27 de outubro de 2025 - por Millena Santos
Um banco intermediário funciona como uma ponte financeira que garante que seu dinheiro chegue ao destino certo, mesmo atravessando fronteiras. Ele processa, encaminha e liquida os valores, conectando diferentes sistemas bancários e moedas, e transformando uma transferência complexa em um caminho seguro e descomplicado.
Neste texto, a gente te conta mais sobre ele. Vem com a gente!
O que é um banco intermediário?
Quando uma transferência internacional é feita, o caminho que o dinheiro percorre nem sempre é direto. Em muitos casos, ele passa por uma espécie de “ponte” entre bancos, É exatamente aí que entra o papel do banco intermediário.
Esse tipo de instituição financeira atua como um elo entre o banco de origem (de onde o dinheiro sai) e o banco de destino (que vai recebê-lo). Sua função principal é garantir que a transação ocorra com segurança e eficiência, mesmo quando os dois bancos envolvidos não têm uma relação direta entre si.
Na prática, o banco intermediário processa, encaminha e liquida os valores, traduzindo as informações entre diferentes sistemas bancários e moedas. Ele é especialmente importante em operações internacionais, pois ajuda a superar barreiras cambiais, fusos horários e diferenças nos padrões de pagamento entre países.
Funções do banco intermediário
1- Facilitar transferências internacionais
A principal função de um banco intermediário é permitir que bancos de diferentes países, que não possuem relacionamento direto, consigam transferir valores entre si.
Ele atua como um “tradutor financeiro”, garantindo que o dinheiro percorra o caminho correto até o banco destinatário, mesmo que existam múltiplas etapas na transação.
2- Converter moedas estrangeiras
Quando a transferência envolve moedas diferentes, o banco intermediário pode cuidar da conversão cambial. Isso significa transformar o valor enviado na moeda do país de origem para a moeda local do país do beneficiário, garantindo que o destinatário receba o montante correto, já ajustado ao câmbio do dia.
3- Assegurar a conformidade regulatória
Além de viabilizar a operação, o banco intermediário tem um papel essencial no cumprimento das normas internacionais. Ele verifica se a transação está em conformidade com as leis financeiras e de combate à lavagem de dinheiro, assegurando transparência e segurança em cada etapa do processo.
Como funciona o banco intermediário?
Em uma transferência internacional, o banco intermediário, como a gente viu, garante que o dinheiro chegue ao destino final de forma segura, rápida e conforme as normas internacionais.
Na prática, ele processa a transação em diferentes etapas. Primeiro, recebe as informações enviadas pelo banco de origem e as encaminha ao banco que vai receber o valor. Durante esse processo, o intermediário pode executar diversas funções complementares, como:
- Facilitar a comunicação entre bancos que não possuem conexão direta, permitindo que a transação siga o caminho certo até o beneficiário.
- Converter moedas estrangeiras, caso o pagamento envolva países com moedas diferentes, assegurando que o valor chegue corretamente convertido.
- Garantir a conformidade regulatória, verificando se todas as normas internacionais e leis de prevenção à lavagem de dinheiro (PLD) estão sendo respeitadas.
- Fornecer acesso a redes financeiras globais, algo que nem todos os bancos possuem, especialmente os menores ou regionais.
- Cobrar tarifas pelos serviços prestados, que geralmente são descontadas automaticamente do valor total da transferência.
Portanto, essa instituição é a responsável por tornar possível uma operação que, sem ele, muitas vezes não aconteceria, especialmente quando há barreiras de idioma, moeda ou regulamentação entre os países envolvidos.
Situações que é necessário o banco intermediário
1- Conversão de moeda
Quando a transferência internacional envolve moedas diferentes, por exemplo, o envio de reais (BRL) para dólares (USD), o banco intermediário pode atuar na conversão cambial. Ele faz a troca da moeda de origem pela moeda do país de destino, aplicando a taxa de câmbio vigente.
Essa função é essencial para que o valor chegue corretamente convertido ao beneficiário, sem atrasos ou erros na operação.
2- Diferenças entre sistemas bancários
Nem todos os bancos ao redor do mundo possuem conexões diretas entre si, o que em alguma medida faz sentido. Em muitos casos, especialmente quando se trata de instituições menores ou regionais, é o banco intermediário que permite que o dinheiro “encontre o caminho certo”.
Ele se conecta tanto ao banco remetente quanto ao destinatário, e isso garante que a transação seja concluída mesmo que as duas instituições utilizem redes ou sistemas financeiros distintos.
Exemplos de bancos intermediários
Imagine que uma startup brasileira precisa pagar um fornecedor no Japão. O banco da startup não possui relação direta com o banco japonês.
