11 de outubro de 2024 - por Nathalia Lourenço
O conceito de truste refere-se à prática em que empresas de um mesmo setor se unem, formal ou informalmente, com o objetivo de dominar o mercado e eliminar a concorrência.
Esse tipo de arranjo pode parecer vantajoso para as empresas envolvidas, mas costuma gerar consequências negativas para a economia como um todo, especialmente para os consumidores. A formação de trustes é um tema relevante no cenário econômico, pois afeta diretamente o equilíbrio de mercado e os princípios de concorrência justa.
O que é truste?
Quando empresas se unem para formar um truste, elas buscam aumentar seu poder de controle sobre o setor em que atuam. Essa aliança é, muitas vezes, baseada na confiança mútua entre as partes, garantindo que, juntas, possam influenciar preços, condições de produção e distribuição de produtos ou serviços. Ao dominarem o mercado dessa forma, essas empresas podem impor preços mais elevados, o que prejudica diretamente os consumidores, que passam a ter menos opções e pagam mais caro por aquilo que consomem.
O impacto econômico da formação de trustes é significativo, pois distorce a competitividade do mercado. Esse tipo de prática tende a concentrar riquezas em poucas mãos, desestimulando inovações e limitando o crescimento de novos concorrentes. Diante disso, órgãos reguladores, como o Comitê de Desenvolvimento Econômico, analisam e monitoram essas práticas para evitar que o mercado seja prejudicado. A atuação de tais comitês é essencial para garantir a proteção dos consumidores e manter o equilíbrio econômico.
Como funciona o truste?
Um truste é a união de duas ou mais empresas. Essa união pode ser formal, com um acordo legal, ou informal, em que cada empresa mantém sua autonomia. As empresas compartilham peças e componentes, negociando em grande escala com fornecedores. Isso eleva os preços para concorrentes, permitindo que as empresas do truste aumentem seus lucros.
Além disso, o truste concentra várias unidades sob uma mesma orientação. Isso forma uma grande estrutura de poder. Esse poder pode pressionar o mercado e controlá-lo. Assim como cartéis e monopólios, o truste é uma prática anti-concorrencial.
Quais são os tipos de truste?
Truste Horizontal
Esse tipo é formado por empresas do mesmo setor que vendem o mesmo produto. Por exemplo, postos de gasolina diferentes podem se unir para negociar preços com um fornecedor e, assim, oferecer o produto ao mercado pelo mesmo preço. Essa união, portanto, afeta tanto os fornecedores quanto as empresas concorrentes, prejudicando a concorrência.
Truste Vertical
Por outro lado, o truste vertical ocorre quando empresas que vendem produtos ou serviços diferentes se unem. Nesse modelo, elas controlam toda a cadeia de produção, desde a extração da matéria-prima até a comercialização do produto final.
Por exemplo, no setor de sucos de laranja, ele pode incluir empresas responsáveis pela plantação, colheita, extração e distribuição. Dessa forma, o truste vertical cria uma organização forte, dando às empresas participantes um poder maior sobre a oferta do produto no mercado e, consequentemente, colocando as concorrentes em desvantagem.
Diferenças entre truste, cartel e holding
Embora sejam práticas frequentemente confundidas, truste, cartel e holding têm diferenças importantes.
Primeiramente, o truste é a união vertical ou horizontal de empresas de um mesmo segmento, enquanto o cartel é apenas um acordo entre empresas independentes que atuam juntas para combinar preços e dominar um mercado. Assim, o truste tem um impacto negativo na concorrência, enquanto o cartel visa apenas manipular o mercado.
Por outro lado, a holding também envolve a fusão de empresas, mas de forma diferente. Enquanto o truste é prejudicial à economia, a holding não visa enfraquecer o mercado. Ela funciona como uma empresa guarda-chuva que administra várias empresas menores. A holding não produz nada diretamente; em vez disso, controla essas empresas por meio da posse de ações.
Além disso, enquanto o truste e o cartel geralmente envolvem empresas do mesmo segmento, a holding pode incorporar empresas de diversos ramos, com a gestão centralizada na holding.
Fontes: negraoefares e suno