Fundo de Private Equity: o que é, característica e como investir

13 de julho de 2021, por Bárbara Ackerman

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Os chamados Fundos de Private Equity são aqueles que investem em empresas que não estão listadas na Bolsa de Valores. Dessa forma, você participa ativamente de sua gestão com o objetivo de se desenvolver e depois realizar o desinvestimento de tais ganhos. Além disso, esses fundos possuem um horizonte de investimentos que são de longo prazo. Ainda, buscam retornos que sejam superiores ao do mercado acionário no final desse período.

Em relação aos gestores do fundo, eles geralmente possuem um controle maior diante das decisões das empresas e também transitam em áreas não acessadas pelo mercado de ações. Principalmente, nas pequenas e médias empresas de capitalização e em mercados emergentes. Logo, os gestores têm mais acesso às informações em comparação ao mercado público de ações.

Sendo assim, há também um maior alinhamento dos interesses, e pode-se focar em melhorias operacionais e crescimento orgânico das companhias investidas. Geralmente, por aportar recursos em empresas de capital fechado, é um negócio estruturado e que apresenta lucros.

O que é o Fundo de Private Equity?

Fundo de Private Equity: investimento em empresas não listadas na bolsa

Marcus Marques

O fundo de Private Equity pode ser comparado aos fundos de ações tradicionais. Logo, possui cotistas e um gestor. Porém, a principal diferença é que o foco do fundo é em empresas de capital fechado, que tem como objetivo oferecer um retorno maior. Nesse sentido, também há riscos bem maiores. 

Então, esse tipo de fundo passa a ter uma participação como sócio no negócio e participa ativamente da gestão dessa companhia e de seus resultados. Esse fundo pode ser representado pelo gráfico da curva J. O formato da letra mostra então que, de início, há um grande montante investido pelos cotistas, a depressão da curva. Ao longo do tempo, esse retorno alto começa a aparecer, assim como a linha ascendente da letra J.

Primeiramente, a intenção do Private Equity é mirar em empresas com grande potencial de crescimento. Então, elas financiam essa expansão. Logo após consolidar os resultados positivos planejados por alguns anos, o fundo vende sua participação por um preço maior do que o que foi investido. Assim sendo, o fundo obtém lucro com a valorização, podendo proporcionar até a abertura de capital da empresa na bolsa de valores.

Significado do termo Equity no Mercado Financeiro

Equity, no mercado financeiro, é o patrimônio líquido de uma empresa. Assim, essa parte do balanço patrimonial, pode ser representada tanto por quotas, ações ou títulos. Logo, a origem do valor pode se dar tanto em forma de lucros acumulados quanto aplicações financeiras na empresa. Por fim, o montante total é distribuído entre os acionistas do fundo.

Como funciona o fundo de Private Equity?

Fundo de Private Equity: investimento em empresas não listadas na bolsa

BLB Brasil

Essa modalidade de investimento é comumente classificada em três principais fases de desenvolvimento.

1. Período de Captação e Comprometimento de Capital

Antes mesmo do início do fundo, existe um período de captação de recursos. Assim, os investidores assinam a documentação de comprometimento de aportes.

Essa primeira etapa é de suma importância, afinal o gestor irá saber quanto dinheiro ele vai ter disponível para estruturar a carteira do fundo quando começar o período de investimentos. O cotista também precisa manter o seu comprometimento no investimento, proporcionando aportes de capital na medida que o fundo as solicitar.

2. Período de Investimento

Assim como o próprio nome já sugere, nessa fase o fundo de private equity está focado na seleção, investimento e administração das empresas que vão compor seu portfólio.

3. Período de Desinvestimento

Após o período anterior ser finalizado, já é possível que as primeiras empresas investidas estejam pagando dividendo ou iniciem as amortizações. Nesse momento, acontece o retorno de capital que cobre os investimentos iniciais, além de contribuir positivamente para a rentabilidade consolidada da carteira do fundo de private equity.

Vantagens e desvantagens ao investir em um Private Equity

Onze

Primeiramente, é preciso ter em mente que esse é um investimento de longo prazo. Ou seja, os retornos irão demorar mais, mas nesse caso podem oferecer um bom rendimento. Além disso, os riscos também são altos, mas podem ser menores se comparados a outros fundos de investimento dessa modalidade, os FIP, ou Fundos de Investimento em Participações.

Ao depender da escolha da gestão, os investimentos podem ser feitos em diferentes companhias de setores diversos. Logo, pode ser uma boa forma de diversificar a carteira. Além disso, como são empresas consideradas pequenas, o valor a ser investido pode ser um preço atrativo, que vai beneficiar o investidor com um maior potencial de retorno.

Apesar disso, os riscos são significativos. Então, mesmo que procure negócios mais maduros, o fundo de aporte é em companhias que ainda buscam um espaço no mercado e não têm ainda o capital aberto.

Além disso, como já citado, os prazos são longos, o investidor pode ter que esperar anos ou até mesmo décadas com o seu dinheiro aportado antes do possível retorno. Também, em relação à tributação, o Imposto de Renda corresponde a 15% do lucro que for obtido.

Investido no Private Equity

Investidor 10

Em primeiro lugar, no Brasil, essa modalidade é uma realidade majoritariamente dos investidores qualificados e profissionais.

Logo, ainda não existe regulamentação necessária para abrir essa modalidade de investimento ao público geral. Porém, assim como ocorreu com os BDRs, talvez seja possível que esse investimento chegue para outros perfis de investidores.

O que achou da matéria? Se gostou, você também pode conferir: Como declarar fundos de investimento no IR? Passo a passo

Fonte: Sul America Investimentos; Como Investir; XPI; Kinea e André Bona.

Imagens: Marcus Marques; Capital Research; BLB Brasil; Onze e Investidor 10.