29 de agosto de 2022 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
A Bolsa de Valores brasileira cresce a cada dia. Já são mais de 450 empresas com capital aberto, e nós, investidores, temos que “peneirar” aquilo que faz sentido e o que não faz.
Normalmente, a ideia mais básica para dividir essas empresas é a tradicional divisão “Small, Mid e Large”.
Empresas de baixa captação, ou pequenininhas, de média captação ou de grande captação.
Esses números são feitos normalmente em dólares, então vale um ponto de atenção.
Essa ideia pressupõe que empresas grandes já não conseguem crescer tanto assim, porque já estão em uma fase onde dominaram “market share” e fazem ampla distribuição de dividendos.
Isso pode até ser verdade, mas existem empresas que fogem completamente a essa regra.
E elas conseguem distribuir dividendos ENQUANTO crescem.
Como fonte das informações apresentadas eu utilizei a ferramenta economatica.com.
Copel – CPLE6, CPLE3, CPLE5
A primeira empresa que vamos falar é a COPEL. Ela distribui dividendos, com exceção de 2003, desde 1995. Está há 66 anos no mercado e atende atualmente mais de 4,8 milhões de unidades consumidoras.
Distribuiu 9,31% de dividendos em 2019. Na crise de 2020, com várias empresas deixando de ter dividendos, a COPEL distribuía 4,49%.
Voltando para 2021, a COPEL distribuiu 16,04% e recentemente (nos últimos 12 meses) distribuiu 18,33%.
Totalizando uma distribuição média de dividendos em 12,04% nos últimos 4 anos.
Reforçando o crescimento da empresa, ela recebeu uma valorização acionária de 143,92% nos últimos 5 anos.
Taesa – TAEE3, TAEE4, TAEE11
Atua no setor elétrico fazendo a transmissão de energia, que na minha opinião é o melhor das três áreas para se cobrir ao tratarmos de uma empresa neste setor.
É considerada uma das maiores empresas do setor no Brasil em termos de receita anual.
Possui histórico estável incluindo contratos de até 30 anos em receita fixa corrigida pela inflação. E ainda não dependem do volume de energia transportado.
Em 2019, a Taesa entregou 8,01% de dividendos, seguido de 2020 que recebeu 10,30% justamente pelo setor de transmissão não estar vinculado ao uso ou não da energia.
Em 2021, distribuiu 13,51% de dividendos e tem um Dividend Yield médio de 11,28% nos últimos 4 anos.
Inclusive, nos últimos 5 anos, recebeu uma valorização acionária de 81,93%
BrasilAgro (AGRO3)
Distribui dividendos desde 2008 com raríssimas exceções!
Faz a introdução de atividade agrícola e desenvolvimento da sua produtividade e infraestrutura. Com foco em aquisição, desenvolvimento e exploração.
Tem propriedades espalhadas entre Mato Grosso, Mato Grosso do sul e Goiás.
Tiveram uma distribuição de dividendos em 5,95% no ano de 2019, 3,72% em 2020, impressionantes 10,48% em 2021 e 18,13% nos últimos 12 meses.
O Brasil distribuiu uma média de 9,57% de dividendos nos últimos 4 anos.
E uma valorização de 126,71% só nos últimos 5 anos.
Indústrias Romi – Romi3
Distribui dividendos consecutivamente desde o ano 2000 (fora 2012, 2013 e 2017).
O portfólio dessa empresa é recheado de produtos para as indústrias.
Recebeu uma valorização acionária de 183,19% nos últimos 5 anos.
No entanto, esse setor sofre mais com momentos de crise como o que passamos em 2020, e fica evidente quando olhamos sua distribuição de dividendos:
13,29% em 2019, 14,62% em 2020, 5,03% em 2021 e um acúmulo de “apenas” 4,58% nos últimos 12 meses.
Whirlpool – WHRL4
Distribui dividendos desde 1996 consecutivamente!
É fusão da Multibrás com a Embraco, a Whirpool representa as seguintes empresas que você provavelmente conhece e utiliza: Brastemp, Consul, Kitchenaid.
Produzem equipamentos de uso doméstico que exporta bem para os países vizinhos.
Uma ótima distribuição de dividendos, mas devemos considerar o problema com a crise também:
11,27% dividend yield 2019, 13,02% em 2020, 7,91% em 2021 e apenas 5,09% acumulados nos últimos 12 meses.
Recebeu uma valorização de 38,85% nos últimos 5 anos.
Banco ABC – ABCB4
Enquanto vários bancos sangram, o Banco ABC se mantém estável. Por quê? Por conta de seu forte investimento em agronegócio.
Possui uma valorização de apenas 10,36% nos últimos 5 anos, no entanto seus dividendos se mantiveram:
6,76% de dividend yield em 2019, 3,30% em 2020, 6,40% em 2021 e 7,88% nos últimos 12 meses. Com 6,08% em média para os últimos 4 anos.
SLC Agrícola – SLCE3
A última empresa da nossa lista também tem um pé no setor agrícola, a SLC Agrícola.
Distribui dividendos consistentemente desde 2007. Através de sua ampla produção em fibras e grãos com foco na produção de soja, milho e algodão.
Distribuiu 4,52% de dividend yield em 2019, 3,97% em 2020, 3,87% em 2021 e chegou a 6,42% nesses últimos 12 meses.
Logo, estão com 4,69% de distribuição dos dividendos médio nos últimos 4 anos.
Da uma olhada nesse gráfico mostrando uma valorização acionária absurda de 330,39%:
Gostou do conteúdo? Então, não deixe de assistir ao vídeo acima (do canal Investidor Sardinha) em que detalho mais sobre as 7 empresas que considero serem as mais fodas da bolsa.
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E não deixe de conferir, também: Ainda é possível viver de dividendos em 2022?