formas de investimentos que oferecem retornos mais altos. Isso significa que, em alguns casos, a poupança pode não ser a opção mais eficiente em termos fiscais para investidores com maiores quantias de dinheiro.

Perda de poder de compra

Se os juros pagos na poupança não superarem a taxa de inflação, o dinheiro guardado pode perder poder de compra ao longo do tempo. Isso ocorre porque o aumento dos preços dos bens e serviços pode superar o aumento do valor do dinheiro na conta de poupança.

Liquidez limitada em situações específicas

Embora a poupança seja geralmente líquida e acessível, pode haver casos em que o acesso aos fundos pode ser temporariamente limitado devido a políticas específicas do banco ou a circunstâncias excepcionais, como intervenções regulatórias.

Qual a relação entre a inflação e a poupança?

A relação entre inflação e poupança pode ser crucial para entender como o dinheiro guardado em uma conta de poupança pode ser afetado ao longo do tempo:

Perda de valor

Se a taxa de inflação (ou seja, o aumento geral dos preços dos bens e serviços) for superior aos juros pagos na conta de poupança, isso significa que o dinheiro guardado na poupança pode perder poder de compra ao longo do tempo.

Por exemplo, se a inflação anual é de 5% e a taxa de juros da poupança é de 3% ao ano, o dinheiro na poupança está crescendo a um ritmo mais lento do que os preços estão aumentando, resultando em uma perda de poder de compra.

Impacto nos rendimentos

Em períodos de alta inflação, os juros pagos nas contas de poupança podem não ser suficientes para compensar a perda de poder de compra do dinheiro. Isso significa que, mesmo mantendo seu dinheiro em uma conta de poupança para protegê-lo, você pode estar perdendo valor em termos reais.

Escolha de investimentos

Em contextos de inflação elevada, os investidores podem considerar opções de investimento alternativas que ofereçam retornos ajustados pela inflação ou que superem a taxa de inflação.

Isso pode incluir investimentos em renda fixa indexados à inflação, ações, fundos imobiliários, entre outros, dependendo do perfil de risco e dos objetivos financeiros.

Política monetária

A taxa de inflação também pode influenciar as políticas monetárias do governo e do banco central. Mudanças nas taxas de juros de referência (como a Taxa Selic no Brasil) podem afetar indiretamente as taxas de juros das contas de poupança e outros investimentos, impactando os rendimentos disponíveis para os poupadores.

A inflação pode reduzir o valor real dos fundos mantidos em uma conta de poupança ao longo do tempo, destacando a importância de considerar a inflação ao tomar decisões de poupança e investimento. Diversificar os investimentos e escolher opções que ofereçam proteção contra a inflação pode ajudar a preservar o poder de compra ao longo prazo.

Investimentos que rendem mais que a poupança

Os juros da poupança rendem tão pouco que fica próximo ao valor da inflação. Isso significa dizer que o investidor perde o poder de compra, já que os preços dos produtos aumentaram, mas a sua rentabilidade não.

Alguns exemplos de outros investimentos tão seguros quanto à poupança, porém mais rentáveis, são:

1) Tesouro Direto – Títulos Públicos

Esse é o favorito de quem é novato do mundo dos investimentos. Já que ele tem algumas das vantagens apresentadas pela poupança. O tesouro direto tem liquidez diária, sendo mais seguro do que a poupança. Isso porque, o investidor empresta dinheiro para o Tesouro Nacional, logo, somente em hipótese de o Brasil quebrar, é que o investidor perde o dinheiro.

Outra vantagem em relação à poupança é que o tesouro direto faz aniversário diariamente. Em relação à rentabilidade, na opção de acompanhar a taxa Selic, o investidor tem a porcentagem total da taxa e, como já dito anteriormente, a poupança rende somente 70% da Selic.

2) CDB (Certificado de Depósito Bancário)

A sigla CDB significa Certificado de Depósito Bancário. Esse é um tipo de investimento de renda fixa onde o investidor empresta dinheiro para os bancos. Dessa forma, a taxa de juros é definida no momento da compra. Nessa modalidade, os rendimentos são creditados diariamente.

Os CDBs também contam com a segurança do FGC. Porém, nessa modalidade de investimento, ao contrário da poupança, o imposto de renda não é isento. Dessa forma, ao resgatar o dinheiro, ele já vem descontado o imposto e a taxa da corretora, caso tenha alguma.

Ainda assim, os CDBs, de maneira geral, rendem bem mais do que a poupança. Tanto é que, mesmo com os descontos, no final, o rendimento é maior.

3) LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

Significam respectivamente Letra de crédito imobiliário e Letra de crédito do agronegócio. Essa modalidade é similar ao CDB, contudo, os investimentos são realizados por instituições financeiras que emitem para a realização de algum projeto em alguma dessas duas áreas.

Já em relação ao imposto de renda para pessoas físicas, elas também são isentas. As LCI e LCA, assim como a poupança, ainda contam com a cobertura do FGC.