Nesse caso, um banco intermediário recebe o valor do banco brasileiro, converte se necessário, e encaminha o dinheiro para o banco japonês.
Assim, a transferência é completada de forma segura, sem que a startup precise lidar com múltiplos processos ou riscos adicionais.
O HSBC é um exemplo de banco que desempenha o papel de intermediário. Ele facilita transações entre bancos de diferentes regiões, cuidando tanto da movimentação de valores quanto da conformidade regulatória.
Empresas que operam globalmente, como importadoras e exportadoras, costumam utilizar bancos como o HSBC para evitar atrasos ou problemas em transferências complexas.
Os bancos intermediários são usados por quais tipos de empresas?
Os bancos intermediários são essenciais para qualquer empresa ou pessoa que precise movimentar dinheiro além das fronteiras.
Eles são usados por empresas de diferentes portes, desde grandes corporações até pequenas startups, fintechs e negócios em crescimento, que realizam transações internacionais com frequência.
Mesmo pessoas físicas podem recorrer a esses bancos, especialmente ao enviar ou receber pagamentos de outros países, como compras online internacionais ou transferências familiares.
O uso de um banco intermediário se torna particularmente relevante quando a operação envolve múltiplos países ou quando o banco de origem não possui relacionamento direto com o banco destinatário.
Nesses casos, inclusive, a gente já viu que ele garante que o dinheiro chegue corretamente, de forma segura e dentro das regras internacionais, funcionando como uma ponte confiável no caminho do pagamento.
Tipos de tarifas relacionadas aos bancos intermediários
As tarifas relacionadas são:
- Tarifa do banco: é a cobrança feita pela própria instituição financeira que realiza a operação. Pode variar conforme o valor transferido, o tipo de conta e o serviço contratado, e costuma ser informada no momento da transação.
- IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): o IOF é um imposto do governo aplicado sobre operações de câmbio. Para transferências a terceiros, a alíquota é de 0,38%, enquanto, se o envio for para si mesmo (por exemplo, transferir dinheiro para sua conta em outro país), a taxa sobe para 1,1%.
- Custo embutido no câmbio: além das tarifas diretas, muitas vezes existe uma margem sobre a cotação do câmbio comercial. Esse valor extra é como uma pequena taxa disfarçada que os bancos aplicam ao converter moedas, garantindo lucro na operação de câmbio.
- Taxas SWIFT e de comunicação internacional: para que o dinheiro seja transferido entre bancos de diferentes países, sistemas como o SWIFT são utilizados. Tanto o banco de origem quanto o banco de destino, e eventualmente bancos intermediários, podem cobrar tarifas por essas comunicações internacionais, cobrindo custos de processamento e segurança da transação.
Importância dos bancos intermediários
Os bancos intermediários desempenham um papel fundamental nas transações internacionais, funcionando como verdadeiros facilitadores do movimento de dinheiro entre países.
Eles tornam o processo mais ágil, garantindo que os valores enviados pelo banco de origem cheguem corretamente ao destinatário, mesmo quando não há uma relação direta entre as instituições financeiras envolvidas.
Além de acelerar transferências, esses bancos ajudam as instituições a organizar melhor suas operações internacionais. Eles permitem consolidar contas, centralizar fluxos financeiros e reduzir a complexidade de lidar com múltiplas agências ou parceiros estrangeiros.
Dessa forma, contribuem tanto para a eficiência operacional quanto para a segurança das transações, o que oferece confiança e previsibilidade em um cenário internacional que, muitas vezes, pode ser bem complexo.
Bancos intermediários vs. bancos correspondentes
Até aqui, a gente já viu que os bancos intermediários atuam como facilitadores de transações em uma única moeda, normalmente a moeda local ou doméstica.
Eles garantem que os fundos se movimentem de forma contínua entre dois bancos que não possuem relação direta, sem precisar realizar conversões cambiais. O foco está na agilidade e na segurança do fluxo financeiro dentro de uma mesma estrutura monetária.
Já os bancos correspondentes têm um alcance mais amplo e trabalham com várias moedas. Mantêm contas em diferentes moedas, realizam conversões cambiais e facilitam transferências internacionais complexas, atuando em nome de outras instituições financeiras.
Eles permitem que operações envolvendo múltiplos países e moedas sejam concluídas de maneira confiável e organizada.
Diante disso, enquanto os bancos intermediários simplificam transações dentro de uma mesma moeda, os bancos correspondentes expandem o horizonte, oferecendo suporte para operações globais mais complexas.
Fonte: XP, Remessa Online, Wise, Nuvei, Tipalti.