8 de outubro de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)

Nos últimos meses, o ouro voltou a atingir máximas históricas e isso não acontece por acaso. Enquanto bancos centrais do mundo inteiro aumentam suas reservas, o movimento sinaliza muito mais do que uma simples valorização de um metal precioso. O ouro carrega um papel único na história econômica da humanidade e, sempre que ele dispara, há sinais de instabilidade à frente.
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A história do ouro
Desde civilizações antigas, o ouro foi aceito como símbolo de riqueza e meio de troca. Sua escassez, divisibilidade e durabilidade o tornaram preferível a outros metais. Isso culminou no Padrão Ouro Clássico (1870-1914), quando a maioria das moedas do mundo era conversível em ouro. Nesse período, governos não podiam simplesmente imprimir dinheiro sem lastro, pois precisavam manter reservas reais de ouro.
Com a crise de 1929, muitos países abandonaram o padrão ouro para injetar liquidez em suas economias. Essa ruptura abriu caminho para mudanças profundas no sistema financeiro global.
Padrão Bretton Woods
Em 1944, o Acordo de Bretton Woods estabeleceu o dólar como referência para o comércio internacional, lastreado em ouro. As demais moedas passaram a se fixar ao dólar e não mais diretamente ao ouro.
Porém, a partir dos anos 1960, os déficits americanos começaram a revelar fragilidades. Em 1971, o presidente Richard Nixon decretou o fim da conversibilidade do dólar em ouro. Desde então, o dólar passou a ser sustentado pela força da economia dos EUA, e não por reservas metálicas.
Ouro e crises
Se analisarmos a história recente, notamos que o ouro costuma se valorizar em períodos de crise: a bolha das pontocom nos anos 2000, a crise de 2008 e a pandemia de 2020 são exemplos claros. Sempre que há instabilidade, investidores e governos correm para o ouro em busca de proteção.
Situação atual
Em 2025, vivemos novamente uma corrida pelo ouro. As reservas globais ultrapassaram 36 mil toneladas, com destaque para países como Rússia, China e países emergentes que buscam reduzir a dependência do dólar.
O movimento reflete preocupações com:
- O aumento da emissão monetária americana, especialmente após 2020, quando a base monetária quase quadruplicou em pouco tempo.
- Tensões geopolíticas (EUA x China, Rússia e outros países).
- Desvalorização do dólar, que perdeu poder de compra ao longo do último século.
Quando os EUA expandem sua base monetária, parte da inflação é exportada para outros países, já que o dólar é a principal moeda de comércio internacional. Isso explica a crescente busca de governos por alternativas, seja aumentando reservas de ouro, seja testando novas moedas de liquidação internacional.
Ou seja, mais do que um ativo de luxo, o ouro funciona como uma espécie de “alarme econômico”. Quanto maior for a incerteza global, maior a demanda pelo metal.
Crise mundial? Como proteger seu patrimônio
Podemos pensar no ouro como uma espécie de muro de proteção. Quando a vizinhança está tranquila, não há motivo para aumentar o muro da sua casa. No entanto, diante do aumento de incidentes (um assalto, um roubo de celular), você começa a se preocupar e aumentar o muro.
E isso ocorre da mesma forma, quando o assunto é ouro. Os países recorrem ao ouro, quando percebem riscos crescentes no cenário internacional. O metal funciona como um reforço contra incertezas geopolíticas e econômicas. Por isso, grandes fortunas e bilionários também costumam seguir o mesmo caminho: se os bancos centrais estão comprando ouro, talvez seja hora de diversificar e proteger parte do patrimônio.
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