4) Fundos de Investimento

Existem diversos tipos de fundos de investimento, como fundos DI, fundos multimercado, fundos de renda fixa, entre outros. Dependendo da gestão e do perfil do fundo, podem oferecer retornos superiores à poupança.

5) Ações

Investir em ações pode oferecer potencial de retorno significativamente superior à poupança, mas também envolve maior risco devido à volatilidade do mercado de ações. É importante ter um bom entendimento do mercado acionário e estar preparado para períodos de oscilação nos preços das ações.

6) Fundos Imobiliários

São fundos que investem em empreendimentos imobiliários e podem distribuir rendimentos aos investidores por meio de aluguéis e valorização das propriedades. Dependendo do desempenho do mercado imobiliário, os fundos imobiliários podem oferecer rendimentos superiores à poupança.

7) Previdência Privada

Tanto os planos de previdência aberta (PGBL e VGBL) quanto os planos de previdência fechada (fundos de pensão) podem oferecer rentabilidades potencialmente superiores à poupança, especialmente considerando o benefício fiscal oferecido pelos planos de previdência.

É importante destacar que todos esses investimentos envolvem diferentes graus de risco, retorno e liquidez. A escolha do investimento ideal depende do perfil de risco do investidor, objetivos financeiros e horizonte de investimento. Diversificar os investimentos pode ajudar a reduzir riscos e otimizar os retornos ao longo do tempo.

Vale a pena?

Investir na poupança pode ser uma escolha adequada para quem busca segurança, liquidez imediata e isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos. No entanto, para objetivos de longo prazo e para maximizar retornos, pode ser vantajoso explorar outras opções de investimento que ofereçam potencial de retorno maior e proteção contra a inflação.

A decisão de investir na poupança ou em outros tipos de investimento depende do seu perfil de risco, horizonte de investimento e objetivos financeiros. Diversificar seus investimentos pode ser uma estratégia eficaz para equilibrar segurança e potencial de retorno.

História da poupança no Brasil

A história da poupança no Brasil remonta aos tempos coloniais, mas a forma moderna e institucionalizada da poupança como conhecemos hoje começou a ser moldada a partir do século XIX.

Aqui estão alguns marcos importantes na história da poupança no Brasil:

Período Colonial e Império

Antes da criação de instituições financeiras modernas, o conceito de poupança estava presente de forma mais rudimentar entre as pessoas. Muitas economias eram baseadas em trocas e, posteriormente, em moedas metálicas armazenadas em cofres.

Caixa Econômica

Em 1861, foi criada a primeira Caixa Econômica no Brasil, inspirada nas Caixas Econômicas existentes na Europa. A Caixa Econômica da Corte, atual Caixa Econômica Federal (CEF), foi fundada pelo Imperador Dom Pedro II com o objetivo de promover a economia popular e oferecer serviços financeiros para a população de baixa renda, incentivando a poupança.

Lei da Reforma Bancária de 1964

Esta lei foi um marco importante para o desenvolvimento do sistema financeiro no Brasil. Ela promoveu a modernização e a expansão das instituições financeiras, incluindo as Caixas Econômicas, e incentivou a captação de recursos através da poupança.

Regulamentação da Poupança

Ao longo do tempo, a poupança foi regulamentada por diversas normativas e leis para garantir sua segurança e proteção aos poupadores. Em 1986, por exemplo, foi implementada a correção monetária mensal para as contas de poupança, visando proteger os poupadores da inflação.

Estabilidade Econômica e Popularização

A poupança se popularizou ainda mais durante períodos de instabilidade econômica, como nos anos 1980 e 1990, quando a inflação era elevada. Muitos brasileiros utilizavam a caderneta como uma forma de proteger seu dinheiro da desvalorização causada pela inflação.

Regime de Metas para a Inflação

Com a implementação do regime de metas para a inflação no Brasil a partir de 1999, houve um controle mais eficaz da inflação, o que impactou positivamente os rendimentos das contas de caderneta ao longo dos anos.

Atualidade

Atualmente, a poupança continua sendo uma das formas mais populares de guardar dinheiro no Brasil, especialmente devido à segurança oferecida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e à isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos para pessoas físicas.

A história da poupança no Brasil reflete não apenas a evolução do sistema financeiro e das instituições bancárias, mas também as transformações econômicas e sociais ao longo dos séculos, destacando sua importância como uma ferramenta de segurança financeira para milhões de brasileiros.

Agora que você percebeu que poupança não é um bom investimento, veja também: Reserva de Emergência – O que é, como começar e onde investir

Fontes: Stoodi, XP investimentos e Infomoney

Caixa 2: o que é e como acontece em empresas e eleições?

All risks: o que é e como funciona?

Bens fungíveis: o que são e quais são suas implicações?

Bônus do Tesouro Nacional (BTN): o que era e como funcionava?